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terça-feira, 31 de março de 2015

ELE PARTIU COM OS "GALOS DA AURORA". A ACADEMIA PERDE UM DOS MAIS ATIVOS ESCRITORES GRAPIÚNAS

Hélio Pólvora - 1928 - 2015

Na última madrugada de quinta-feira (26) perdemos o escritor, jornalista e crítico literário Hélio Pólvora (foto). Confrade desta Academia de Letras, um expoente da literatura nacional. Hélio Pólvora era natural de Itabuna, região sul da Bahia, lutava contra um câncer de pulmão há mais de um ano. Segundo Aramis Costa, ele morreu em casa. O corpo do escritor foi cremado no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, em solenidade realizada às 17h30 de quinta-feira.

Hélio Pólvora era casado com Maria Pólvora Silva de Almeida. Ele deixa três filhos, Hélio e Raquel, frutos da união com Maria Pólvora, e uma filha (Fernanda), de união anterior. Entre os livros publicados estão os romances Inúteis Luas Obscenas (Casarão do Verbo, 2010) e Don Solidon (Casarão do Verbo, 2011), além dos livros Memorial de Outono (2005), Contos da Noite Fechada (2003) e “…de amor ainda se morre…” (2008).

“Ele morreu escrevendo. Um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Deixa um legado literário brasileiro importantíssimo. Nós perdemos uma glória da literatura nacional. Uma grande figura humana. Levou a vida toda trabalhando pela literatura e pela cultura. Um homem de inteligência e cultura fora do lugar. Foi uma perda irreparável para a cultura brasileira. Ele nunca parou de escrever”, disse Aramis Ribeiro Costa.

Para o poeta e integrante da Academia de Letras da Bahia, Luís Antônio Cajazeira Ramos, Hélio Pólvora é um dos contistas mais importantes da atualidade. “A Bahia perde a maior expressão das letras da atualidade. Sem dúvida, o maior contista, além de ser destacado como crítico, cronista, jornalista, editor e com uma longa militância na imprensa nacional. É o maior contista brasileiro da atualidade”, diz Cajazeira Ramos.

Biografia

Hélio Pólvora de Almeida nasceu em 1928, em Itabuna, na Bahia. Em 1953, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde morou por 30 anos. Nesse período, o escritor iniciou a carreira literária e atividade jornalística, que prosseguiram, depois de 1984, na Bahia (nas cidades de Itabuna, Ilhéus e Salvador).

A estreia literária ocorreu com a publicação Os Galos da Aurora (1958, reeditado em 2002, com texto definitivo). Mais de 25 títulos de obras de ficção e crítica literária, além de participação em dezenas de antologias nacionais e estrangeiras, foram publicados. Hélio Pólvora também possui contos traduzidos em espanhol, inglês, francês, italiano, alemão e holandês.

O escritor passou a morar em Salvador no ano de 1990. Eleito para a Cadeira 29 da Academia de Letras da Bahia, fez parte também da Academia de Letras do Brasil (sede em Brasília, DF), onde ocupa a cadeira 13, que tem como patrono Graciliano Ramos. Pertenceu ainda à Academia de Letras de Ilhéus, ocupando a cadeira 24. Ele atuava como cronista do jornal A Tarde há mais de oito anos e foi presidente da extinta Fundação Cultural de Ilhéus. O prefeito de Ilhéus também decretou luto oficial de três dias.

Fonte: G1 Bahia/Observatório de Imprensa