Quantos membros tem a Academia? Quem pode
se candidatar?
A palavra vem do grego akademía e
do latim academia; segundo o Aurélio, foi uma escola criada por Platão no ano
de 387 a.C. e estava localizada nos jardins consagrados ao herói ateniense
Academus. Oficialmente a finalidade da escola era cultuar as musas, mas teve
intensa atividade filosófica. Por extensão passou a significar escola de
qualquer filósofo e, posteriormente, estabelecimento de ensino superior de
ciência e arte; significa também, sociedade ou agremiação, particular ou
oficial, com caráter científico, literário ou artístico.
Diz o ilustre acadêmico e saudoso
professor, Francolino Neto: “a Academia de Letras de Ilhéus tomou como
paradigma a Academia Brasileira de Letras, passando a ter, apenas, quarenta
fundadores.” Por sua vez a ABL tomou como modelo a Academia Francesa.
A ALI tem, pois, 40 “cadeiras”.
Este é o nome dado às vagas que existem para serem ocupadas. Cada cadeira
possui um fundador, um patrono e um ocupante. Patrono é o “padrinho” da
cadeira, fundador, o que ocupou a cadeira na época da sua fundação e ocupante,
o que a ocupa no momento, o que é eleito ao longo do tempo quando a cadeira
fica vaga. A cadeira só é desocupada quando o ocupante passa para o andar de
cima.
Os fundadores da Academia de Letras
de Ilhéus foram, em ordem pela numeração, de 1 a 40:
Carlos Monteiro,
Francolino Neto, Fernando Diniz Gonçalves, Wilde Oliveira Lima, Clarêncio
Baracho, Leones da Fonseca, Flávio Jarbas, Sosígenes Costa, Adonias Filho,
Camilo de Jesus Lima, Washington Landulfo, Nelson Schaun, Jorge Amado, Abel
Pereira, Gileno Amado, Nilo Pinto, Raimundo Brito, Joaquim Lopes Filho, Eusinio
Lavigne, Jorge Fialho, Paulo Cardoso Pinto, João Mangabeira, Ramiro Berbert de
Castro, Otávio Moura, Plinio de Almeida, José Nunes de Aquino, Heitor Dias,
Orlando Gomes, Caetano Antonio Lima dos Santos, Leopoldo Campos Monteiro,
Amilton Ignácio de Castro, Flavo de Paula, Francisco Paulo Teixeira, Carlos
Pereira Filho, Milton Santos, Halil Francisco Medauar, Nathan Coutinho, Nestor
Passos, José Cândido de Carvalho Filho e Osvaldo Ramos.
Estão aí, quarenta homens ligados
às letras que decidiram fundar a Academia de Letras de Ilhéus. Dos quais,
metade são desconhecidos para mim, do que fizeram para estar entre o seleto
grupo. Gostaria muito de saber um pouco de cada um. Dos fundadores apenas dois
permanecem entre nós: Caetano Antonio Lima dos Santos e José Cândido de
Carvalho Filho; o primeiro foi bispo desta diocese e largou a batina para se
casar – hoje é professor e reside em Belo Horizonte. O outro está sempre em
contato conosco e, recentemente, foi homenageado pela Justiça Federal de
Ilhéus, quando foi dado o seu nome ao prédio da instituição nesta cidade.
A outra pergunta “quem pode se
candidatar?” é interessante, pois a maioria das pessoas pensa que só escritores
com livros publicados podem fazê-lo. Não é bem assim. A academia, não só a de
Ilhéus, mas a brasileira, que fica no Rio de Janeiro, tem entre os seus membros
pessoas que nunca publicaram nem uma linha. Mas são pessoas ligadas à cultura e
à arte, que tenham obras merecedoras de homenagem. Jornalistas, literatos,
pessoas cujo trabalho mostre seu amor ou dedicação pela expressão cultural,
erudita ou popular.
Outro ponto interessante a ser
abordado é a questão de se permitir, ou não, o ingresso de mulheres na
academia. Inicialmente o grupo era formado somente por homens, seguindo a
tradição da ABL. Esta não permitiu, durante longo tempo, o ingresso de
mulheres. Sobre isso diz o professor Francolino: “Desde o seu início, quando o
presidente do silogeu era Machado de Assis, a mulher não conseguiu assinar termo
e tomar posse no mesmo”.
Os tempos mudaram. As mulheres
escrevem, publicam, e já estão presentes, na ABL e na Academia de Ilhéus.
Extraído do Blog “Ilhéus com Amor”,
da Confreira Maria Luiza Heine. Disponível no endereço: http://ilheuscomamor.wordpress.com/2009/10/18/academia-de-letras-de-ilhus-iii/
Publicado originalmente no dia 18 de outubro de 2009.
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