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quarta-feira, 31 de março de 2021

Lançamento do livro “Canto até hoje” marca os 60 anos de atividades literárias do autor Cyro de Mattos com live no dia 08/04, às 19h, no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado

Ele nasceu em 1939, lançou 56 livros editados no Brasil, de diversos gêneros, que lhe renderam muitos prêmios, e 14 no exterior, em países como Itália, França, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Portugal e Estados Unidos. Criou um legado a partir de 60 anos de atividades literárias, rompeu os limites físicos e regionais da cidade de Itabuna e agora, na maturidade dos seus 82 anos, se prepara para laçar sua obra poética completa, em 800 páginas, para que seus leitores possam conhecer a totalidade de sua arte no verso, na primeira live de sua vida. 

Isso mesmo, dia 08/04, às 19h, ele fará a apresentação de uma publicação inédita, ancorado no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado). O autor? O surpreendente e incansável Cyro de Mattos, que está encarando este novo momento virtual e da pandemia com a mesma determinação e ousadia que o fizeram escritor e poeta e deram à sua trajetória um alcance internacional. 

 

São seis décadas da sua vida dedicadas à literatura. Ele começou com uma escrita experimental, como prosador de ficção. O primeiro conto, em 1960, foi publicado em um suplemento literário do Jornal Bahia, que tinha como editor o amigo e também escritor João Ubaldo Ribeiro. Mas Cyro de Mattos considera sua estreia literária a partir do terceiro livro, em 1979, "Os Brabos", que ganhou o Prêmio Nacional de Ficção Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, e o projetou para o mundo.

 

De lá pra cá, o escritor vem contando suas histórias em muitos versos, dando aos seus leitores muitas oportunidades de conhecer suas produções ao longo do tempo. Parte dele dedicado a livros infantis, mas também dialogando com o público adulto, sensibilizando-o para a poesia. 

 

Sua necessidade vital de escrever o fez não apenas poeta, mas contista, novelista, romancista, cronista e ensaísta, além de jornalista e advogado. Mas foi a literatura que me escolheu e me trouxe muitas conquistas pelas mãos do tempo. Ela funciona como catarse, um alívio da alma, capaz de ofertar mel e afeto, ternura e esperança no lugar do  sofrimento, dor e solidão, declara o Membro da Cadeira 22 da Academia de Letras da Bahia e das Academias de Letras de Ilhéus e Itabuna.

 

Cyro diz que é um poeta lírico e, por isso, canta até hoje


O poeta é um cantor de alma e eu sou um poeta lírico, um cantor que liberta a alma quando faz um poema, por isso eu canto até hoje. Assim se define o escritor itabunense Cyro de Mattos, que também cita a frase para explicar o título de seu mais novo livro: Canto ate hoje. Ele diz que "cantou em versos o seu estar no mundo, visto sob as vestes da vida e da morte relacionadas com os seres e as coisas, a natureza, o tempo, o amor, a infância e a beleza, devolvendo ao homem o que é próprio do homem, a razão e o coração.

 

O autor dessa obra poética completa, que reúne todos seus livros publicados no Brasil e no exterior, traz artigos assinados por outros escritores e críticos consagrados, como Jorge Amado, Eduardo Portela, Nelly Novaes Coelho, Assis Brasil, Muniz Sodré, Heloísa Prazeres, Alfredo Perez Alencard, Graça Capinha e Maria Irene Ramalho, além de poemas inéditos. Uma vida literária, impressa pela Egba com o selo editorial da Fundação Casa de Jorge Amado, com distribuição gratuita para bibliotecas públicas via Fundação Pedro Calmon e também disponível para download em uma versão digital.

 

Canto até hoje destina-se ao leitor adulto de aguçado senso crítico ou com interesse literário para fruir poemas de lastro clássico ou moderno, de versos livres, metrificados ou rimados, capaz de compreender as motivações ao nível da fala e da prosa poética, onde o discurso move-se por unidades musicais do ritmo que o autor quer transmitir em suas mensagens.

 

Neste momento da minha caminhada, com 82 anos, um legado de 56 livros publicados no Brasil e 14 no exterior, e além de organizar 10 antologias de outros autores, é muito natural querer reunir minha obra poética completa em uma única publicação. Assim, posso dar aos leitores a oportunidade de conhecer minha poesia em sua totalidade, inclusive inédita. Um sonho que o Prêmio Jorge Portugal das Artes me permitiu realizar, por meio da Lei Aldir Blanc Bahia. 

 

Homenagem e capa de Juarez Paraiso


As relações afetivas sempre permeiam o trabalho e a vida do poeta e escritor Cyro de Mattos. Seja como prosador ficcionista ou autor de poemas. O último, dedicado ao artista plástico Juarez Paraiso, colega imortal da Academia de Letras da Bahia, está na contracapa de Canto até hoje. 

 

A homenagem a Juarez Paraiso, um dos nomes mais importantes da cultura baiana contemporânea, tem um motivo especial. Foi a ele que Cyro de Mattos encomendou a capa do livro, que leva o mesmo nome da poesia e que inspirou o artista inovador a unir os versos do amigo à sua criação.

 

Cyro de Mattos conheceu Juarez quando publicou os primeiros contos na Revista da Bahia, da Secretaria de Cultura do Estado, dirigida por ele, já um ícone das artes plásticas. "Nos reencontramos na Academia, onde somos confrades, e o seu cordial companheirismo me deu abertura para lhe convidar para ilustrar um dos meus livros e, agora, para fazer a capa de Canto até hoje, a quem dediquei a poesia de mesmo nome. Juarez é um mago, fez um trabalho belíssimo, me deu de presente uma capa magnífica, que dá força ao livro e expressa com primor o poema dedicado a ele, agradece o autor.

 

O artista também relembra que Cyro de Mattos era um dos escritores preferidos da Revista, hoje reconhecido pela crítica nacional e internacional, e que se aproximaram pela forte empatia. Cyro é um ser humano muito equilibrado, um poeta admirável. Sempre tivemos uma relação de afinidade com a poesia e a arte, afirma Juarez Paraiso, enobrecido pela homenagem do poema referencial do livro.

 

"A inspiração para o layout da capa veio do próprio pássaro dos versos. Da presença do autor e da relação dos olhos que se cruzam de uma forma lírica, focando nos seus olhos, numa triangulação com o olhar do pássaro e do encontro entre os dois, numa linha imaginária a partir do bico do pássaro olhando Cyro, um olhar que busca o infinito e vai até o leitor, desvenda o artista, que escolheu usar tons aveludados, apastelados, nas cores primárias, azul, amarelo e vermelho, de forma suave. 

 

"Um equilíbrio inevitável, como Cyro, alegre e sóbrio. Gostei muito da poesia e tentei expressá-la numa visualização plástica buscando impactar e proporcionar ao leitor uma interação com a parte poética da obra por meio dessa ligação exponencial e espectral, de expor os sentimentos e as emoções das palavras em um momento de alta espiritualidade do ser e do ler invisível. Menos da vida física e mais da relação de emoção com o outro, observa.

 

A live de lançamento vai marcar sua estreia nas plataformas digitais 


Este notável escritor não para no tempo. Cyro de Mattos tem atravessado séculos mantendo a mente aberta para o tempo e se beneficiando dele. Como agora, revertendo as agruras do necessário isolamento social para aproveitar a disseminação das tecnologias digitais e ampliar a sua voz e a visibilidade de seu legado para novos públicos e para os leitores que já se acostumaram a consumir cultura online.

 

Para sua primeira live, estreia no mundo virtual, o escritor escolheu a jornalista, diretora de TV e produtora cultural Mira Silva para ser mediadora de um bate-papo com ele e convidados. A escritora e psicóloga Lilia Gramacho, para falar sobre sua poesia infantojuvenil, representada no livro "O Menino Camelô", Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes, em 2001, também publicado na Itália; o romancista e poeta Aramis Ribeiro Costa, que o recebeu ao ser empossado na Academia de Letras da  Bahia; o jornalista Oscar DAmbrosio, Doutor em Arte e História da Cultura, que conhece muito bem a poesia de Cyro de Mattos e éautor do prefácio de "Canto até hoje; o poeta e ensaísta Cid Seixas, editor digital e Doutor em Letras, que acompanha o trabalho de ficcionista e as poesias de Cyro de Mattos na mesma geração; e Ângela Fraga, presidente da Fundação Casa de Jorge Amado, selo pelo qual o autor já publicou algumas obras, incluindo a atual. 

 

A dinâmica vai durar 1h30, no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado), parceiro institucional da publicação, com uma conversa sobre literatura, a obra de Cyro de Mattos, o livro "Canto até hoje, futuros livros e impressões dos convidados, com espaço interativo para perguntas do público.

 

"Adoro receber cartas dos leitores de todas as idades, estudantes e adultos. Sempre é uma emoção muito grande, é o milagre da literatura, pois o verdadeiro prêmio do escritor é ser lido, assim como o do artista éreceber o aplauso, declara Cyro de Mattos.

 

Segundo ele, mesmo vindo de outra geração, da linguagem impressa, sabe do valor dos novos mecanismos da internet. “É muito importante para o modo de vida contínuo. O ser humano chegou a essa forma de aldeia global, da linguagem virtual, de um mundo mais presente e para o futuro, diferente do que aprendi. Essa seráa minha primeira experiência virtual e acredito que terei como vantagem ser mais divulgado e, consequentemente, mais condições de ser lido  também pela versão digital que o público poderá fazer download, dando um maior alcance para a minha obra, considera o autor.

 

Sobre o autor





Possui prêmios literários no Brasil e exterior, com destaque para o Prêmio Nacional de Ficção Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, com o livro "Os Brabos"; Prêmio Jabuti (menção honrosa) para o livro "Os Recuados"; Prêmio da APCA para o livro infantil O Menino Camelô; Prêmio Nacional de Poesia Ribeiro Couto, com o livro Cancioneiro do Cacau; Prêmio Nacional de Ficção Pen Clube do Brasil para o romance Os Ventos Gemedores; e Prêmio Nacional Cidade de Manaus, para o livro Histórias de Encanto e Espanto, nove vezes primeiro lugar nos concursos literários da União Brasileira de Escritores (RJ). 

 

Obteve o segundo lugar para obra publicada no Concurso Internacional de Literatura Maestrale Marengo dOro, Gênova, Itália, com o livro Cancioneiro do Cacau, e segundo lugar para obra inédita com o livro Poemas escolhidos/Poesie scelte. Foi ainda um dos quatro finalistas do Prêmio Internacional de Literatura da Revista Plural, no México, com a noveleta Coronel, Cacaueiro e Travessia. Em 2020, recebeu o Prêmio Conjunto de Obra da Academia de Letras da Bahia e Eletrogóes. É tambémembro do Pen Clube do Brasil e primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz (Bahia), além de ser premiado com a Medalha Zumbi dos Palmares, pela Câmara Municipal de Salvador (2020).

 

Cyro de Mattos verbete no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; Dicionário Literário Brasileiro, de Raimundo de Menezes; Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Coutinho; Literatura e Linguagem, de Nelly Novaes Coelho; Navegação de Cabotagem, de Jorge Amado; Bibliografia Crítica do Conto Brasileiro, de Celuta Moreira Gomes e Theresa da Silva Aguiar, e Enciclopédia Barsa.

 

Algumas Opiniões sobre a Poesia de Cyro de Mattos


No Lado Azul da Cançãé um livro belo e denso, do mar e dos bichos, dos animais que fazem parte da nossa vida. Poderoso canto do mar e do amor,  o amor do homem e da mulher em todos os detalhes do oceano imenso. Jorge Amado, romancista, da Academia Brasileira de Letras.

 

O poema Rio Morto é uma bela e nostálgica visão do que os homens estão fazendo hoje com o mundo em que lhes cumpre viver. É belo e doloroso... que os homens se sintam tocados por ele! Nelly Novaes Coelho, escritora, doutora em Letras, da USP.

                                

Em Viagrária e A Casa Verde esplende o timbre nativo da origem e da raiz; e da memória tornada linguagem. Ledo Ivo, ficcionista, ensaísta e poeta, da Academia Brasileira de Letras. 

 

A sua poesia é uma poesia cheia de referências que identificam os signos da vida e do homem. A sua poesia é uma busca interminável dos caminhos da infância perdida, dos caminhos que passam pela anca dos rios e pelas várzeas onde burros encantados vão deixando marcas do menino pelas estradas do reino. Francisco Carvalho, poeta.

 

Cancioneiro do Cacau è poesia dagli ampi orizzonti storici ed esistenziali, articolata in lucidi spazi lirici, che evocano misteri ed epopee brasiliane di grande suggestione  (anche nella traduzione di Mirella Abriani). Graziella Corsinovi, Presidente della Giuria Premio Letterario Internazionale Maestrale Marengo DOro, della  Università di Genova.  

 

Li e reli sua obra, com encanto dos sentidos e admiração por seu talento mágico. (Ich habe Ihr Werk gelesen und wiedergelesen mit dem  Entzücken  der Sinne und der  Bewunderung für Ihr magisches Talënto). Curt Meyer-Clason, autor e tradutor de Zwanzig Gedichte von Rio und andere Gedichte, antologia, Projekte Editora, Halle, Alemanha, 2009. 

 

                   “É desta janela pessoana que escolho ler aqui o sensualíssimo lirismo de Cyro de Mattos, que em poemas da mais cristalina corrente-do-existir dá a beber a precária realidade-de-ser. Maria Irene Ramalho, Professora Doutora em Literatura Norte-Americana, da Universidade de Coimbra, Portugal, in Poemas Escolhidos/ Poesie scelte, Segundo Prêmio Internacional de Literatura Maestrale Marengo dOro, Gênova, Itália, para obra estrangeira inédita (2006), Editora Escrituras, São Paulo, 2007.

 

 ... mas é a problemática humana, em sua  visão global, o que assoberba o poeta, e é preciso ler este seu livro devagar, sorvendo aos poucos a beleza de sua linguagem. A atitude do poeta é simples e profunda diante da vida, não só neste cancioneiro, mas em toda a sua obra poética. Assis Brasil, ensaísta e ficcionista.

 

 Tive o prazer de ler o seu livro Poemas Iberoamericanos, encontrando nele, entre líricas memórias, encantatórias leituras e releituras, um texto que se insere perfeitamente nas atualidades nacionais: o poema "Pátria Amada", que parece reescrever, ao mesmo tempo, o de Gonçalves Dias que lhe serve de mote, e o "Pátria Minha", de Vinícius de Moraes. Bela sacada. Antonio Torres, romancista, da Academia Brasileira de Letras.

 

Para além dos localismos mais ou menos exóticos, o lugar da poesia é qualquer lugar onde o poeta circunstancialmente esteja, disposto a permitir que a cor local se transforme em paleta multicolorida como o faz, com maestria, o poeta de Itabuna. Carlos Felipe  Moisés, poeta e crítico, Doutor em Letras, da USP.

 

 

SERVIÇO

 

O quêLançamento livro Canto até hoje

Obra poética completa: Comemoração dos 60 anos de atividades literárias

Autor: Cyro de Mattos

Onde: Canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado)

Quando: Dia 08/04, às 19h

 

Live: 1h30, com mediação da jornalista, diretora de TV e produtora cultural Mira Silva e participação especial da escritora e psicóloga Lilia Gramacho, do romancista e poeta Aramis Ribeiro Costa, do jornalista Oscar DAmbrosio, do poeta e ensaísta Cid Seixas e da presidente da Fundação Casa de Jorge Amado, e Ângela Fraga.

 

Acesso: gratuito

Fontes oficiais para entrevistas: Cyro de Mattos, mediadora e participantes da live

Fanpage INSTA: @cantoatehoje

Fanpage FB: Canto até hoje

Site: http://cyrodemattos.blogs pot.com

Hastags Institucionais: #culturaquemovimenta #artesbahia #leialdirblancbahia #programaaldirblancbahia #premiodasartesjorgeportugal #funceb #funcacaopedrocalmon #casadejorgeamado

Assessoria de Imprensa: Adriana Nogueira (71) 99118-7870

terça-feira, 30 de março de 2021

ENTREVISTA

Foto: Ítalo Matos. Ao fundo, a biblioteca Dorival de Freitas, da ALI.

"Somos uma instituição que se dedica a estudar, incentivar e promover os autores da literatura baiana e brasileira"


O portal de notícias www.jornaldireitos.com e o jornal DIREITOS entrevistam o recém empossado presidente da Academia de Letras de Ilhéus (ALI), o escritor, gestor cultural Pawlo Cidade (foto).

DIREITOS – Quando e quem foram os fundadores da Academia de Letras de Ilhéus (ALI)?

PAWLO CIDADE – A Academia de Letras de Ilhéus foi fundada em 14 de março de 1959, entre seus fundados estão Abel Pereira, Halil Medauar, Osvaldo Ramos, Nelson Sachaun, Francolino Neto, José Nunes de Aquino, Jorge Fialho, Washington Landulfo, Nilo Cardoso e Plínio de Almeida. Que por sinal, se tornou a primeira diretoria. Mas podemos citar ainda grandes nomes como o poeta Sosígenes Costa, o geógrafo Milton Santos, o ex-ministro José Cândido de Carvalho Filho e Otávio Moura.

DIREITOS – Quais são os objetivos e finalidades da Academia de Letras de Ilhéus (ALI)?

PAWLO CIDADE – Nosso estatuto é bem claro quanto a isso. Neste momento estamos fazendo uma reforma para adequá-lo ao Art. 5º, da Constituição Federal, ao Código Civil de 2002 e a Lei nº 13.019/2014, que trata do Marco Regulamentório das Organizações da Sociedade Civil, sem perder nossos principais objetivos e finalidades que têm a cultura da língua e da literatura nacionais, nas suas relações com as ciências e as artes, sob a divisa Patriae Litteras Colendo Serviam, “Cultuando a pátria, servindo as letras”. 

Somos uma instituição que se dedica tanto quanto possível, a estudar, incentivar e promover os autores da literatura baiana e da literatura brasileira, assim como à realização de capacitações, cursos, eventos, saraus, encontros, seminários, feiras e festivais, a exemplo do FLIOS – Festa Literária de Ilhéus, do Prêmio de Literatura Sosígenes Costa e em breve o Prêmio Castro Alves de Poesia e a entrega da Comenda Ruy Barbosa. Todas estas ações fazem parte de nossas finalidades e permitem uma integração da instituição com o meio social em que está inserida. Além de estimular o movimento intelectual onde quer que consiga chegar com sua influência, sugerindo aos poderes públicos medidas necessárias.

DIREITOS – O que vem a ser a Comenda Ruy Barbosa?

PAWLO CIDADE – A Comenda Ruy Barbosa é um projeto que irá homenagear profissionais, intelectuais e artistas de diversos campos de atuação. Entre eles, a saúde, as artes, o judiciário. Mas antes de dar mais detalhes iremos primeiro apresentá-la aos confrades e confreiras para regulamentação, aprovação e criação de uma comissão que fará a escolha dos homenageados. É comum à nossa confraria erguer bandeiras somente após ouvir nossos pares. O que não é nenhuma dificuldade para mim, já que venho de uma escola em que estou acostumado a ouvir os mais interessados de um determinado segmento quando apresentamos uma nova proposta.

DIREITOS – Quais foram as ações desenvolvidas ao longo dos anos pela ALI que merecem destaques?

PAWLO CIDADE – A gestão anterior, sob o comando do professor e historiador André Rosa foi muito bem avaliada e merece elogios. Dentre as principais articulações eu destaco o Prêmio Sosígenes Costa e a FLIOS – Festa Literária de Ilhéus, em parceria com importantes instituições públicas como a UESC/Editus e a Fundação Pedro Calmon e a criação de saraus literários. 

DIREITOS – O senhor acha importante dar continuidade a projetos que se destacaram na gestão anterior?

PAWLO CIDADE – Absolutamente! Aprendi que as boas práticas, os bons costumes e o que foi bom para um período, pode e deve ter solução de continuidade. A gestão passada abriu as portas da Academia para a sociedade civil, para o diálogo, para o bom debate. É fato que algumas coisas precisam ser ajustadas e ter o devido tom na execução. Nós daremos continuidade à FLIOS e ao Prêmio Sosígenes Costa. Somos uma tertúlia de pensadores e intelectuais com uma única missão: Patriae Litteras Colendo Serviam. A ALI não é o escritor Pawlo Cidade, o historiador André Rosa, o poeta Geraldo Lavigne. A ALI é um conjunto de 40 membros com a finalidade primeira de cuidar, sobretudo, do nosso maior patrimônio. 

DIREITOS – Quais são os critérios para ser aceito como imortal da ALI? E se existe alguma cadeira vaga atualmente?

PAWLO CIDADE – Para fazer parte do quadro de imortais, o candidato ou a candidata à vaga de membro efetivo, deverá ser indicado por, no mínimo, três membros efetivos, como atestam nosso Estatuto e nosso Regimento Interno. Se a indicação for chancelada pela maioria absoluta dos membros efetivos, o candidato é declarado admitido.

DIREITOS – A Academia de Letras de Ilhéus aceita como membro de seu quadro intelectual de outras cidades e/ou regiões?

PAWLO CIDADE – Sim. Dos membros efetivos da Academia, trinta devem ser, obrigatoriamente, baianos natos, podendo os dez restantes serem ou não baianos de nascimento, contanto que sejam brasileiros, e, no caso de não serem baianos, possam ter-se como tais, pela sua atuação cultural, intelectual e social na Bahia. A última versão do estatuto ratifica isso. 

DIREITOS – Quais são os endereços físico e virtual e telefone (s) de contato (s) da ALI?

PAWLO CIDADE – A Academia está situada à Rua Antônio Lavigne de Lemos, 39, centro de Ilhéus. Nosso telefone de contato é o 73.3231.1612. Nosso e-mail: academiadeletrasdeilheus@gmail.com e blog: http://academiadeletrasdeilheus.blogspot.com

DIREITOS – Além do senhor como presidente da ALI, quais são os demais membros da atual diretoria e suas funções?

PAWLO CIDADE – A diretoria eleita para o biênio 2021-2023 é composta pelo vice-presidente doutor Gustavo Cunha, a secretária geral e advogada Jane Hilda Badaró; o 1º secretário, professor Sebastião Maciel; a 2ª. secretária, a escritora Luh Oliveira; a 1ª. tesoureira, a museóloga Anarleide Menezes; o 2º tesoureiro, o pediatra e escritor Leônidas Azevedo; o diretor da revista, Ramayana Vargens e a diretora de biblioteca, Baísa Nora.

DIREITOS – Quais são as propostas dessa gestão para o biênio 2021-2023?

PAWLO CIDADE – Nós não pensando apenas em propostas que se limitem apenas a mensurar o tempo, aos recursos necessários a sua execução e as ações que vão tirá-las do papel para a prática. Apresentamos um Plano de Ação que contemplem, sobretudo, metas institucionais, metas operacionais e metas de fomento. Ou seja, se você tem uma missão a ser cumprida, você precisa ter uma visão de onde você quer chegar. Desta forma, queremos uma Academia que seja a representação e a referência do livro e da leitura na Bahia. Projetos como a FLIOS e prêmios literários; auxiliar na publicação de obras literárias e científicas ou artísticas de autores regionais que não disponham dos recursos necessários; promover autores e autoras da literatura regional; coligir dados biográficos e literários de autores regionais, como subsídio a estudos da literatura produzida em nosso meio, criar um memorial da academia, um espaço para exposição e venda dos livros baianos, são alguns destes projetos estruturantes.

DIREITOS – A ALI desenvolve parcerias com outras instituições da cidade e/ou região?

PAWLO CIDADE – Sim. Além de empresários locais, ao longo da nossa história temos firmado parcerias com a prefeitura municipal de Ilhéus, a Secretaria Estadual da Cultura, a Fundação Pedro Calmon, a Universidade Estadual de Santa Cruz e com empresas de segurança, como a VIP Segurança que tem sido nosso braço forte ao longo destes anos.

DIREITOS – Suas considerações finais.

PAWLO CIDADE – As Academias de Letras precisam estimular, facilitar, organizar e estar presente no movimento intelectual onde quer que consigamos chegar com nossa influência, dizendo aos poderes públicos quais as medidas convenientes a serem tomadas. Tem que estar na dianteira das políticas públicas, sobretudo, do livro e da leitura. Não podemos, por exemplo, nos omitir diante do baixo índice de leitura da região. Temos que fazer mais do que reclamar daqueles que não gostam de ler, das políticas ineficazes ou dos projetos eventuais. Nós, literatos, escritores, intelectuais e leitores sabemos do poder transformador de um livro. Um livro pode mudar a vida de muita gente. É papel das Academias, também, despertar o interesse pela leitura. Enquanto estivermos à frente da ALI, faremos este papel.

Disponível em: http://jornaldireitos.com/#/entrevista?p=15788 Acessada em 30/03/2021. Publicada no site www.jornaldireitos.com em 29 de março de 2021.

domingo, 28 de março de 2021

ACADEMIA DE LETRAS FARÁ ALTERAÇÃO DE SEU ESTATUTO


CONVOCAÇÃO 


O Presidente da Academia de Letras de Ilhéus convoca todos os seus membros para ASSEMBLEIA GERAL a ser realizada em 01 DE ABRIL DE 2021, QUINTA-FEIRA, às 18 horas, havendo quorum metade mais um de seus membros, ou às 18h30, em segunda convocação com número de membros presentes. A reunião se dará DE FORMA REMOTA, PELA PLATAFORMA MEET, com o objetivo da discussão e aprovação do ESTATUTO/REGIMENTO DA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS. Ao final, será lavrada ata, que junto ao Estatuto, serão encaminhados para registro e averbação no Cartório/Ofício de Registro de Títulos e Documentos e Registro Civil de Pessoas Jurídicas de Ilhéus-Bahia. Tal procedimento se faz necessário para regularizar civilmente a ALI, de modo a atender a nova legislação federal que rege a matéria.



Ilhéus, 26 de março de 2021


João Paulo Couto Santos /Pawlo Cidade- Presidente ALI

Jane Hilda Mendonça Badaró- Secretária Geral ALI


ATENÇÃO! A minuta do novo estatuto será enviado por e-mail à todos os membros e compartilhado também no grupo da ALI. Aqueles que não receberem, gentileza entrar em contato com a secretaria ou enviar e-mail para: academiadeletrasdeilheus@gmail.com 

sábado, 27 de março de 2021

HOJE É DIA MUNDIAL DO TEATRO! NOSSA HOMENAGEM A ESTA ARTE FANTÁSTICA DO ESPETÁCULO

Quintas Culturais desta semana conta com apresentação de teatro

Quando tudo isso passar, certamente estaremos na primeira fila, para sentir de perto a energia, o pulsar, o movimento, o gesto, o choro, o riso, e a magia de uma das maiores artes da nossa história! 

Viva Téspis de Ática! 

Parabéns a todos e todas artistas de Teatro do Brasil e do mundo. 


* Téspis de Icaria, (século VI, A.C.), cantor grego de ditirambos durante o século VI a.C., foi, segundo algumas fontes da Grécia Antiga e especialmente Aristóteles, o primeiro ator do Ocidente a representar um personagem numa peça teatral. Segundo outras fontes, ele introduziu a figura do ator principal, destacando-se do coro.

quarta-feira, 24 de março de 2021

CONFRADE ALEILTON FONSECA ESCREVE POEMA ÉPICO SOBRE A PANDEMIA

Durante a pandemia da Covid-19, o confrade Aleilton Fonseca, membro da cadeira nº 24, escreveu um longo poema que  narra a trajetória do coronavírus pelo planeta, de janeiro até setembro de 2020. A Terra em pandemia, publicado pela Editora Mondrongo, estrutura-se em cinco cantos: O enterro dos mortos, Um jogo de cartas, A Terra em pandemia, O desfile das infâmias e Canto final.

São 620 versos, em 62 estrofes. De forma cronológica, registra aspectos tristes e emocionantes da pandemia no Brasil e no mundo. O livro dialoga com o famoso poema The waste land (1922), de T.S. Eliot, ao descrever a terra devastada pela doença e pela dor, em que o sofrimento e o luto levam o poeta a refletir sobre as estruturas podres de um mundo enfermo, que não respeita as regras da natureza e por isso se encontra condenado pela crise ecológica e pelas desigualdades sociais.

O poema convoca e cita diversas vozes de poetas e filósofos históricos como Ovídio, Platão, Dante Alighieri, William Shakespeare, Cervantes, Camões, Descartes, Charles Baudelaire, Stéphane Mallarmé, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar e Patativa do Assaré, entre outros.

Há também várias passagens originais em inglês, alemão, francês, espanhol, italiano, chinês catalão, japonês e até em árabe, grego, latim e sânscrito, tudo traduzido e explicado em 62 notas de rodapé.

Publicado originalmente no site: RASCUNHO

LEIA O LIVRO AQUI

(O link ficará disponível gratuitamente até 6 de abril de 2021).

domingo, 21 de março de 2021

ARTIGO

Diretoria biênio 2015/2017. Da esquerda: Euzner Teles (Vice-presidente), Alfredo Silveira (Tesoureiro), André Rosa (Secretário), José Nazal (Presidente), Arléo Barbosa (Membro honorário), Raimundo Sá Barreto Neto (Bibliotecário), e Isaac Albagli, representando a memória do pai, Manoel Carlos Amorim de Almeida, patrono do instituto.

 Uma década de filiação ao Instituto 

Histórico e Geográfico de Ilhéus


*Vercil Rodrigues

 

 

           O ano de 2011, portanto, a 10 anos, foi um ano emblemático na vida desse doublé de professor, jornalista, advogado, empresário de comunicação – fundador dos jornais e portais de notícias DIREITOS e O COMPASSO – e autor de livros nas “horas vagas.”


Nesse ano com um grupo de intelectuais de Itabuna, fundamos no dia 4 de abril, a Academia Grapíúna de Letras (AGRAL), a primeira academia de letras de Itabuna, já no dia 5 de maio – dia do meu aniversário – fui empossado na cadeira 21, cujo patrono é Francisco Borges de Barros e tem como fundador Paulo Cardoso Pinto, na Academia de Letras de Ilhéus/ALI (fundada no dia 14 de março de 1959), realizando um sonho acalentado a muito tempo. E ainda nesse mesmo mês, dia 20, junto com um grupo de operadores do Direito sulbaiano, idealizamos e fundamos a Academia de Letras Jurídica do Sul da Bahia (ALJUSBA), a primeira do gênero a ser implanta no interior do estado.

 

No começo daquele ano, dia 10 de janeiro, enquanto historiador formado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), especialista em História Regional (UESC) e professor de História da rede pública estadual da (SEC/BA) a mais de duas décadas, o ápice foi ter sido aceito pelo Instituto Histórico e Geográfico de Ilhéus (IHGI) como membro efetivo, na gestão do historiador e professor-doutor da UESC André Luiz Rosa Ribeiro, que então presidia o órgão.


O Instituto Histórico e Geográfico de Ilhéus (IHGI), foi fundado em 28 de Junho de 1953, é uma sociedade civil de caráter científico e cultural, reconhecida de utilidade pública municipal pelo Decreto nº 2.929 de 6 de novembro de 2001, com a finalidade de promover o estudo e a divulgação da História e dos aspectos geográficos regionais, mediante conferências públicas, publicações de obras científicas, conservação e guarda de documentação, manutenção de intercâmbio com instituições congêneres do estado e do país, manutenção de bibliotecas e arquivos especializados, promoção de cursos abertos à comunidade, assim como colaborar com os poderes públicos nas solenidades cívicas que se realizem, a exemplo do 28 de Junho – Dia da Cidade (Lei Municipal nº 921 de 10/03/1967).


Vale salientar que, grande parte do conhecimento produzido sobre a história da antiga capitania de São Jorge dos Ilhéus até os dias de hoje foi produzido por seus sócios e apresentado em forma de teses acadêmicas, livros didáticos e científicos, assim como por palestras em inúmeros eventos culturais.

 

* Vercil Rodrigues, membro da cadeira nº   21.