A 5a Festa Literária de Ilhéus, uma promoção conjunta da Academia de Letras de Ilhéus e a Editus - Editora da UESC, foi encerrada com "gostinho de quero mais" na noite do último sábado, às 18h, com a conferência de Jeferson Tenório sob o tema homônimo de seu premiado livro "O Avesso da pele", para um auditório repleto de amantes da literatura. Jeferson Tenório nasceu no Rio de Janeiro, em 1977. Radicado em Porto Alegre, é doutorando em teoria literária pela PUCRS. Estreou na literatura com o romance O beijo na parede (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores. Teve textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol. É autor também de Estela sem Deus (2018). O avesso da pele (2020) é seu romance mais recente, publicado pela editora Companhia das Letras.
Durante quatro dias de festa, bate-papos literários, workshops, contação de histórias para crianças, sarau, lançamento coletivo e feira de livros fizeram parte da programação que este ano foi realizada em cinco espaços, a saber: Sindicato Rural de Ilhéus (bate-papos literários e sarau), Academia de Letras de Ilhéus (workshops sobre a escrita), Museu do Cacau (feira de livros), Rua Almirante Barroso (programação infantil e musical) e no Palácio Paranaguá (lançamento coletivo de livros das editoras Via Litterarum, Plante e Editus).
ABERTURA - A conferência de abertura deste ano foi apresentada por Viviane Mosé, (foto Ruy Penalva), com o tema: "Literatura e utopias do imaginário", também lema da festa. Viviane Mosé é capixaba, psicóloga e psicanalista, graduada pela Universidade Federal do Espirito Santo, onde tornou-se especialista em Elaboração e Implementação de Politicas Públicas. (Desta especialização nasceu o livro A resistência tapuia na Capitania do Espírito Santo, publicada em 2012). É Mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, (cuja tese foi publicada com o Título Nietzsche e a grande política da linguagem, em 2005, pela Editora Civilização Brasileira) e autora de doze livros entre poesia, filosofia, educação, tendo duas indicações ao Prêmio Jabuti, Stela do Patrocínio – Reino dos bichos e dos animais é o meu nome, de 2002, e A Escola e os desafios contemporâneos, de 2013.
BATE-PAPOS E ATIVIDADES - A primeira mesa da programação do dia 14 teve início às 9h e foi marcada pela poesia modernista na contemporaneidade com Aleilton Fonseca, André Rosa, Geraldo Lavigne de Lemos e mediação de Cátia Hughes. Paralelamente, o workshop "A arte da escrita", foi ministrada na Academia de Letras de Ilhéus pelo escritor Ivo Korytowski.
Mesa de abertura - A poesia modernista na contemporaneidade
Na sequência, às 14h, Ivo Korytowski, Wilson Mendes e Pawlo Cidade trouxeram à tona um cronista esquecido pelos ilheenses, Fernando Leite Mendes que nos idos pré-internet em que todo mundo lia jornal, tivemos uma plêiade de notáveis cronistas literários, entre eles, o ilheense Fernando Leite Mendes. Às 16h, Elisa Oliveira, Luh Oliveira, Neila Bruno Brasil e Kali Oliveira falaram sobre "A arte e a vez de escrever para crianças" debatendo que é preciso redescobrir palavras, conversar com as crianças para que possamos escrever para elas. Por fim, às 18h, encerrando a programação do segundo dia do evento, o Palácio Paranaguá foi palco do lançamento coletivo de livros das editoras Via Litterarum, Plante e Editus. Cerca de vinte autores estiveram presentes para apresentar suas obras ao grande público que esteve presente. Entre eles, o homenageado Ruy do Carmo Póvoas, Jorge Araújo, Neila Bruno e Marcelo Henrique.
Lançamento coletivo de livros no Palácio Paranaguá
O terceiro dia, às 9h, começou com Elis Matos, Iran Melo e Tales Pereira/Tallúyz Mann discutindo o tema: "Todas, todos e todas: uma questão de gênero e linguagem" que, embora já consolidados, os estudos de gênero ganham cada vez mais corpo não só no campo acadêmico, com interface em disciplinas de várias áreas, mas também no debate social. Ao mesmo tempo, o workshop "Transformando ideias em contos", ministrado por Neila Brasil, ocorria no auditório da Academia de Letras de Ilhéus e a contação de histórias pela Bibex e o Proler na rua Almirante Barroso.
À tarde, às 14h, para uma plateia repleta de estudantes, Edgard Abbehusen, escritor, jornalista e compositor, autor dos livros “Quem Tem Como Me Amar Não Me Perde Em Nada” (Villardo, 2017), “O Que Tiver de Ser Amar (Villardo, 2019) e “Acredite Na Sua Capacidade De Superar (Planeta, 2020) e mais de um milhão de seguidores no Instagram, ao lado das queridas Julianna Torezani e Rita Virgínia Argollo falaram sobre "Redes sociais: entre a arte e o controle". Distantes do cenário em que pensávamos o ciberespaço como um ambiente de compartilhamentos e trocas, passamos pela experiência da apropriação e debate cercados por estratégias de mercado. Neste contexto, a mesa discutiu se seria possível pensar as redes sociais como suporte para a arte sem ter em mente as questões em todo da chamada sociedade de controle.
Às 16h, Fabrício Brandão, Jane Hilda Badaró, Maria Luiza Heine e Tcharly Briglia abordaram sobre "Poesia, arte e internet" salientando que a diversidade de contextos na atualidade e a velocidade com que se propagam ideias e ideais, a poesia tem ganhado cada vez mais espaço no mundo virtual e descido, literalmente, das estantes. A programação do penúltimo dia da festa terminou com o Sarau "Poesia de Aluvião", dirigido por Geraldo Lavigne de Lemos e Fabrício Brandão. Na oportunidade também foi lançado o livro homônimo organizado por eles e com a participação de quinze poetas do Sul da Bahia.
No quarto e último dia da celebração das letras, às 10h, Karen Ramos, Milena Magalhães e Thiago Soares fizeram uma roda de conversa com um objetivo de proporcionar um diálogo em torno da produção musical contemporânea e sua relação com a cultura, literatura e os anseios sociais sob o tema: "Corpos dançantes: música, literatura e artivismo". Às 15h foi a vez do sul-africano Mlungisi Mkhonza e do cineasta carioca Rodrigo Felha, mediados pelo professor Rodrigo Bomfim, falarem sobre "Favela, juventudes e narrativas do mundo". A roda de conversa propôs uma análise a partir do que se pode entender como diversidade de pólo emissor, da polifonia e dos diversos suportes que devem estar à disposição dos públicos mais variados, independentemente de espaço geográfico ou condições sociopolíticas.
À noite, Jeferson Tenório fechou com chave de ouro, seguido pelo show autoral de Ligia Callaz, às 20h, no palco Letto Nicolau, armado na rua Almirante Barroso.
Maurício Santa Moreau (vice-reitor da UESC), Pawlo Cidade (presidente da ALI), Mozart Aragão (Secretário da Casa Civil), Roger Sarmento (TV Santa Cruz) e Nívia Cohen (Coordenadora Institucional da Bahiagás). Foto Ruy Penalva.
APOIOS IMPORTANTES - Este ano a festa contou com o apoio cultural da Cesol, Setre, He-Net, Hotel La Dolce Vita, Proex, Proler, Fundação Pedro Calmon, Rádio Uesc, TV Uesc, Tv Santa Cruz, Bahia FM Sul, Ilhéus FM, Bar Vesúvio, Barrakitica e Patrocínio do governo do Estado da Bahia através da Bahiagás.
Maravilha!
ResponderExcluir