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domingo, 15 de dezembro de 2024
JOSÉ NAZAL PACHECO SOUB OCUPA A CADEIRA 38 NA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS
ELEITO MARCELO HENRIQUE DIAS PARA A CADEIRA 34 DA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS
Foi eleito no dia 13 de dezembro de 2024, para a cadeira nº 34, o professor e historiador Marcelo Henrique Dias. Ele ocupará a cadeira do efetivo anterior André Luiz Rosa Ribeiro.
Marcelo Henrique Dias é licenciado em História pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, é mestre em História Ibero-Americana pela Unisinos e doutor em História Social Moderna pela Universidade Federal Fluminense. Fez estágio pós-doutoral no Instituto de Ciências Sociais / Instituto Universitário de Lisboa. Atualmente é Professor Pleno da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC, Ilhéus-BA), pesquisador e vice-coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Bahia (NEPAB), coordenador do Centro de Documentação Histórica e Memória Regional (CEDOC-UESC) e integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em História da UESC (Mestrado em História).
Também é membro da Comissão Henrique Simões para os 500 anos de Ilhéus, da Academia de Letras de Ilhéus.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
ELEITA NOVA DIRETORIA DA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS PARA O BIÊNIO 25/26
quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
PALESTRA: O IMPÉRIO SUÍÇO DO CACAU: A EMPRESA WILDBERGER & CO. (BAHIA,1903-1946), SERÁ REALIZADA NA ACADEMIA
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
JOSÉ NAZAL PACHECO SOUB TOMA POSSE DIA 13 DE DEZEMBRO
sexta-feira, 15 de novembro de 2024
ELEIÇÕES DA NOVA DIRETORIA E DA COMISSÃO DE CONTAS
RETIFICAÇÃO DO EDITAL DE CONVOCAÇÃO DO
PROCESSO ELEITORAL PARA A DIRETORIA 2025-2026
A Academia de Letras de Ilhéus, presidida pelo Sr. João Paulo Couto Santos, eleito para o biênio 2023-2025, no uso de suas atribuições,
RESOLVE:
Retificar o Edital de Convocação, em atendimento ao Artigo 18.1, do Estatuto em vigor, de 7 de dezembro de 2023.
Art. 1º — Fica publicado o Edital de Convocação do Processo Eleitoral para escolha da Diretoria e da Comissão de Contas para o biênio 2025-2026, com o seguinte calendário:
ETAPAS/PERÍODOS
Inscrição de chapas — 2 a 5 de dezembro de 2024
Publicação da(s) chapa(s) inscrita(s) — 6 de dezembro de 2024
Período da campanha — 9 a 11 de dezembro de 2024
Eleições — 12 dezembro de 2024
Contagem dos votos — 13 de dezembro de 2024
Art. 2º — A diretoria para a composição e apresentação da(s) chapa(s) deverá ser formada pelo Presidente, Vice-presidente, Secretário-Geral, 1º Secretário, 2º Secretário, 1º Tesoureiro e 2º Tesoureiro e 3 (três) membros da Comissão de Contas.
Art. 3º — As diretorias de Revista e Biblioteca são de livre indicação do Presidente eleito e poderão ou não compor a chapa a ser inscrita.
Art. 4º — Os votos poderão ser enviados para o e-mail oficial da Academia de Letras de Ilhéus, a saber: academiadeletrasdeilheus@gmail.com ou depositados diretamente na urna em cédula própria, disponibilizados pela secretaria.
Art. 5º — A contagem dos votos se dará através de Assembleia Ordinária, convocada especialmente para este fim.
Art. 6º — A posse da nova diretoria se dará em 14 de março de 2025.
João Paulo Couto Santos
Presidente
terça-feira, 5 de novembro de 2024
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL PARA A DIRETORIA 2025-202
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DO
PROCESSO ELEITORAL PARA A DIRETORIA 2025-2027
A Academia de Letras de Ilhéus, presidida pelo Sr. João Paulo Couto Santos, eleito para o biênio 2023-2025, no uso de suas atribuições,
RESOLVE:
Art. 1º — Publicar o Edital de Convocação do Processo Eleitoral para escolha da Diretoria para o biênio 2025-2027, com o seguinte calendário:
ETAPAS/PERÍODOS
Inscrição de chapas — 12 a 16 de novembro de 2024
Publicação da(s) chapa(s) inscrita(s) — 18 de novembro de 2024
Período da campanha — 19 a 22 de novembro de 2024
Eleições — 25 e 26 de novembro de 2024
Contagem dos votos — 27 de novembro de 2024
Art. 2º — A diretoria para a composição e apresentação da(s) chapa(s) deverá ser formada pelo Presidente, Vice-presidente, Secretário-Geral, 1º Secretário, 2º Secretário, 1º Tesoureiro e 2º Tesoureiro.
Art. 3º — As diretorias de Revista e Biblioteca são de livre indicação do Presidente eleito e poderão ou não compor a chapa a ser inscrita.
Art. 4º — Os votos poderão ser enviados para o e-mail oficial da Academia de Letras de Ilhéus, a saber: academiadeletrasdeilheus@gmail.com ou depositados diretamente na urna em cédula própria, disponibilizados pela secretaria.
Art. 5º — A contagem dos votos se dará através de Assembleia Ordinária, convocada especialmente para este fim.
Art. 6º — A posse da nova diretoria se dará em 14 de março de 2025.
João Paulo Couto Santos
Presidente
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
RENÉE ALBAGLI NOGUEIRA, REITORA DA UESC (1996-2004), É ELEITA PARA A CADEIRA Nº 32
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
ENCONTRO EM ILHÉUS DISCUTE POETRIX COMO PROPOSTA POÉTICA PARA O NOVO MILÊNIO
Será no dia 30 de outubro (quarta-feira), às 19h, na Academia de Letras de Ilhéus, localizada na R. Antônio Lavigne de Lemos, 39, Centro.
O evento vai contar com a participação dos escritores Aleilton Fonseca, Cadeira 20 da ALB; Goulart Gomes, da Academia Internacional Poetrix (AIP); sob a coordenação do também escritor Pawlo Cidade (ALI).
Criador do Poetrix, Goulart Gomes apresentará os conceitos, origens e desenvolvimento deste subgênero literário, que completa 25 anos de criação. Abordará, também, os conceitos teóricos, as suas múltiplas formas e as aplicações do poetrix no âmbito educacional.
O evento é gratuito e aberto a todas e todos.
PARTICIPE!
Conheça mais sobre os participantes:
Goulart Gomes é escritor, mestre em Museologia, pós-graduado em Literatura Brasileira e em Comunicação Integrada, graduado em História e em Administração de Empresas. Escreve poesia há 40 anos, já tendo publicado 12 livros, obtido 70 premiações em concursos literários e participado de mais de 60 coletâneas e revistas, em diversos países. Criou a linguagem poética Poetrix, em 1999, que conta com centenas de praticantes.
Aleilton Fonseca é escritor e ensaísta, já publicou cerca de 30 livros, entre conto, romance, poesia e ensaio. Doutor em Letras pela USP, é professor de literatura da UEFS, em Feira de Santana, Bahia. Publicou em diversas revistas brasileiras e estrangeiras. Tem trabalhos traduzidos para francês, espanhol, inglês, italiano, neerlandês e alemão. Sua publicação mais recente é o livro ‘Vozes do nosso tempo’, escrito com o também Acadêmico Carlos Ribeiro. Além da Academia de Letras da Bahia, pertence à Academia de Letras de Itabuna e à Academia de Letras de Ilhéus.
Pawlo Cidade é escritor, dramaturgo, diretor de teatro, articulista, pedagogo, gestor cultural, educador ambiental, especialista em gestão e projetos culturais pela FGV—RJ. Foi presidente do Fórum de Agentes e Gestores Culturais do Litoral Sul da Bahia (2011-2013); membro do Conselho Estadual de Cultura da Bahia (2014-2017); Secretário de Cultura do Município de Ilhéus (2018-2019); Diretor das Artes da Fundação Cultural do Estado da Bahia (2020-2021). Tem 24 livros publicados. É presidente da Academia de Letras de Ilhéus (2021-2025).
A Academia de Letras da Bahia tem apoio financeiro do Governo da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
terça-feira, 15 de outubro de 2024
SESSÃO DA SAUDADE DE ANDRÉ ROSA: MEMORÁVEL
TU ÉS ANDRÉ
Noite memorável, a de hoje, neste 14 de outubro de 2024. A Academia de Letras de Ilhéus fez acontecer a Sessão da Saudade, uma homenagem a André Luiz Rosa Ribeiro. Professor, pesquisador, historiador e poeta, André foi reverenciado em falas profundamente marcadas por diversas pessoas que ocuparam a tribuna.
A primeira fala foi a do Presidente Pawlo Cidade que percorreu o perfil intelectual de André. Vários foram os enfoques em sua obra sobre temas da História de nossa Região. Pawlo recitou diversos poemas da autoria de André, transbordantes de lirismo.
Em seguida, Ana Lívia, irmã de André, deixou transbordar toda a emoção oriunda de seu reconhecimento e saudade. Professor Ramayana Vargens proporcionou uma fala ímpar, abordando virtudes de André, trazendo à tona seu profundo apreço pelo homenageado. Disse de uma saudade alegre por ter tido oportunidade de conviver com uma pessoa tão maravilhosa. Foi seguido por Márcia Valéria que fez valer profunda reflexão filosófica sobre a trajetória do homenageado. Janete Macedo traçou o percurso de André, desde a chegada dele à UESC, até se tornar o pesquisador que veio a ser. Por sua vez, Higyno se fez porta-voz do preito de gratidão que resumiu o imenso reconhecimento dos acadêmicos. Enquanto isso, Adélia Pinheiro tratou de seu conhecimento pessoal com André, num depoimento digno de nota.
Isso também acontece conosco, os humanos. Cada um de nós constrói sua personalidade a partir e em cima de uma pedra fundamental. Pensando, sentindo e refletindo sobre tudo que eu estava ouvindo sobre André, de repente, me dei conta, que faltava uma abordagem sobre a pedra fundamental, sobre a qual André erigiu todo o percurso de sua trajetória na existência. Acontece, porém, que as pedras fundamentais de uma construção civil ficam soterradas, no fundo de uma alvenaria, e nunca mais são lembradas nem referidas, quando a edificação fica pronta. Assim é também com as pedras fundamentais que sustentam as edificações de nós mesmos. Escondidas sob o solo que sustenta o edifício de nossas escolhas, de nossos percursos, de nossas realizações.
Outra coisa a considerar que a história de vida de cada um de nós se divide em capítulos vários e diferentes. Alguns deles são conhecidos pela maioria de nossos contemporâneos. Outros, por parentes, colegas e parceiros mais achegados. Outros mais, por pouquíssimas pessoas íntimas e de nossa confiança. E ainda há aqueles capítulos que somente a própria pessoa conhece.
Então, havemos de perguntar: que capítulos da vida de André estão para além do conhecimento da Universidade, da Academia, da maioria de seus contemporâneos. Esse é o espaço em que apenas seus amigos mais íntimos puderam tomar conhecimento.
Cumpre então outra pergunta: qual foi a pedra fundamental sobre a qual André construiu o edifício de sua vida? Para que a resposta seja verdadeira, é necessário percorrer outros caminhos trilhados por André para além da Universidade e da Academia. Só assim chegaremos a um terreiro de candomblé, pois foi justamente numa comunidade de religião de matriz africana que André encontrou o material suficiente e adequando para com ele, numa ação alquímica, compor a pedra fundamental de sua trajetória.
E quem é Mãe Ilza Mukalê? A nengua de angola daquele terreiro, mãe da resistência. Sem a pedra fundamental que o terreiro lhe ofertou, pelas santas mãos de Mãe Ilza, bem provável que nem a Universidade nem a Academia ganhariam o professor, o pesquisador e o poeta em que André se construiu. Certamente o chão lhe fugiria dos pés, as paredes ruiriam, a edificação viria abaixo, pois realmente, para a pessoa que André foi, era necessário que sua pedra fundamental se sustentasse no axé da ancestralidade, na vivência junto a seus iguais num terreiro de candomblé. Não se trata apenas de uma questão de crença, de fé, de religião. Trata-se de ser ou não ser.
Foi sob a tutela de Mãe Ilza Mukalê que André evoluiu na hierarquia do terreiro e chegou a um dos postos mais altos daquele terreiro. Foi sob a tutuela de Mãe Ilza que André se aceitou na sua complexidade de pessoa de axé. Foi sob a tutela Mãe Ilza que André se harmonizou com seu destino. Tudo o mais que ele construiu ou conseguiu fazer veio a reboque do axé. Servindo a Matamba, Zumbarandá e Zaze, André se tornou o que ele veio para ser. E disso apenas os terreiros de candomblé podem dar conta, pois nenhum conhecimento construído pela humana gente, por si só pode abarcar toda a complexidade que perfaz a nós, os humanos.
Irmão de fé e caminhada nas trilhas de terreiro, conhecedor do percurso realizado por André, aqui deixo meu sincero depoimento sobre nossas vivências, para além dos caminhos que também fizemos com os letrados. Ele, um Tata ti Inkice. Eu, um Babalorixá. Ambos, filhos de santo, gente de terreiro. Também professores, pesquisadores, poetas, com vários livros publicados. Oxalá seja louvado e André continue iluminado.
Texto de Ruy Póvoas
Babalorixá, Professor, Poeta e Prosador
Membro da Academia de Letras de Ilhéus
Titular da Cadeira 18
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
ASSEMBLEIA EXTRAORDINÁRIA
Portaria 013/2024 de 27 de setembro de 2024.
Dispõe sobre convocação de assembleia extraordinária.
A Academia de Letras de Ilhéus, presidida pelo Sr. João Paulo Couto Santos, eleito para o biênio 2023-2025, no uso de suas atribuições,
RESOLVE:
Art. 1º — Convocar todos os seus membros para Assembleia Geral Extraordinária a realizar-se em 01 de outubro de 2024 (terça-feira), de forma REMOTA, às 19h, em primeira chamada; às 19h15, em segunda chamada.
Art. 2º — As decisões a serem tomadas serão validadas com o número de acadêmicos presentes.
Art. 3º — Ficam estabelecidos os seguintes pontos de pauta:
1. Homologação do(s) candidato(s) à cadeira de nº 32;
2. O que ocorrer.
Art. 4º — O link para reunião será fornecido até 30 minutos antes do início da assembleia.
Art. 5º — Esta Portaria entra em vigor a partir da data de sua publicação.
João Paulo Couto Santos
Presidente
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
ALESSANDRO FERNANDES SANTANA É ELEITO PARA A CADEIRA Nª 9
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
NOSSA BIBLIOTECA
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
PROJETO MOTOBOYS DO BRASIL SERÁ APRESENTADO NA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS
“Além de exaltar este profissional tão essencial para a sociedade, queremos abrir espaço para colocar em pauta questões que vão além da cultura local, como a mobilidade urbana na região, algo que pode agregar ainda mais todo o potencial turístico da cidade”, conclui Mauro Rossi, CEO da Barro de Chão.
SERVIÇO:
Para mais informações, visite: Canal do Projeto Motoboys do Brasil no YouTube
DATAS:
Sessão solene de homenagem ao projeto Motoboys do Brasil
28/08/24 , às 15h30
Local: Câmara Municipal de Ilhéus
Lançamento da Exposição Motoboys do Brasil
28/08/24, às 18h30
Local: Teatro Municipal de Ilhéus
Lançamento do livro “Motoboys do Brasil”
29/08/24, às 18h30
Local: Academia de Letras
Exibição do documentário
30/08/24, às 14h30
Local: Sala Jorge Amado, UESC.
EQUIPE TÉCNICA:
Idealização e realização: Barro de Chão Editora e Produções Ltda.
Direção geral e produção executiva: Mauro Rossi, Mirelle Hampel
Patrocínio: Lubrificantes MobilTM
Pesquisa: Victor Melo, Leonardo Vinhas, Zozi Mendes, Celene Sousa, Lucas Hampel Meireles, Julian Alhadef, Mauro Rossi, Mirelle Hampel
Texto: Victor Melo, Leonardo Vinhas, Livia Santana, Mauro Rossi, Mirelle Hampel
Tradução: Sabrina Gledhill
Revisão de texto: Patrícia Calazans
Direção de arte: Mauro Rossi
Projeto gráfico: Zozi Mendes
Fotografias: Julian Alhadef, Aramaca, Mauro Rossi, Zozi Mendes
Ilustração: Nik Neves
Curadoria: Mauro Rossi
Projeto editorial: Barro de Chão
Audiovisual: Julian Alhadef
Web design: Lucas Hampel Meireles
Trilha sonora: Ed Staudinger
Tratamento de imagens: Culturando
Relações internacionais: Monique Rossi, Mauro Rossi, Mirelle Hampel
Assessoria para lei de incentivos: Luli Hunt
Prestação de contas: Cidadania Corporativa Arte e Cultura
Produtora assistente: Ivete Gomes
Assessoria contábil: Jotacont Contabilidade
INFORMAÇÕES À IMPRENSA
Mauro Rossi: (11) 94210-9001
(Curador e Diretor Executivo)
Lívia Santana: (71) 99138-3883
(Jornalista e assessora de imprensa)
terça-feira, 13 de agosto de 2024
ARTIGO
Cyro de Mattos, cadeira nº 16, fala sobre nosso confrade Carlos Roberto Santos Araújo, membro da cadeira nº 26 neste belo artigo sobre sua poesia
Poeta no Rio das Solidões
Cyro de Mattos
Nascido em Ibirapitanga, município da região cacaueira baiana, em 1952, Carlos Roberto Santos Araújo muda-se para São Paulo com a família aos treze anos de idade. Ainda jovem conquista o Prêmio de Poesia Estímulo-1970, promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, com o livro Lira dos dezoito anos. Diploma-se em Direito pela tradicional Faculdade de Direito da Universidade Federal de São Paulo. Exerce a advocacia durante cinco anos em São Paulo e na Bahia. Torna-se Juiz de Direito e atualmente é desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia. É também membro da Academia de Letras de Ilhéus.
Publicou: A nave submersa (1986), Lira destemperada (2004), Sonetos da luz matinal (2008) e Viola ferida (2010), livros integrantes do volume Poemas reunidos (2012). O ofício de ser poeta atrai Carlos Roberto Santos de Araújo na adolescência. Na sua estreia com A nave submersa, abraçado às vagas do sonho, através do sentimento apurado e pensamento arguto, aceita o desafio de propor um discurso de encantação e revelação no tempo fugaz de instantes feitos de chuvas, ausências que consomem os dias sem trégua. Versos vibrantes ousam decifrar o sentido íntimo das águas. Submerso na nave do sonho, segue na travessia incomum, na qual existem precipícios, demônios que apunhalam solidões com o beijo da morte. Não recua na vontade de querer decifrar o código do viver, descobrir o que se oculta por entre seres e coisas, nos recônditos dos dias, de provar o tom elegíaco aceso na saudade. No jogo dos valores universais.
Poeta do mergulho na realidade difícil do existir, perturba a verdade de seu canto, vazado na paisagem que convive com a solidão, saudade, lágrima, morte. O vazio em que está perdido é vida para esse poeta, reflete-se no entendimento de uma vocação legítima. E, no compromisso de que precisa ser asa plena para atravessar abismos, assume a carga do relacionamento feito à margem da vida, doce fruta, plataforma lançada sobre o tempo, com a sua face complexa, severa e absurda. Nessa nave interior é que se submete às realidades imaginadas que nos surpreendem, de construções pródigas do eu que se aprofunda diante dos contrários. Constata no ato difícil de ser essas águas dissipadas nas ressonâncias agudas. Depara-se nas paredes do ser em clima de vertigem, de perguntas sem resposta, de sensações insólitas onde o sol levanta-se para ser tragado pela noite. Se precária a vida, comporta o mundo incrementado de silêncios, do amor gravado na verdade pura de uma pedra, logrando extrair a sua imagem neutra, fixada no rio que é sua imagem.
Nos poemas em torno da morte do pai, na série de belos sonetos decorrentes de um espiritual humanismo integral, nos versos do poema longo ou curto, que incide nas reflexões sobre a existência, o poeta canta em si os dizeres cúmplices da vida e súplices da morte. Percute perplexidades e insônias. Submerso em sua nave do sonho, embora nela interfiram vestígios simbolistas, confirma segurança no artesanato, que o conduz com brilho no manejo de uma rota sem equívocos. Um ritmo semântico de que é possuidor é o seu movimento quando conduz “um pouco de sangue nas palavras.” Em constante canção ferida de notas tristes ocupa-se o seu enunciado, faz-se pungente nos pulsos do poeta lúcido, do combatente da noite, sem hesitações quando a enfrenta vestido dos fios sem fim da aurora.
Poeta com sede de mel que escorre da existência, resgata a memória no verso vazado de ardor no sentimento, do sonho a imagem feita de cega lágrima da luz, da vida ida, mas vivida com as palavras emprestadas à fantasia. Nela se torna um mergulhador de águas revoltas e esquecidas. No discurso consistente, seus fachos de luz acendem o sangue lírico da existência capaz de revelar a dialética do eu pulsando os impasses no outro, na alma inquieta em seus momentos de transe, mas que não se agarra ao desespero dos dias. No verso ferido com as perdas que rolam nos precipícios mostra que se não fosse o sonho não teria como tirá-las do tempo fugaz enquanto dura a eternidade. Sonho e memória pelos campos de silêncio, sentimento e pensamento formando uma unidade harmoniosa, que se expressa como notas feridas do amor para dizer de descobertas nos momentos tormentosos propostos em segredo pela vida.
E porque sabe o peso das palavras, o milagre que opera o poema quando ilumina o ser, já se faz presente no que foi como homem do campo, renascendo da memória lírica entranhada no peito, que se derrama no encontro de abril das mais belas avencas. Homenageia no enunciado do sol oculto o cavalo sem o orgulho da paisagem, sem a companhia da chuva e do vento, sem tremores e relinchos, solitário, tornado comida de rapinas, não mais flor quadrúpede por entre relâmpagos e penhascos. Captura a mentira que se enreda nas feridas que possuem os dias, nos caminhos mortos pelo tempo, provados nas notas ardentes de seus ruídos, para que a vida não seja em vão, embora passe para sempre, mas esteja cheia de sonhos.
Esse canto genuíno, sem maquiagem da poesia alheia, nasce das veias excitadas de ardor no tempo fugitivo, em conexão com a memória e o sonho, nutrido de emoções e impulsos que resgatam delitos, expressos na passagem da vida com a lucidez do que se perde. E, principalmente, do que como ternura e tristeza fazem parte de uma cena que não volta através da vivência do poeta. De lastros clássicos, formas antigas, mostra uma predileção pela métrica e a rima. Sentimento e pensamento unem-se como unidade plasmada na imagem possuída de realidade e dinamismo inventivo. Símbolos e metáforas alcançam com equilíbrio criaturas e coisas, figuras que se acendem na memória através de lembranças, retiradas de paisagem passada para que sejam vistas no presente em que pulsam a lucidez e a embriaguez que o imaginário propicia como exercício fecundo da vida recriada. O que a vida esconde com suas vozes mudas, o poeta com habilidade e talento desnuda, sabe da verdade como parte da vertigem do próprio vazio. Isso como iluminação do ser no universo cercado do mistério, do que se oculta perante a existência, feita de contingência e finitude. É o que se vê com sobras nas canções, sonetos, sextinas e até nos poemas modernos de verso livre.
Amante da nudez e transparência, para Carlos Roberto Santos Araújo a poesia armada de signos funciona como captura de nuvens e ausências. Veste-se de pássaro para tocar com seus voos de luz uma verdade maior: a vida como fundamento, poetizada como objeto recriado e acrescido de novos sentidos. É disso que resulta um cântico elucidativo do mistério da vida e da morte sob muitos matizes. Na entonação do discurso, que se aperfeiçoa na maturidade com a face achada da infância, ressoa uma música acumulada de adolescência na leitura do amor.
Em “O enterro da borboleta”, revela-se um prodígio de sutilezas líricas, de toque delicado, que sugere a foto da beleza sublimada com a fineza da palavra sensível, que ilude e cativa. No entanto é no soneto que se reinventa prodigioso nas artes singulares de seu estro. A feitura amadurecida do poema reveste-se de fulgores e sonhos, sereias que atraem nas águas da ilusão, para que momentos banhados de ternura sejam absorvidos no sentimento do ser-estar, devagar. Nessa condição, o verso seja capaz de transmitir o bem em tudo que se dobra com o vazio. Como ele alude no soneto antológico “No campo de sonhar”.
No campo de sonhar onde me atrito
Com as arestas inúteis do precário,
De súbito apodrece o lado estrito
Do mundo traiçoeiro, necessário
E propício como flor, e assim me agito
À procura de alçar meu canto vário,
Feito mais de silêncio que de grito,
Que o silêncio é a voz do solitário
Poeta, em tempo de mudez, maldito,
Vivendo a vida pelo seu contrário,
Entre rito e gemido involuntário,
Quando a sílaba translúcida, irrestrito
Cântico de amor, cintila no estuário
Do rio de solidões, que necessito.
São poucos os poetas que ousam compor uma coroa de sonetos no intuito de encher de sonhos o mundo. Trata-se de uma composição em verso formada por um conjunto de quinze interligados pelo tema, que, por sua vez, reparte-se em subtemas de idêntico teor. Repete-se o último verso no primeiro do soneto seguinte. O primeiro verso do décimo quinto se faz o mesmo que foi usado no último do primeiro soneto. O último verso do décimo quarto é repetido no último do décimo quinto soneto.
Carlos Roberto Santos Araújo motivou-se a compor sua coroa de sonetos, que fecha o volume Poemas reunidos, com o verso “À casa de meu pai retorno em sonho”, de Hélio Pólvora, contista consagrado, nascido em Itabuna, e poeta bissexto.
É preciso ler devagar para apreciar com serenidade a beleza que se espraia nesta coroa de sonetos. Sorver o mundo que o poeta foi desentranhar na infância, nas figuras do pai e da mãe, enfim, na casa erguida pela vida, perdida, cantada com amor pela voz do cantor vigoroso, amadurecido mergulhador no rio de solidões.
Leitura Sugerida
ARAÚJO, Carlos Roberto Santos. Poemas reunidos, Scortecci Editora, São Paulo, 2012.