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quinta-feira, 29 de julho de 2021

SESSÃO DA SAUDADE HOMENAGEIA O SAUDOSO CONFRADE JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO FILHO




QUEM FOI JOSÉ CÂNDIDO?

Natural de Boa Viagem (CE), o confrade José Cândido de Carvalho Filho, que ocupou a cadeira nº 39 da Academia de Letras de Ilhéus, nasceu em 13 de abril de 1924 e se formou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia em 1950 — já era licenciado em História pela Faculdade de Filosofia da mesma universidade. Em 1965, obteve o título de doutor em Direito Penal.

Antes de entrar na carreira jurídica, José Cândido foi deputado da Assembleia Legislativa da Bahia por duas legislaturas seguidas, entre 1959 e 1966. Logo em seguida, em 1967, tornou-se juiz federal no mesmo estado. Em 1969, assumiu como ministro suplente do TFR e tomou posse no cargo de juiz efetivo do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.

A partir de 1980, atuou como ministro efetivo do TFR, onde exerceu a presidência da 2ª Seção. Foi corregedor-geral da Justiça Federal entre 1987 e 1989 e também presidiu a comissão responsável pelas obras dos cinco tribunais regionais federais criados pela Constituição de 1988.

Depois de tomar posse no STJ, onde presidiu a 6ª Turma e a 3ª Seção, foi ministro substituto e efetivo do Tribunal Superior Eleitoral e corregedor-geral da Justiça Eleitoral. Era casado com Maria da Conceição de Carvalho, com quem teve três filhos: Cesar, Célia Márcia e José Cândido de Carvalho Júnior.

Morreu no dia 25 de abril de 2019, aos 94 anos, em Valparaíso de Goiás (GO).

DIA E HORÁRIO DA SESSÃO DA SAUDADE

A Sessão da saudade, regimentalmente estabelecida pela ALI, será realizada no dia 11 de agosto, às 19h, na sede da Academia, com limitações de pessoas e seguindo todos os protocolos sanitários. A saudação será ministrada pelo doutor Antônio Ezequiel, amigo particular do saudoso confrade. Quem não pude estar presente poderá assistir a sessão pelo YouTube e pelo Facebook da ALI.

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS PARTICIPA DO II WEBINÁRIO DE ESTUDOS AMADIANOS

 


Criado pelo Grupo de Pesquisa Crítica Literária e Identidade Cultural (CLIC), o Webinário Estudos Amadianos constitui-se como instrumento de divulgação, difusão, apoio e incentivo a pesquisas, atividades extensionistas e de ensino em andamento e concluídas, relacionadas à obra do autor brasileiro mais lido em todo mundo. O Webinário Estudos Amadianos constitui-se, ainda, como um projeto de formação de leitores, leitoras, professoras, professores, discentes e público em geral, falante de língua portuguesa.

Iniciado em 2020, agora em 2021 será realizado o II Webinário Estudos Amadianos com escritores e intelectuais de diversas universidades brasileiras e respeitados nomes da Nigéria, Polônia e Estados Unidos. Contará, também, com a participação da família de Jorge Amado, de escritores como Antônio Torres, Socorro Acioli, Itamar Vieira Júnior, Josélia Aguiar, Aleilton Fonseca, Cyro de Matos, Ordep Serra, Ruy Póvoas, Nelson Cerqueira, Sérgio Habib, Edilene Matos e outros grandes nomes. 

Para a sua realização o evento tem mais de duas dezenas de signatários com o apoio Cultural da Editora Companhia das Letras. Vale ressaltar a presença da Fundação Casa de Jorge Amado, da Casa do Rio Vermelho e das Academias de Letras da Bahia, Ilhéus, Itabuna e Aracaju com diversos imortais na nossa programação. Ao todo serão 19 Lives, sendo 17 Mesas e duas conferências. A conferência magna será proferida pelo professor doutor Félix Ayoh’OMIDIRE (Obafemi Awolowo, Ile-Ife, University, Nigéria) “A yorubaianidade de Jorge Amado e o triunfo dos orixá nagô na literatura brasileira”. Já o professor Prof. Dr. Eduardo de Assis Duarte (UFMG) tem como título de sua conferência “Dona Flor – nas encruzilhadas da nova mulher”.

Todas as Lives serão em língua portuguesa. Todos os inscritos receberão dois e-books da coleção “Cadernos de Leitura” sobre a obra de Jorge Amado e a cada Live novos livros serão ofertados. Visite o Canal Universidade da Gente. Confira a programação que vai de 4 a 31 de agosto de 2021 e faça logo sua inscrição no link .

PARTICIPAÇÃO DA ACADEMIA

No II Webinário Estudos Amadianos, a Mesa da ALI será 27.08, às 19:00 horas, com o tema: “Jorge Amado, múltiplo e plural: terra, morte e coronelismo“, com André Rosa que abordará a morte na obra de Jorge Amado; Maria Luiza Heine, que discutirá sobre Jorge Amado e os coronéis do cacau e o confrade Aleilton Fonseca que abordará "a mata viva, em Terras do sem-fim". A coordenação da mesa será do presidente da ALI, Pawlo Cidade.


sábado, 24 de julho de 2021

FUNDAÇÃO PEDRO CALMON RECEBE OBRA POÉTICA COMPLETA DE CYRO DE MATTOS



Jornalista e advogado, Cyro de Mattos, doou 70 livros de "Canto até hoje", sua obra poética completa, para as bibliotecas e espaço de leitura do estado. De acordo com o diretor geral da Fundação Pedro Calmon,
  Zulu Araújo, a obra de Cyro de Mattos é e será de grande valia para o estímulo do livro e da leitura em todo o estado. 

Cyro de Mattos é contista, novelista, romancista, cronista, poeta, ensaísta e organizador de antologia. É autor de 54 livros e seus contos e poemas figuram em mais de 50 antologias, no Brasil e no exterior. Conquistou mais de 40 prêmios literários. É membro efetivo do Pen Clube do Brasil, Ordem do Mérito da Bahia, no grau de Comendador, e da Academia de Letras da Bahia, Academia de Letras de Itabuna e Academia de Letras de Ilhéus. De acordo com o diretor geral da FPC, Zulu Araújo, a obra de Cyro de Mattos é e será de grande valia para o estímulo do livro e da leitura em todo o estado.



quarta-feira, 21 de julho de 2021

ARTIGO

          


Presença do Haicai em Abel Pereira 

                        Cyro de Mattos 

 

O haicai tem dezessete sílabas numa estrofe de três versos. O primeiro e o terceiro versos com cinco sílabas, o segundo com sete.  Para alguns estudiosos, esse poema minúsculo com uma estrutura tripartite tem suas origens incertas, nipônicas, bem antigas. Seu berço está na waka, forma poética de trinta e uma sílabas divididas em  versos de cinco-sete-cinco-sete-sete sílabas.

     Foi Bashô, um dos poetas mais consagrados da poesia nipônica, que deu autonomia, grandeza e solenidade ao haicai, no século XVIII, para que, em seu espaço breve, expressasse um estado emotivo relacionado com a natureza e a ciclagem permanente das estações. Destituído de simbolismo, rima e título no original, motivado pelas forças da natureza ou ciclo das estações, encerra uma sensação imitativa no espaço reduzido. 

   Concentra-se em pensamento poético ou filosófico, buscando alcançar no reino da natureza e sua conexão com o universo as zonas melodiosas do que nunca foi visto, ouvido e atingido. Dá a entender por isso que se destina a uma leitura poética feita em silêncio. Em sua ânsia de simplicidade, desconhecendo o descritivo, tem ainda como marca, registrada em tácito entendimento, o de plasmar a milenária sabedoria nipônica. Mais ouvir do que falar, fazer emanar da alma uma emissão poética de profundidade, que coincide neste ponto com o conceito grego quando diz que quanto menor a extensão maior a compreensão.   

Quem introduziu o haicai no Brasil foi o poeta paulista Guilherme de Almeida (1890/1969), com adaptações, incluindo a rima na estrutura sintética do poema.  Na sua maneira de construir o poema brevíssimo, fez com que o primeiro verso rimasse com o terceiro e, no terceiro, houvesse a  rima interna nas silabas tônicas, seguindo o esquema a-bb-a.  

Ao lado de Guilherme de Almeida, os poetas Millor Fernandes, Paulo Leminski e Olga Savary são nomes que não podem ser omitidos quando se fala na produção desse poema brevíssimo no Brasil, sob pena de omissão imperdoável.  Na Bahia, destacam-se como nomes de primeiro plano no cultivo do haicai o poeta Oldegar Vieira, que se revelava um apaixonado pelo poema de concisão e sobriedade, e mais recente o feirense Uaçaí Lopes.  

No sul da Bahia figuram como cultores exemplares desse poema minúsculo Abel Pereira e Gil Nunesmaia. Gustavo Felicíssimo é outro nome que desponta como exímio cultor desse poema, que anseia atingir o máximo com o mínimo, exprimindo estados emotivos que capturam, de súbito, o espetáculo perene da existência com o senso da natureza e as extensões da vida.     

Vários poetas brasileiros notabilizaram-se como autores de haicai. Alguns, íntimos do poema longo, de verso extenso, não ficaram imunes ao exercício prazeroso do   poema de configuração curta.  Uma maioria não quer nem ouvir falar dessa criatura que tem prazer em se acomodar no espaço ínfimo do verso e   que pega feito praga, na sua ânsia particular de querer dizer o máximo com o mínimo. Alegam os opositores que não passa de atitude de poeta pequeno, sem condição do voo largo, ficando por isso nesse exercício breve, que requer alguma destreza em espaço poético inferior.  Para ser escrito não exige fôlego criativo do legítimo poeta, argumentam em tom pejorativo.  Equívoco ou preconceito dos que lhe menosprezam, sem ligar nessas restrições de ambientes literários, o haicai vai ficando nas letras brasileiras, aparentemente sem equivaler a uma emissão de fôlego, mas atestando no jogo que emana da própria alma o quanto tem de larguras e funduras no que pretende dizer.

Pode-se dizer que o poeta Abel Pereira, baiano de Ilhéus (1908-2006), foi um colhedor de haicai, tamanha a presença do poema em seus livros, embora cultivasse também o soneto e poemas de versos livres. Usando a rima e o título, vemos em Abel Pereira que não é a forma do haicai que faz o poeta, mas o poeta, com sensibilidade e precisão, que faz o haicai.

Um dos fundadores da Academia de Letras de Ilhéus, tendo sido o seu primeiro presidente, durante vários mandatos, Abel Pereira publicou: Colheita (19570), Poesia até ontem (1977), Mármore partido (1989) e Haicais vagaluminosos (1989). Sua poesia tem motivação brasileira, com recortes no cenário de Ilhéus.

Como exemplo esclarecedor de sua poética com inspiração local, leia abaixo transcritos alguns haicais de Poemas à beira do cais:

 

Ancoradouro 

 

À noite no porto,

Os barcos têm os perfis parcos

De arvoredo morto. 

 

Carregamento

 

O cheiro bem forte

Das telhas novas nas velhas

Barcaças do Norte.

 

Vigília

 

Luz quase apagada.

Dormência. Um sono vence a

Barcaça cansada.

 

Velha Ponte

 

Vejo-a há muito tempo

Num gesto parado – resto

Que ficou do Tempo.

 

Grande Luta 

 

As barcas. Distúrbio.

A vária massa operária

Chega do subúrbio. 

 

O Vigia

 

No silêncio morto,

O apito do guarda: um grito

Que estremece o porto.

 

Encantamento

 

De encontro às ameias

Da pedra, o barco se quebra...

Cantam as sereias.

 

 

Sobre o poeta Abel Pereira disse Antonio Carlos Villaça: “Sim, um mestre. (...) Sem o senso da natureza não há haicai. Desde Colheita, Abel é um sagaz cultivador da mais sintética forma de poesia.” E Manuel Bandeira, um dos ícones da poesia modernista de 22, ressaltou: “Abel Pereira é um craque do haicai. Desde o primeiro, são cento e noventa e três estremecimentos, murmúrios ou rastros de perfume.”

 

 

Leituras Sugeridas 

 

MATTOS, Cyro de. Ilhéus de poetas e prosadores, antologia, Secretaria de Cultura da Bahia, Coleção Letras da Bahia, Salvador, 1998.

PEREIRA, Abel. Colheita, Simões Editora, Rio, 1957.

-------------------Haicais vagaluminosos, Massao Ohon Editor, São Paulo,  1989. 

 

·     Cyro de Mattos é ficcionista e poeta. Membro das Academias de Letras da Bahia, Ilhéus e Itabuna. Publicou 56 livros, de vários gêneros. Possui muitos prêmios literários. Primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa cruz. Foi distinguido com a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara de Vereadores de Salvador. Membro das Academias de Letras da Bahia, Ilhéus e Itabuna.

 

 

terça-feira, 20 de julho de 2021

MEMÓRIA DOS MEMBROS EFETIVOS ANTERIORES SERÃO POSTADOS NAS REDES SOCIAIS DA ACADEMIA


A Academia de Letras de Ilhéus estará lançando uma série de cards, com breves currículos, dos membros efetivos anteriores. Inicialmente foram publicados os cards com Zélia Gattai e Jorge Amado, ambos pertenceram a cadeira nº 13; e Hélio Pólvora, que ocupou a cadeira nº 8. Também foi lançado o card do escritor Adonias Filho, fundador e ex-ocupante da cadeira n° 9. 

A pesquisa ficará a cargo da confreira Maria Schaun e a edição dos cards sob a responsabilidade da presidência da ALI, o confrade Pawlo Cidade.

terça-feira, 13 de julho de 2021

ACADEMIA DE LETRAS REALIZA QUARTA EDIÇÃO DO “TERTÚLIAS ACADÊMIAS” NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 17

 



A cultura e a saúde determinam nossa existência? Os valores, as concepções que nós temos sobre saúde são sempre um traço cultural? Seria a cultura apenas um modo para ter prazer, para gozar, para defender o próprio interesse?

 

Saúde e Cultura são os próximos temas da quarta edição do Tertúlia Acadêmica. Sob o título de “Sem saúde não tem prosa”, os médicos Jorge Matos e Bernardo Guimarães, falam de suas carreiras como médicos e escritores, mediados pelo escritor Pawlo Cidade, e discutem questões como: A cultura e a saúde determinam nossa existência? Os valores, as concepções que nós temos sobre saúde são sempre um traço cultural? Seria a cultura apenas um modo para ter prazer, para gozar, para defender o próprio interesse?

Jorge Luiz Gonçalves Matos, membro da cadeira nº 7, médico ortopedista, nasceu em Canavieiras, BA, no dia 29 de abril de 1961, mas passou a sua infância na cidade de Camacan e mais tarde, mudou-se para Salvador, onde estudou Medicina, retornando para Ilhéus depois de formado. Diz escrever por prazer quando, em 1997, publicou seu primeiro livro “Seca, marginalidade e morte”. Possui sete livros publicados: “Trijuntos até a morte”, 2001; “Pecado sem culpa”, 2003; “Amor e obsessão em um só coração”, 2007 e “O meu lado obscuro”, 2011. Os temas estão sempre ligados ao cotidiano das relações familiares.

Bernardo Guimarães nasceu em Salvador, no dia 13 de março de 1953, mas vive em Nilo Peçanha, no Baixo Sul, onde atua como médico. Sua especialidade é saúde pública, desde 1978. Hoje trabalha com imagem. Escritor bissexto, é autor do romance “Morte Abjeta”, lançado em 2000, escrito em parceria com Judith Ribeiro. Escreve crônicas em blogs e nas redes sociais sobre o cotidiano.

 

SERVIÇO:

O quê? TERTÚLIA ACADÊMICA

Tema: SEM SAÚDE NÃO TEM PROSA

Quando? DIA 17 DE AGOSTO, SÁBADO

Horas? ÀS 18H.

Onde? PELO INSTAGRAM da ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS

segunda-feira, 12 de julho de 2021

NOTA DE PESAR DO CONFRADE MÁRIO AUGUSTO ALBIANI ALVES




A Academia de Letras de Ilhéus lamenta o passamento do confrade, pai, avô, bisavô, amigo e companheiro Mário Augusto Albiani Alves. O confrade, ocupante da cadeira nº 37, tomou posse na Academia de Letras de Ilhéus em 27 de novembro de 1991.

Que Deus possa confortar a família neste momento de dor. Só a saudade irá eternizar a sua presença.


Nossos mais sinceros sentimentos,



Cordialmente,

 

 

Pawlo Cidade

Presidente da Academia de Letras de Ilhéus



P.S. O velório será no cemitério Jardim da Saudade, hoje, 12 de julho de 2021, a partir das 11h, e a cerimônia de cremação será às 15h.

sábado, 10 de julho de 2021

ACADEMIA DE LETRAS CRIA COMISSÕES ESPECIAIS PARA PROJETOS INÉDITOS


As inscrições para o Projeto abxz - Caminho das Pedras, terão início no dia 25 de julho e a Comenda Rui Barbosa será entregue no dia 5 de novembro de 2021, em cerimônia especial.


A Academia de Letras de Ilhéus, sob orientação do presidente Pawlo Cidade, e por iniciativa espontânea de seus membros, criou a Comissão Especial de Literatura - CEL, e a Comissão Especial da Comenda Rui Barbosa. 

A CEL irá coordenar a seleção dos contos do "Projeto abxz - Caminho das Pedras", fomento à leitura e à criação literária, em parceria com a Editora Via Litterarum, direcionado a novos autores. Poderão participar escritores e escritoras residentes na bacia hidrográfica do Rio Almada, maiores de 14 anos, moradores dos Municípios de Ilhéus, Coaraci, Barro Preto, Uruçuca, Itajuípe e Almadina. A comissão será responsável por selecionar 30 contos que serão reunidos em livro e lançado pela Editora Via Litterarum no dia 7 de dezembro deste ano.

Membros da Comissão Especial de Literatura

Fazem parte da CEL, a professora, escritora e museóloga Anarleide Menezes; o professor e escritor Sebastião Maciel, que também presidirá a comissão; a escritora e professora Luh Oliveira; o poeta e advogado dr. Geraldo Lavigne e a escritora, professora e historiadora dra. Maria Luiza Heine.

Membros da Comissão da Comenda Rui Barbosa

A Comissão Especial da Comenda Rui Barbosa - CERB, honraria que será destinada a três categorias especiais que se destacarem no ano de 2021, por suas relevantes contribuições prestadas à Arte, a Cultura e a Ciência de Ilhéus, atribuídas pela Academia de Letras de Ilhéus e escolhidas pelos membros, é composta pelo escritor, especialista em gestão cultural e presidente da ALI, Pawlo Cidade, que também presidirá a comissão; o poeta, escritor e historiador, dr. André Rosa; o escritor, médico e vice-presidente da ALI, dr. Gustavo Cunha; o escritor e juiz, dr. Antônio de Souza Hygino e o ex-prefeito, também membro da ALI, dr. Jabes Ribeiro.

Rui Barbosa 

Rui Barbosa de Oliveira (1849-1923), ou simplesmente Rui Barbosa, baiano, polímata brasileiro, jurista, advogado, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador. Patrono da Academia de Letras de Ilhéus.


sexta-feira, 2 de julho de 2021

MEMBRO EFETIVO ANTERIOR: ZÉLIA GATTAI



Se viva estivesse, a saudosa confreira, que pertenceu a cadeira nº 13, da Academia de Letras de Ilhéus, completaria hoje 105 anos


Zélia Gattai Amado de Faria GOIH (São Paulo2 de julho de 1916 — Salvador17 de maio de 2008) foi uma escritorafotógrafa e memorialista (como ela mesma preferia denominar-se) brasileira, tendo também sido expoente da militância política nacional durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinquenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, até a morte deste. Filha dos imigrantes italianos Angelina e Ernesto Gattai, é a caçula de cinco irmãos. Nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, 8, Consolação, em São Paulo.

Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX. Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luís Carlos, nascido na cidade de São Paulo, em 1942.

 

Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai o conheceu em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão. Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar. 

 




Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesafonética e língua francesa na Sorbonne. De 1950 a 1952 a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.

Em 1963 mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.

 

Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo. Anarquistas, graças a Deus foi adaptado para minissérie pela Rede Globo e Um chapéu para viagem foi adaptado para o teatroBaiana por merecimento, Zélia Gattai recebeu em 1984 o título de Cidadã da Cidade do Salvador.

 

Na França, recebeu o título de Cidadã de Honra da comuna de Mirabeau (1985) e o grau de Comendadora da Ordem das Artes e das Letras, do Governo Francês (1998). Recebeu ainda, no grau de Comendadora, a Ordem do Mérito da Bahia (1994) e o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal a 14 de Julho de 1986.[1]


A prefeitura de Taperoá, no estado da Bahia, homenageou Zélia Gattai dando o nome da escritora à sua Fundação de Cultura e Turismo, em 2001.

Em 2001 foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. No mesmo ano, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia de Letras de Ilhéus - ALI. Na ALI foi eleita para a cadeira nº 13, anteriormente ocupada por seu marido, Jorge Amado, e hoje ocupada pelo também escritor Pawlo Cidade, atual presidente da academia. Em 2002, tomou posse nas três. É mãe de Luís Carlos, Paloma e João Jorge. É amiga de personalidades e gente simples. No lançamento do livro 'Jorge Amado: um baiano romântico e sensual, em 2002, em uma livraria de Salvador, estavam pessoas como Antonio Carlos Magalhães, Sossó, Calasans Neto, Auta Rosa, Bruna Lima, Antonio Imbassahy e James Amado, entre outros.

 

Ao lançar seu primeiro livro, Anarquistas graças a Deus, Zélia Gattai recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária de 1979. No ano seguinte, recebeu o Prêmio da Associação de Imprensa, o Prêmio McKeen e o Troféu Dante Alighieri. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia concedeu-lhe a Medalha Castro Alves, em 1987. Em 1988, recebeu o Troféu Avon, como destaque da área cultural e o Prêmio Destaque do Ano de 1988, pelo livro Jardim de inverno. O livro de memórias Chão de meninos recebeu o Prêmio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, em 1994.

 

Obras:

 

Anarquistas Graças a Deus, 1979 (memórias)

Um Chapéu Para Viagem, 1982 (memórias)

Pássaros Noturnos do Abaeté, 1983

Senhora Dona do Baile, 1984 (memórias)

Reportagem Incompleta, 1987 (memórias)

Jardim de Inverno, 1988 (memórias)

Pipistrelo das Mil Cores, 1989 (literatura infantil)

O Segredo da Rua 18, 1991 (literatura infantil)

Chão de Meninos, 1992 (memórias)

Crônica de Uma Namorada, 1995 (romance)

A Casa do Rio Vermelho, 1999 (memórias)

Cittá di Roma, 2000 (memórias)

Jonas e a Sereia, 2000 (literatura infantil)

Códigos de Família, 2001

Um Baiano Romântico e Sensual, 2002

Memorial do amor, 2004

Vacina de sapo e outras lembranças, 2006



Fonte: Wikipédia