quinta-feira, 4 de setembro de 2025

DISCURSO DE RECEPÇÃO À CONFREIRA RENÉE ALBAGLI, PELA CONFREIRA TICA SIMÕES


Confreira Maria de Lourdes Netto Simões, Tica Simões, 
recepcionando a confreira Renée Albagli




Boa noite,


Excelentíssimo Presidente da Academia de Letras de Ilhéus,confrade Prof. Josevandro Nascimento, através de quem saúdo os ilustres integrantes desta mesa, as autoridades aqui presentes ou representadas, os confrades, os uesquianos, os amigos; enfim, a todos senhores e senhoras.

Os vagalumes desta noite
iluminam minha noite
e me emprestam
sua luz e suas asas.
Então, feliz,
a estrada clareada,
eu vou te ver.

Valdelice Pinheiro

E aqui estamos, felizes e honrados, Professora Dra. Renée Albagli Nogueira, por recebê-la nesta Casa, onde ocupará a cadeira de nº 32, anteriormente do saudoso e ilustre Prof. Soane Nazaré de Andrade, homem que orientou a vida para a realização do sonho do ensino superior na região e soube distinguir, nas brumas de cada manhã, qual a direção do sol... e andar para lá!

Este é um dos momentos mais ritualísticos e significativos desta Casa de Abel; ato de acolhimento e recepção, enriquecimento da sua confraria; momento de relembrar e dar continuidade à sua própria história. E é uma história que tem buscado, a cada dia, apreservação da memória de Ilhéus. Aqui, é lugar de diálogo, de criação, onde intelectuais das diversas áreas do saber trocam conhecimento e experiências em torno de uma visão ampla da cultura nos seus aspectos literários, artísticos, sociais, educacionais, históricos e das tradições. Aqui, é lugar de convivência respeitosa das diferenças, que fazem a riqueza da multiculturalidade deste país.

Por esses propósitos, é que digo da grande emoção e alegria com que esta confraria, hoje, a recebe, professora. Somos conhecedores do seu idealismo; uma vida dedicada a realização de sonhos e projetos de futuro, voltados para o desenvolvimento educacional, cultural e social desta região.

Assim pensando, tomo os versos de Ricardo Reis, e digo:

Para ser grande, sê inteiro:
nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
no mínimo que fazes.
Assim, em cada lago,
a lua toda brilha,
porque alta vive.
Assim é! ...

Renée Albagli Nogueira é, ilheense, filha de Isaac Albagli e Rosa Chicourel Albagli, nascidos em Izmir, na Turquia. O casal migrou para o Brasil nas primeiras décadas do sec. XX, aqui constituindo a sua família. Casada com Cláudio Nogueira, é mãe de Claudinha, e é avó de Luís Fernando e Isabel. Uma linda família que, neste momento, cumprimento e parabenizo.Renée Albagli Nogueira é graduada em Biologia, pela Universidade Santa Úrsula, do Rio de Janeiro, com especialização em Genética na Universidade Católica de Minas Gerais e na Unicamp. Fez especialização e mestrado em Gestão Universitária, na Universidade Estácio de Sá, sendo a última etapa na St. Paul University, em Chicago (EUA). Defendeu o Doutorado em Educação, na Universidade Federal da Bahia.



Prof. Renée Albagli em seu discurso de posse


Na Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna - FESPI, foi professora titular, diretora acadêmica, diretora de graduação e extensão. Em 1996, tornou-se a primeira reitora eleita da Universidade Estadual de Santa Cruz, tendo permanecido no cargo até janeiro de 2004, quando terminou seu segundo mandato.

Integrou o Conselho Estadual de Educação (CEE), sendo presidente por dois mandatos e atuando sempre na Câmara de Educação Superior. Após concluir o reitorado na UESC, foi Assessora Especial da Secretaria de Ciência e Tecnologia.

Atualmente, presta assessoria e consultoria na área do Educação Superior. Em reconhecimento à sua brilhante trajetória, tem recebido comendas e honrarias. Dentre outras, aqui destaco o grau de Comendadora, outorgado pelo governador do Estado, em 1998. Recentemente, em 2024, recebeu a medalha Jorge Amado, outorgada pela Academia de Letras de Itabuna.

A sua produção de discursos, pronunciamentos, artigos e relatórios comprovam essa vasta experiência.

Entendemos que a propriedade da Profa Dra. Renée Albagli Nogueira ocupar a cadeira de número 32, desta Academia, é inquestionável, ela que esteve ao lado do Prof. Soane Nazaré de Andrade desde os primórdios do sonho do ensino superior na Região.

A trajetória de luta foi de muitos idealistas, mas foi no seu reitorado, que aconteceu o salto de federação de escolas superiores para universidade!Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

Essa primeira estrofe do poema Infante, de Fernando Pessoa, em Mensagem, me remete às trilhas da realização, como foi...“desvendando a espuma”.

E tudo começou em 1974 quando, convidada pelo prof. Soane Nazaré de Andrade, a profa. Renée ingressou na Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna - FESPI como sua assessora direta, integrando a Comissão de Assessoria e Planejamento - CAP. Aí atuou por dez anos, responsável pelos projetos de novos cursos.

Com a saída do Prof. Soane da direção geral, continuou integrando a administração superior, nos mandatos dos professores Aurélio Farias de Macedo e Altamirando Marques.

Naquele mesmo tempo, a luta de idealistas - professores e estudantes - pela publicização do ensino, não cessava. Afinal, em 5 de novembro de 1991, através de decreto governamental, aconteceu a estadualização, sendo definida a área de atuação da Universidade Estadual de Santa Cruz, abrangendo o Litoral Sul e Extremo Sul do Estado.

No período de transição - reitorado pró-tempore -, foi Vice-Reitora do Prof. Altamirando Marques. Em 1996, deu-se a eleição para reitor, um ano histórico!.Renée Albagli Nogueira foi eleita a primeira reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz, por voto direto da comunidade acadêmica.

Foi o início a uma administração que garantiu a consolidação e a expansão da UESC.

Como já dizia Paulo Freire (2000, p. 54), “os sonhos são projetos pelos quais se luta. Sua realização não se verifica facilmente, semobstáculos. Implica, pelo contrário, avanços, recuos, marchas às vezes demoradas.”

Assim foi.

Claro está que era imprescindível à reitora empossada formar uma equipe que comungasse do mesmo sonho. Então, com a vice-reitora Margarida Fahel, formou a sua equipe, cujo foco sempre foi a qualidade, visando à responsabilidade social da Instituição.

E foram oito anos na Reitoria na UESC, tempo em que, com garra, visão e valentia, levou a antiga escola de ensino superior ao patamar de universidade.

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

É fato que as marcas de uma trajetória, muitas vezes, ficam pelo caminho. Vão-se apagando com a poeira do tempo. É bem como diz o poeta José Delmo,

Se não vigiarmos a vida,
eles escreverão a história
e o futuro poderá neles acreditar.

Aqui, neste espaço de tempo, difícil será dizer todas as realizações do reitorado da Profa Dra. Renée A Nogueira. De saída, a todos vocês, recomendo a leitura dos vários relatórios das suas duas gestões, do período de 1996 a 2003. No entanto, não posso deixar de, muito rapidamente, referir algumas ações que garantiram a consolidação do projeto universitário.

Inicialmente, na universidade que se instalava, era urgente assegurar a massa crítica imprescindível para o seu credenciamento, pelo Conselho de Educação. Com aquele foco, foram criados o Plano de Capacitação Docente e o Projeto de Absorção de Doutores, que trouxeram competências do Brasil e do exterior para o quadro docente. Simultaneamente, a criação daeditora da universidade – a EDITUS - veio assegurar a publicação da produção científica de docentes e discentes.

É também de destacar a significativa ampliação do leque de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu, nas várias áreas do conhecimento. Além disso, é de referir também a implementação de mestrados; a instalação de laboratórios para atender às atividades de ensino, pesquisa e extensão; a atenção em relação a projetos culturais e de preservação da história.

Tanto a citar, que fica exaustivo, aqui, enumerar... Mas dos muitos cursos implantados na graduação e na pós-graduação, não posso deixar de fazer ressalva ao Curso de graduação em Medicina. É inesquecível a garra com que a reitora ultrapassou os inúmeros obstáculos que se apresentavam. Lembro que, em tempos, o Prof Soane já dizia: “quando Renée quer, saia debaixo...”

E foi mesmo assim... Não esqueço como aquela reitora vislumbrou e teve coragem; lutou arduamente e implantou o curso, tão necessário e desejado pela comunidade.

Claro que, também, teve o olhar atento para as condições físicas do campus. De alguns dos tantos e inúmeros feitos, são exemplos: o Centro de Arte e Cultura, onde funcionam a Biblioteca e um auditório com 1200 lugares, o restaurante universitário, os vários laboratórios... e muito, muito mais...

Vale ressaltar que todo o trabalho desenvolvido naquele período garantiu, em junho de 1999, o credenciamento da UESC pelo Conselho Estadual de Educação, o que assegurou a sua autonomia didático-cientifica.

Naquela época de tamanha luta, eu fazia minhas as palavras de Henfil:“se não houver frutos, valeu a beleza das flores. Se não houver flores, valeu a sombra das folhas. Se não houver folhas, valeu a intenção das sementes” .Passados tantos anos, Profa Dra Renée Albagli Nogueira, o sentimento é de caminho percorrido, é de colheita dos frutos .

Depois daqueles idos de bota e barro, de plantio e construção, hoje temos um Campus que, conforme justo e certo, chama-se Soane Nazaré de Andrade.

Tenho a alegria de constatar que, àquele pequeno bando de sonhadores que integramos, se somaram outros que têm feito o grupo crescer e ficar mais rico e forte. Plural, como deve ser numa universidade. As árvores, que plantamos um dia, estão belas e frondosas, sombreando bancos, onde estudantes e professores sentam e trocam ideias - prática comum em locais democráticos...

Hoje, quando acompanho a colheita e sinto a sombra das folhas, a beleza das flores e o perfume dos frutos, digo-lhe, intrépida Reitora daquele então: valeu a pena! Valeu a intenção das sementes!!

Para finalizar, considero ainda imprescindível dizer da pessoa humana que é Renée Albagli Nogueira! Integra, ética, respeitadora das diferenças, idealista e pertinaz. Especialmente, a sua solidariedade é singular! E, com muito carinho, revelo que essas atitudes eram, também, como educava Claudinha, que me segredou das suas lembranças quando pequena: ”todos os dias, na hora de estudar, as palavras de ordem eram: responsabilidade, correção, pontualidade, liberdade com respeito!”

Ah... e saibam vocês... não é somente de educação e administração que ela entende, nãooo!! Tenho que revelar que é excelente anfitriã e adora receber com honras e circunstâncias!!

Claro está que essas rápidas referências naturalmente não esgotam o seu perfil e os seus feitos. Mas esta noite, além do lembrado e mencionado, é também para brindes e abraços...Fato é que, nesse caminhar, querida Renée, amiga de tempos, de sonhos e lutas, aqui chegamos. E digo, tomando as palavras de Mia Couto,

“O que faz andar a estrada? É o sonho.
Enquanto a gente sonhar, a estrada permanecerá viva.
É para isso que servem os caminhos; para nos fazerem
parentes do futuro”

Bem como dizia o seu amigo Ladislau Netto: “Perseguir sonho é vida que segue”

Acreditando no sonho e vendo em você uma sonhadora contumaz, é que esta Casa de ABEL a recebe e acolhe, certa de que a sua presença aqui será de soma e acrescentamento.

Com alegria, portanto, dizemos: Seja bem-vinda!


Maria de Lourdes Netto Simões
Cadeira 19.
Ilhéus, em 11 de julho de 2025.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS SEDIA II COLÓQUIO DAS ACADEMIAS DE LETRAS DA BAHIA




Evento acontece nesta sexta (29), sábado (30) e domingo (31)

A Academia de Letras da Bahia (ALB) e a Academia de Letras de Ilhéus, através da Rede de Integração Cooperativa das Academias de Letras da Bahia (RICA), realiza o II Colóquio das Academias de Letras da Bahia, entre os dias 29 e 31 de agosto - sexta, sábado e domingo - em Ilhéus, sul do estado. 

O evento consiste na reunião de representantes das Academias de Letras dos municípios, com o objetivo de compartilhar experiências e produções artísticas e culturais e debater formas de fomento à leitura, ao livro e à literatura. A segunda edição propõe discutir a contribuição do(a) autor(a) baiano(a) na Cultura do Estado e a criação de Clubes de Leitura.

“O Colóquio também busca expandir as políticas que incentivam a formação desses clubes como meios dinâmicos de promoção da leitura, a descoberta de autores baianos e o suporte ao surgimento de novas vozes, assim como a preservação da memória cultural. Esta edição representa uma valiosa chance de trocar estratégias, enfrentar desafios e compartilhar boas práticas para garantir apoio de governos e iniciativas privadas, com o objetivo de desenvolver a literatura no estado”, explica Aleilton Fonseca, presidente da ALB e coordenador da RICA.

Haverá rodas de conversa, apresentações culturais, palestras e exposições de trabalhos. O evento começa na sexta-feira (29), às 18h, na Academia de Letras de Ilhéus. Além dos membros e diretores das Academias de Letras do Estado da Bahia, podem participar professores(as) e escritores(as) independentes. Vinte e uma Academias já confirmaram presença. A Fundação Pedro Calmon também estará presente e será representada pelo seu diretor, Sandro Magalhães.

O II Colóquio das Academias de Letras da Bahia tem apoio da Secretaria Estadual do Turismo, Secretaria Estadual da Cultura, através da Fundação Pedro Calmon. A produção local é da Comunidade Tia Marita.

domingo, 3 de agosto de 2025

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS EMPOSSA O PROFESSOR MARCELO HENRIQUE DIAS

 



Com o auditório lotado, na noite de sexta-feira, 1º/8, a Academia de Letras de Ilhéus (ALI) em solene sessão empossou como membro efetivo da cadeira nº 34 (patrono Sá e Oliveira e fundada por Carlos Pereira Filho), anteriormente ocupada pelo professor-historiador André Luiz Rosa Ribeiro, o professor-doutor Marcelo Henrique Dias.


Na solene sessão, que foi conduzida pelo presidente da “Casa de Abel” Josevandro Nascimento (cadeira 14), o confrade foi saudado pelo acadêmico Pawlo Cidade (cadeira 13), que brilhantemente nos apresentou vida e obra do novo acadêmico. E em seu discurso de posse, o professor Marcelo Henrique, nos brindou com as apresentações sócio-históricas do fundador da cadeira 34, o confrade Carlos Pereira Filho, do patrono Sá e Oliveira e do seu último ocupante, o escritor André Luiz Rosa Ribeiro.


A sessão foi prestigiada por autoridades civis e militares, jornalistas, professores e familiares, também pelos acadêmicos da ALI Josevandro Nascimento, Maria Schaun, Ruy Póvoas, Reneé Albagli, Tica Simões, Jabes Ribeiro, Antônio Hygino, Ramayana Vargens, Luh Oliveira, Efson Lima, Vercil Rodrigues, Jane Hilda Badaró, Paulo Cidade e José Nazal. Além da confreira Josanne Francisca Morais Bezerra, presidente da Academia Grapiúna de Artes e Letras (Agral), Paulo Sérgio Santos Bomfim, presidente da Academia de Letras Jurídicas de Ilhéus (Aljil), Renato Burity Oliveira, vice-presidente da Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes da Região Grapiúna (Amalcarg) e pela confreira Flávia Falcão Gordilho, representando a Academia de Letras Jurídicas do Sul da Bahia (Aljusba).


Marcelo Henrique Dias é licenciado em História pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, é mestre em História Ibero-Americana pela Unisinos e doutor em História Social Moderna pela Universidade Federal Fluminense. Fez estágio pós-doutoral no Instituto de Ciências Sociais / Instituto Universitário de Lisboa. Atualmente é Professor Pleno da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC, Ilhéus-BA), pesquisador e vice-coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Bahia (NEPAB), coordenador do Centro de Documentação Histórica e Memória Regional (CEDOC-UESC) e integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em História da UESC (Mestrado em História).

Fonte: Jornal Direitos

terça-feira, 10 de junho de 2025

GERSON DOS ANJOS: GUARDIÃO DA POESIA!

DISCURSO DE SAUDAÇÃO AO CONFRADE GERSON DOS ANJOS


 Rita Santana, Luh Oliveira, Josevandro Nascimento e 
Amélia, neta de Gerson dos Anjos

 

"Gerson era um homem laborioso. Sempre muito 

preocupado com a empresa e suas demandas". 


Boa noite, Sr. presidente, familiares e amigos de Gerson dos Anjos, prezadas confreiras e confrades, e toda comunidade aqui presente. 

 

Reunimo-nos hoje para a Sessão da Saudade em homenagem à memória do nosso Poeta, assim, cumprimos parte dos rituais que conferem aos membros da Casa de Abel a condição simbólica de Imortalidade. Gerson, estamos hoje reunidos porque sentimos saudades de você e através das nossas saudades presentificamos e atualizamos a sua existência entre nós.

 

Gerson Alves dos Anjos nasceu em 23 de agosto de 1949, em Ibicaraí, e passou a residir em Ilhéus, ainda na infância, aos cinco anos de idade. Aqui, na Academia de Letras de Ilhéus, ocupou a cadeira nº 17 cujo patrono é Epaminondas Berbert de Castro e o fundador  é Raimundo Brito. A sua  posse ocorreu em 30 de novembro de 2010 e o seu falecimento se deu no dia 03 de junho de 2024. Além de dedicar parte de sua vida ao trabalho no Ateneu e à escrita, Gerson também se dedicou ao canto, participando do Coral Dom Eduardo da Catedral de São Sebastião. Escreveu e publicou alguns livros, como: Versos Brejeiros, 1995; Poemas no Tempo, em 2010, Olhos do Coração, em 2016. Deixou muitos amigos, a esposa, Evanildes dos Anjos, três filhos, George, Geanne, Rosane e os netos: Ari Gerson, Sarah e Maria Amélia.

 




Gerson dos Anjos


Segundo o Dicionário dos Símbolos de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Anjos são seres intermediários entre Deus e o mundo; seriam seres puramente espirituais ou espíritos dotados de um corpo etéreo, aéreo; ocupariam para Deus as funções de ministros, ou seja, mensageiros, guardiões, condutores de astros, executores de leis e protetores dos eleitos. Aqui, entre nós, Gerson se fez Poeta e construiu em sua existência mecanismos de mediação entre o mundo terreno e o mundo espiritual, através da sua conduta sempre atenta ao universo humano e voltada ao plano do invisível, celestial, através das suas indagações e de suas buscas, características que podemos constatar em sua obra, pois a sua Poesia reflete tais conotações e movimentos antitéticos, paradoxais. Logo, o nosso Poeta era um mensageiro, um protetor e um guardião da Poesia.

 

Gerson foi meu colega no Ateneu por algum tempo -  é deste lugar de fala que tecerei meu discurso - e era também meu chefe, de forma indireta, visto que  o meu trabalho estava mais ligado a Marcos Mendonça, como sua secretária. Ficávamos todos numa mesma sala, eu, Gerson, Sônia e Marcos. Não caberia aqui narrar nem descrever o desconforto de uma jovem inexperiente de 19 anos, iniciando a sua vida profissional. No entanto, saliento que havia entre nós, naquele ambiente de trabalho, companheirismo, respeito e um contexto de convivência harmoniosa. Parte daquela atmosfera era proporcionada por Gerson e sua postura generosa e conciliadora, homem de natureza amena, afável.  Em sua memória, tentarei fazer um retrato daquele colega amoroso, cuidadoso ao lidar com o humano, ou seja, um homem que olhava para o outro com respeito, curiosidade e afeto. Seus olhos apuravam o mundo! 

 


"Buscarei trazer o nosso Gerson, através dos seus poemas, afinal, não vislumbro melhor forma de lhe homenagear, nesta noite de junho que se inicia iluminado, iridescente, em Ilhéus".



Gerson era um homem laborioso. Sempre muito preocupado com a empresa e suas demandas. Era ele quem controlava a gráfica e lidava com os funcionários de forma mais direta. Um homem do trabalho. Às vezes percorria toda aquela engrenagem, disposto a resolver demandas, atrasos, prazos, pendências típicas da natureza do que era O Ateneu, uma papelaria, mas essencialmente uma Gráfica. Imagino o quanto aquele ambiente o estimulou a criar a sua própria obra e desejar ver impressos os seus futuros livros. Ele sabia dialogar com os funcionários e tratava-os sempre com muito respeito e muita cordialidade. Sempre soube posicionar-se como o responsável pela produção da Empresa. Gentileza e determinação faziam-se presentes para a administração do negócio. Ele era o homem de confiança de Marcos e correspondeu durante anos, até a sua aposentadoria, às suas expectativas.

 



Eu e Sônia Cerqueira, uma funcionária antiga na Casa e absolutamente competente, ágil, com anos de experiência e muito querida por Gerson, dividimos com ele momentos de descontração, conversas amenas, risos e as tensões do ambiente de trabalho. Recobrar a memória para pensar em Gerson, nesta homenagem, é um exercício intenso e que traz a sua presença, seu riso, sua alegria de viver e o seu prazer com a convivência. Alguns daqueles momentos tornavam Gerson ainda mais descontraído e feliz, um deles era quando a sua esposa e seus filhos ligavam ou apareciam rapidamente - nesses momentos ele ficava visivelmente emocionado e muio dengoso, derretido de amor, Gerson se transformava. O outro momento era quando Ton Lavigne surgia de repente para uma visita, uma conversa ou algum negócio. Os diálogos giravam em torno da poesia e havia uma amabilidade mútua, eram afagos entre amigos que se estimavam e que, anos mais tarde, estariam juntos aqui, na Academia. A sua fisionomia se expandia em risos e alegrias, quando aquele amigo vistoso aparecia para uma prosa e, quando a hora era propícia, se entregavam à amizade e às afinidades da alma. Ambos eram regidos pela Poesia, a paixão que os unia na vida lá fora e que também os uniu aqui na Academia de Letras de Ilhéus. A meu pedido, o nosso querido confrade Geraldo Lavigne escreveu algumas linhas para, em nome de sua família, também render  as suas homenagens a Gerson:

 

Gerson e meu pai, Ton, nutriram profunda amizade baseada nas afinidades intelectuais comuns em razão da poesia e do trabalho. Por muitos anos, eles se encontraram n’O Ateneu, empresa de artes gráficas e papelaria da família Mendonça, onde tratavam dos detalhes do material de escritório e, certamente, entre papéis timbrados, envelopes, canetas e tintas, abordavam os versos que permeiam o labor da poesia. Essa vantagem rendeu uma aproximação carinhosa entre as famílias e a presença recíproca nos marcos acadêmicos de suas respectivas trajetórias. A título de exemplo, meu pai se fez presente no lançamento do livro de Gerson. Gerson, por sua vez, despediu-se de meu pai com versos. Hoje falam de poesia onde há claridade permanente, mas devem também comentar com saudade sobre as belas noites de Ilhéus e o convívio com os confrades.

 



apresentação do Coral da Catedral



Buscarei trazer o nosso Gerson, através dos seus poemas, afinal, não vislumbro melhor forma de lhe homenagear, nesta noite de junho que se inicia iluminado, iridescente, em Ilhéus. Na apresentação do seu livro Versos Brejeiros, encontramos uma carta ao leitor, onde o poeta nos convida a nos reencontrarmos com a poesia e com os devaneios, sentença que dialoga com as reflexões feitas no livro A água e os Sonhos,  de Gaston Bachelard, em que o filósofo  e ensaísta francês afirma:

 

“Essa adesão ao invisível, eis a poesia primordial, eis a poesia que nos permite tomar gosto por nosso destino íntimo. Ela nos dá uma impressão de juventude ou de rejuvenescimento ao nos restituir ininterruptamente a faculdade de nos maravilharmos. A verdadeira poesia é uma função de despertar.”  O filósofo continua: “Os devaneios e os sonhos são, para certas almas, a matéria da beleza.” Enquanto Gerson, maravilhado diante do exercício poético, em sua missiva aos leitores, sugere:

 

“esperamos que  a sua leitura além de um entretenimento, seja uma maneira de refletir, de viajar pelo tempo, de repensar alguns valores e sobretudo uma maneira de reencontrar-se com a poesia e os devaneios.”

 

Na primeira edição que tenho dos seus Versos Brejeiros, com a sua dedicatória, ele nos revela os seus primórdios , que certamente o conduziriam mais tarde a se tornar membro desta Casa. 

 

“Tudo começou quando em 1984, em plena Copa do Mundo, foi inserida numa página de poesia da Ilhéus Revista, de Janete Badaró, a poesia “Épocas”, que caiu no agrado do Dr. Josevandro Nascimento, que veio a cumprimentar-me efusivamente.”

 

Assim era Gerson, um homem grato, generoso, gentil e de coração nobre, que sabia reconhecer e valorizar os  instantes em que a vida e os amigos reconheciam a sua poesia e abriam espaços para ela. Tentaremos fazer um retrato lírico do nosso confrade. A cordialidade é certamente um dos seus atributos mais frequentes, manifesta através do riso doce, do olhar sempre úmido, quase lacrimejante, atento ao outro, às suas dores, demonstrando uma preocupação constante com o mundo, com as pessoas e com o trabalho. E não é esta a natureza intrínseca do Poeta, voltar-se às alteridades, recair o seu olhar aos outros?

 

 

“Que faria minh’alma vagando o espaço/

Trilhando o caminho do cosmo estrelar.” 



O Poeta inicia o seu livro com um poema dedicado à sua esposa, Evanildes. Utiliza-se já ali da metalinguagem a fim de buscar razões para a sua poesia e faz uma radiografia da sua relação com o gênero que escolheu para se tornar um amante, pois Gerson era amante da poesia. E assim nos apresenta, na primeira estrofe do poema Minha Poesia, o seu projeto de escrita: 

 

A minha poesia não tem idade,

São versos que surgem ao sabor do vento

E mesmo sem possuir maturidade

Procura gravar um doce momento.

 

O poeta é sensível às mazelas do mundo, portanto, sofre e manifesta suas dores em seus versos. A sua sofisticação poética é de caráter humanista, preocupado em realizar retratos líricos de todos que cruzavam o seu caminho, disposto a investigar e observar em todos nós os traços de humanidade, fragilidades, comportamentos, graça, beleza, timidezes que nos acometiam. Expressava tudo isso de maneira simples, com versos honestos e exatos que refletiam o seu olhar perante o mundo, mas também refletiam a personalidade de um homem que observava e sabia amar o  mundo. Concomitantemente, nutria um olhar crítico quanto ao seu processo de criação, numa autocrítica acerca da forma e do tratamento estético que conferia aos seus textos. Era absolutamente consciente dos limites da sua poética e os expunha em seus versos, num jogo metalinguístico permanente em toda a sua obra. Experimenta rimas, métricas e avalia a sua qualidade lírica, consciente do seu fazer artístico. O poeta ainda cria um mundo próprio, íntimo, demonstra ser um romântico com amores idealizados, perdidos, platônicos, ou seja, investe-se da sua condição de criador e inventa ou finge sentimentos, afinal, o poeta é um fingidor, sabemos. Em sua lírica, revela a preocupação constante com a população, e denuncia seu sofrimento, revela desejos por igualdade, distribuição de renda, justiça social, logo, mostra-se também um poeta político. Atemporal e contemporâneo, o Poeta denuncia as guerras, coloca-se no lugar dos soldados, perscrutando suas dores e seu sofrimento. Um altruísta no exercício da sua generosidade e do sentimento do mundo, convoca Castro Alves a socorrer o Continente Africano. Em sua poesia ainda há a presença de homenagens a personalidades ilustres e queridas da Cidade, uma preocupação constante com a preservação das árvores, dos rios e de toda a natureza em Ilhéus. A notoriedade, a eternidade também são preocupações reveladas pelo eu poético. Lirismo, melancolia e saudade se entrelaçam em seus versos. O tempo e a morte rondam constantemente suas reflexões, pois quem alimenta um olhar constante sobre a vida e suas miudezas, suas especificidades, também contempla a morte, o tempo e seus desdobramentos. O Poeta observa as ruas e os transeuntes e especula sobre os sentimentos que os atravessam. São alvo de suas preocupações ainda os animais utilizados como cobaias em laboratórios. Vejam, Senhoras e Senhores, a contemporaneidade e a sensibilidade do nosso Poeta!



Gerson e sua neta Amélia



Atento à vida, o eu-lírico ainda divaga perante as circunstâncias e experiências após a sua morte, como no poema Dúvida Sobrenatural, 28. “Que faria minh’alma vagando o espaço/Trilhando o caminho do cosmo estrelar.” Ou no poema Se eu morresse amanhã,  em que ele nos anuncia na primeira estrofe:

 

“Se eu morresse amanhã,

Que levaria do mundo?

Um pensamento profundo

E uma grande saudade.”

 

E é com a nossa demonstração de Saudade que afirmamos: Gerson permanece entre nós, em nossa memória, em nossa história, em nossas vidas e na Imortalidade conferida a ele pela Academia de Letras de Ilhéus, através dos seus ritos de passagem, através dos seus confrades e confreiras que sentem a sua ausência e têm o compromisso de manter o seu nome e a sua história como uma chama sempre acesa, a nos iluminar, enquanto houver história e enquanto houver existência humana em nosso planeta, enquanto houver Poesia, Gerson, seu guardião fiel, viverá.

 


* Rita Santana, membro efetivo da cadeira nº 37

Saudação em homenagem ao confrade Gerson Alves dos Anjos, 

falecido em 3 de junho de 2024.

 

 

 

quarta-feira, 4 de junho de 2025

SESSÃO DA SAUDADE EM HOMENAGEM AO CONFRADE GERSON ALVES DOS ANJOS SERÁ NO DIA 10 DE JUNHO

 




No próximo dia 10 de junho, terça-feira, às 18h30, no salão nobre da Academia de Letras de Ilhéus, será realizada a Sessão da Saudade do confrade Gerson Alves dos Anjos, membro efetivo anterior da cadeira nº 17, exemplo de cidadão, que soube honrar a poesia, no exercício da escrita.

A saudação será feita pela confreira Rita Santana. Todos estão convidados.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS DEU POSSE AO NOVO MEMBRO ALESSANDRO FERNANDES DE SANTANA EM 7 DE MAIO P.P.




Acadêmicos Vercil Rodrigues, Antônio Hygino, Pawlo Cidade, José Nazal, Josevandro Nascimento, Fabrício Brandão, Luh Oliveira, Maria Schaun, Jane Hilda, Alessandro Fernandes, Ruy Póvoas e Ramayana Vargens.


Em 7 de maio p.p, às 19 horas, a Academia de Letras de Ilhéus (ALI) realizou sessão solene de posse do seu mais novo membro, Alessandro Fernandes de Santana. A solenidade, bastante concorrida, foi conduzida por Josevandro Nascimento, presidente do sodalício. Estiveram à mesa, além do presidente da ALI, também a Secretária-Geral Maria Schaun, o prefeito de Ilhéus, Valderico Júnior, a vice-prefeita Wanessa Gedeon, a presidente da Academia de Letras de Itabuna (ALITA), Raquel Rocha, representante da Academia de Letras Jurídicas de Ilhéus, Marcos Flávio Rhem da Silva e o vice-reitor da UESC, Mauricio Moreau.

A cerimônia de posse contou com as presenças dos acadêmicos Ruy do Carmo Póvoas, Ramayana Vargens, Carlos Antonio Hygino, José Nazal Pacheco Soub, , Pawlo Cidade, Jane Hilda Badaró, Fabricio Brandão, Vercil Rodrigues, Luh Oliveira e Anarleide Menezes, Secretária de Cultura do Município de Ilhéus; além de confrades e confreiras de academias irmãs de cidades circunvizinhas, a exemplo de Marcos Bandeira (ALITA) e Samuel Matos (AGRAL), de diversas autoridades, intelectuais, e de familiares e amigos do novo imortal. Registrou-se presença dos professores Renê Albagli e Marcelo Henrique, já eleitos para ocuparem cadeiras na Casa, e que em breve tomarão posse. A professora Larissa Melo, diretora do Núcleo Territorial, esteve presente representando o governador do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues.


Confrade Ramayana Vargens coloca o broche no acadêmico Alessandro Fernandes devidamente empossado.


Mensagens de congratulações foram encaminhadas por importantes figuras políticas e acadêmicas, como o Ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto, também membro da ALI, pela presidente da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), Cicília Raquel Maia Leite. Membros da ALI que tiveram impedimentos e não puderam comparecer, fizeram suas justificativas, à exemplo de Aleilton Fonseca, Presidente da Academia de Letras da Bahia e também acadêmico da confraria ilheense; de Tica Simões, Maria Luiza Heine, Neuzamaria Kerner, Geraldo Lavigne, Rita Santana, Efson Lima, dentre outros. 


Designada pelo presidente Josevandro Nascimento para fazer a saudação de recepção do novo acadêmico, em nome dos seus pares, Jane Hilda iniciou sua fala dizendo da honra em ter recebido tal missão, visto que a sessão de posse de um novo membro na Academia de Letras de Ilhéus, é ato protocolar da maior importância, pois representa a chegada à instituição de mais uma voz a somar-se àquele grupo de cultores da palavra, das letras e das artes. “É ato simbólico que transcende a mera formalidade e serve como um reconhecimento da contribuição individual do novo acadêmico ao legado intelectual da sociedade”, disse.



A solenidade, bastante concorrida, foi conduzida por Josevandro Nascimento, presidente do sodalício


Frisou também a acadêmica, que a Academia não se limita a ser um espaço de condecoração, mas antes, destina-se a ser um campo de ação onde os membros colaboram para promover a cultura no tempo presente, inspirando novas gerações. “Sempre alinhada aos desafios contemporâneos que a sociedade enfrenta, esta Academia - carinhosamente chamada de Casa de Abel, em homenagem ao seu idealizador e primeiro presidente, o poeta hakaista Abel Pereira - reafirma sua missão de servir como um bastião da cultura, literatura e arte, através de conferências, saraus, publicações, enfim, de iniciativas diversas, sempre alinhada aos desafios contemporâneos que a sociedade enfrenta”, disse. 



Tribuna de honra dos acadêmicos

Ainda em seu discurso, Jane Hilda lembrou que a Academia de Letras de Ilhéus, fundada em 14 de março de 1959 - atualmente com 66 anos - é uma das mais antigas do Brasil. E explicou um dos sentidos da imortalidade acadêmica: “cada novo membro que se associa a este sodalício, há de trazer a lume os elogios aos antecessores de sua cadeira! E então, a história - vida e obra de cada um dos fundadores ou membros efetivos que aqui passaram - é rememorada pelos acadêmicos que chegam, devendo-se tudo registrar nos anais desta Casa, para que suas memórias estejam sempre vivas!” 

Citou, a anfitriã designada, aspectos da biobibliografia de Alessandro Fernandes de Santana que ocupará a cadeira nº 9, cujo patrono é o ilustre Bernardino José de Souza, o fundador, o escritor Adonias Filho, e o ocupante anterior, o desembargador Luiz Pedreira Fernandes. “ o novo confrade é um poeta que mesmo em tempos de cólera, ama e cultiva as belas-letras e explora temas profundos e universais, como o amor. “Rascunhos Reais”, seu primeiro livro de poesias, fala fundamentalmente sobre o amor: o amor pela poesia, o amor pela literatura, o amor que eleva, o amor que dá e que é ele próprio o sentido da vida”.

O novo imortal da ALI nasceu na cidade de Itabuna, em 03 de outubro do ano de 1974, é cidadão ilheense titulado por deliberação da Câmara de Vereadores desta cidade. Professor doutor, poeta, gestor público, intelectual de personalidade multifacetada. É atual reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a mais antiga instituição pública de ensino superior da região grapiúna da Bahia, que o longo dos 51 anos de existência, vem atuando na formação de profissionais nas mais diversas áreas, e, pelo compromisso que sempre teve com o ensino, a pesquisa e extensão, destaca-se entre as instituições de ensino superior, e se encontra no ranking das melhores universidades, tanto à nível nacional, quanto internacional”. 



Confrade Alessandro Fernandes, presidente Josevandro Nascimento, Prefeito Valderico Júnior e Vice-prefeita Wanessa Gedeon.


O acadêmico recém-empossado, disse a oradora, “publicou seu primeiro livro de poesias: Rascunhos Reais, em 2022, pela Editora Editus, e o próximo, Afetos Reais está pronto, e será publicado ainda neste primeiro semestre do corrente ano. É um poeta que mesmo em tempos de cólera, ama e cultiva as belas-letras, e explora temas profundos e universais, como o amor. “Rascunhos Reais”, seu primeiro livro de poesias, fala fundamentalmente sobre o amor: o amor pela poesia, o amor pela literatura, o amor que eleva, o amor que dá e que é ele próprio o sentido da vida. E mais, quem o vê discursar - e são muitas as oportunidades - sabe da sua eloquência, pois possui a habilidade de se expressar de forma clara, persuasiva e convincente, usando recursos linguísticos e retóricos”.

Em seu discurso de posse, Alessandro Fernandes assume o compromisso de auxiliar a dar continuidade ao legado literário e intelectual que a ALI representa. Enfatizou a necessidade de ampliar os esforços para estimular a leitura entre os estudantes das escolas públicas. Segundo ele, as instituições de ensino e cultura devem trabalhar em conjunto para criar programas de incentivo à leitura que envolvam tanto professores quanto jovens. Ele mencionou o papel da Academia de Letras de Ilhéus, da Universidade Estadual de Santa Cruz e da Prefeitura de Ilhéus na promoção de iniciativas que despertem o interesse pela literatura, considerando a leitura um instrumento fundamental para o desenvolvimento intelectual e social.

Antes do término da sessão, o presidente deu a palavra ao senhor prefeito municipal Valderico Júnior, que o parabenizou pela condução dos trabalhos, parabenizou os oradores pelas brilhantes palavras, e a Academia de Letras de Ilhéus pelo importante momento da chegada de um novo membro, disse do compromisso que sua gestão tem para com o incentivo e apoio à cultura e às artes na cidade de Ilhéus, terra de tantos talentos, destacando, que, exatamente por isso escolheu para a pasta da Secretaria de Cultura do Município a senhora Anarleide Menezes, membro desta Academia.



Informativo da Academia de Letras de Ilhéus / maio 2025

domingo, 4 de maio de 2025

NOTA DE PESAR




Membro da cadeira nº 27, o professor Carlos Valder do Nascimento nasceu em 6 de abril de 1944 e tomou posse na Academia de Letras de Ilhéus em 25 de abril de 2001. Sua cadeira tem como patrono José de Sá Nunes e como fundador Heitor Dias. Ele possui graduação em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (1978). Atualmente é Professor Adjunto de Direito Tributário, tendo lecionado Direito Administrativo, Direito Financeiro e Direito Constitucional do Departamento de Ciências Jurídicas da mesma Universidade, (a partir de 1984). Foi Professor de Legislação Tributária e de Direito Tributário dos Cursos de Economia, Ciências Contábeis e Administração. Professor de Direito Administrativo da Escola de Magistratura do Trabalho - EMATRA (do Tribunal Regional do Trabalho da 5º Região). Instrutor Interno de Comunicação Administrativa da CEPLAC (Ministério da Agricultura e do Abastecimento). É Professor da Escola Superior de Advocacia Orlando Gomes da OAB-BA. Procurador Seccional da Advocacia-Geral da União (1993-2003); Procurador-Chefe da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Advogado Parecerista no Estado da Bahia. 

Carlos Valder do Nascimento nos deixou na madrugada deste domingo, 04 de maio de 2025, aos 81 anos.




sexta-feira, 2 de maio de 2025

ALESSANDRO FERNANDES DE SANTANA TOMA POSSE NA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS



Alessandro Fernandes Santana, professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC. Graduado em Economia e em Administração pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, Especialista em Economia de Empresas pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, Mestre em Cultura & Turismo pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC e Universidade Federal da Bahia - UFBA e Doutor em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ e atual Reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz, em seu segundo mandato, toma posse nesta quarta-feira, dia 7 de maio de 2025, na Academia de Letras de Ilhéus.

Professor pleno do departamento de ciências econômicas, presidente do conselho de administração do centro de pesquisas - CEPEDI, membro da associação brasileira de reitores das universidades estaduais e municipais - ABRUEM, coordenador do programa de apoio gerencial e institucional dos municípios da região sul da Bahia, membro da Academia de Letras de Itabuna, membro benemérito da Academia Grapiúna de Letras e Artes.

Já ocupou outros cargos de destaque como Pró-reitor de extensão universitária da UESC, presidente do Fórum de Reitores das Universidades Estaduais da Bahia, Coordenador do Curso de Ciências Econômicas da UESC, professor da UNIME, professor da FTC, Secretário Municipal de Educação e Cultura de Arataca - BA. É detentor do título de cidadão ilheense, comendador do Município de Ilhéus.



O professor Alessandro Fernandes de Santana se tornará membro efetivo da cadeira nº 9, ocupada anteriormente pelo confrade Luis Pedreira Fernandes, que tem como patrono Bernardino José de Souza e como fundador Adonias Filho. O futuro confrade será saudado pela confreira Jane Hilda Badaró.