HISTÓRIA


Vista frontal da Academia de Letras

"Aos quatorze dias do mês de março de mil novecentos e cinquenta e nove (1959), nesta cidade de Ilhéus, do Estado Federado da Bahia, precisamente as 17 horas, na residência do intelectual Abel Pereira, Edifício Magalhães, 2o. andar, apartamento 2, à Praça Visconde de Mauá, reuniram-se os srs. Abel Pereira, Nelson Schaun, Wilde Oliveira Lima e Plínio de Almeida, membros da comissão de iniciativa , e mais os convidados Dom Caetano Antonio Lima dos Santos, Osvaldo Ramos, José Cândido de Carvalho Filho, Halil Medauar, Jorge Fialho e Otávio Moura- para o caso especial de se estudar o plano e consequente fundação da Academia de Letras de Ilhéus. Nessa reunião, fizeram-se representar pelo Sr. Abel Pereira, por meio de cartas de autorização, os srs. Fernando Diniz Gonçalves, Sosígenes Costa, Camilo de Jesus Lima, Raimundo Brito, Eusígnio Lavigne, Ramiro Berbert de Castro, Flávio Jarbas, Heitor Dias, Flávio de Paula e Milton Santos”. 

Com o texto acima, foi iniciada a Ata Especial da Fundação da Academia de Letras de Ilhéus, lavrada em 14 de março de 1959, oportunidade em que registrou-se a designação da primeira diretoria do novel silogeu, composta por Presidente- Abel Pereira, 1º. Vice Presidente- Halil Medauar, 2º. Vice Presidente- Osvaldo Ramos, Nelson Schaun- Secretário Geral, Francolino Neto-1º. Secretário, José Nunes de Aquino- 2º. Secretário, Jorge Fialho-1º. Tesoureiro, Washington Landulfo- 2º. Tesoureiro, Nilo Cardoso- Diretor da Biblioteca, e Plínio de Almeida- Diretor da Revista. 

Naquela reunião histórica, o primeiro orador, Plinio de Almeida, “disse considerar aquele dia um dos maiores para os forais ilheenses, pois que, no dia do nascimento de um dos mais altos poetas das Américas, Castro Alves, fundava-se em Ilhéus, graças aos esforços do Sr. Abel Pereira, uma Academia de Letras. Salientou o orador que o cometimento não era pequeno. Uma Academia de Letras requer muito esforço, muito denodo, muita renúncia. Ela, ao nascer, tem de fazer face a muita crítica, sendo, portanto, necessário o esforço dos fundadores para que a obra não fracasse. Esta, acentuou, não fracassará, porque nasceu sob a égide de Castro Alves, que foi um excelso poeta e magnífico batalhador”. 

Vista interior da Academia de Letras

A profética oratória mostra força de concretude na medida em que em 14 de março de 2019 a Academia de Letras de Ilhéus - uma das Academias de Letras mais antiga do Brasil- comemora sessenta (60) anos de fundação. Decerto a missão é hercúlea, exigiu e exige grande esforço de muitos idealistas, desde os fundadores, até seus atuais membros, intelectuais e cultores das Artes e das Letras, mantendo viva a entidade no seu fidedigno propósito expresso no lema do sodalício: “Patriae Litteras Colendo Serviam”. E a Casa de Abel – assim chamada numa referência ao seu idealizador e fundador poeta Abel Pereira- segue firme no cumprimento da missão de incentivar e promover a cultura, através da realização de conferências, concursos, cursos, premiações, e outras atividades de natureza literária, artística e cultural.

Vale assinalar alguns nomes referenciais que ocuparam uma das 40 cadeiras da ALI: Jorge Amado, Adonias Filho, Otávio Moura, Carlos Monteiro, Leones da Fonseca, Paulo Cardoso Pinto, Clarêncio Baracho, Ramiro Berbert de Castro, Otávio Moura, Pe. Nestor Passos, Osvaldo Ramos, Carlos Pereira Filho, Natan Coutinho, Leopoldo Campos Monteiro, José Nunes de Aquino, João Mangabeira, Gileno Amado, Zélia Gattai, Amilton Ignácio de Castro, Janete Badaró, Ariston Cardoso, Dorival de Freitas, Ton Lavigne, Mario Pessoa, Hélio Pólvora, Érito Machado, Raymundo Sá Barreto, Claudio Silveira, Manoel Carlos de Almeida, Hans Tosta Schaeepi, João Hygino Filho, dentre outros. 


Texto: Jane Hilda Badaró. Membro da cadeira 6.