terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

O BAR VESÚVIO NO TEMPO E NA HISTÓRIA, por JOSÉ NAZAL

 


O Vesúvio foi inaugurado no início da década de 10, do século XX, em frente a Capela de Sâo Sebastião, conforme Francisco Borges de Barros anotou em seu livro "Crônica sobre a Capitania dos Ilhéus", editado em 1914. O empreendimento foi uma iniciativa dos italianos e primeiros proprietários, Nicolau Caprichio e Vicenti Queverini, como Pastelaria Vesúvio, em homenagem ao famoso vulcão da cidade de Nápoles, Itália. Inicialmente construído apenas com andar térreo e com telhado em duas águas, passou a ser um dos pontos mais frequentados da cidade. Nas fotografias a partir do início da década de 20, o prédio já contava com o pavimento superior.




Segundo Raymundo Pacheco Sá Barretto, em seu livro "Notas de um Tabelião", um português conhecido como Figueiredo comprou dos italianos, que posteriormente vendeu a Durval Moreno, e consecutivamente este vendeu ao sr. Costa. Depois da administração do Sr. Costa, o bar ficou por um pequeno período fechado, vindo a ser reaberto pelo espanhol Armando Lorenzo. Não há registros de qual desses proprietários trocou o nome para "Bar Triunfo", conforme registro fotográfico de J. Dias, em 1942. Ainda segundo Sá Barretto, o bar foi adquirido em 1945 por Emílio Maron, que mudou o nome para "Bar Maron", conforme registrado em 1950 por Francino Vieira.



Na década de 80, o prédio foi adquirido pelo suíço Hans Koella, voltando a funcionar com o nome "Bar Vesúvio", administrado por outro suíço, Horst Walter Mayner.




Passados alguns anos, o bar foi arrendado a Paulo César Vieira de Carvalho, o saudoso Badalo. Em 1997, Badalo recepcionou o casal Jorge Amado e Zélia Gattai com sua comitiva, quando o escritor recebeu o Título de Cidadão Ilheuense e inaugurou a Casa Jorge Amado. Após a administração de Badalo, o bar voltou a ser gerido pelo grupo suíço por dois anos, através da empresa Corviglia, fechando novamente em 1999. No ano seguinte, o arrendatário foi Guido Paternostro, que devolveu aos suíços em 2017, a partir de quando o bar passou a ser administrado por outro grupo de empresários, atuais arrendatários.




Fontes:

Raymundo Pacheco Sá Barretto - "Notas de um Tabelião" (1982).
Maria Luiza Heine - "Passeio Histórico na Capitania de São Jorge dos Ilhéus" (2003).
Guido Paternostro - Depoimento pessoal (2025).

Créditos:

Foto 1 - Imagem da internet (entre 1910~1920). [Foto s.i.]
Foto 2 - Foto: A. Fâmula (1928) - Acervo: Ubaldo Senna Filho.
Foto 3 - Foto: J. Dias (1942) - Acervo: Lêda Hora.
Foto 4 - Foto: Francino (1950) - Acervo: Ubaldo Senna Filho.
Foto 5 - Foto: José Nazal (2025).

NOTA:

Texto de José Nazal Pacheco Soub, membro da cadeira nº 38, da Academia de Letras de Ilhéus.
Texto publicado originalmente no site O tabuleiro, em 09 de janeiro de 2025.

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