domingo, 15 de setembro de 2013

ARTIGO

Duas Academias de Letras
                                                  
                                                   Cyro de Mattos

Fundada em 14 de março de 1959, nos moldes da francesa, em que a Academia Brasileira de Letras também se inspirou, a Academia de Letras de Ilhéus tem como um dos princípios o cultivo da língua e da literatura nacionais, sem desprezar as relações que mantém com as artes e as ciências. O poeta ilheense Abel Pereira foi o idealizador da instituição e o primeiro presidente.

A Academia de Letras de Ilhéus é formada por quarenta membros, dos quais vinte e cinco serão obrigatoriamente residentes em Ilhéus e Itabuna. Já conta, em sua história, com figuras do porte de Jorge Amado, Adonias Filho, Zélia Gattai, Telmo Padilha, Hélio Pólvora,  Milton Santos, João Mangabeira, José Cândido de Carvalho Filho, Euclides Neto, Orlando Gomes, Luiz Fernandes Pedreira, Gumercindo Rocha Dórea e Edivaldo Brito,  citando-se aqui apenas algumas de suas figuras expressivas.


Seu ideal está expresso na divisa: “Patriae Litteras Colendo Serviam”, que pode ser traduzido como “Servirei à Pátria Cultuando as Letras”. As atividades da Academia interagem hoje com a sociedade. Camadas significativas do meio social participam das palestras, conferências, recitais e eventos outros de natureza cultural, com destaque para os saraus literários, que já se tornaram uma tradição, e o Projeto Primavera Cultural.  A instituição conta com um site administrado pelo competente acadêmico Pawlo Cidade, que é também agente cultural com destaque na Região Cacaueira Baiana. 
        
     A Academia de Letras de Itabuna (ALITA) nasceu em uma das salas da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, FICC, às 9 horas de 19 de abril de 2011. Seus membros fundadores foram Carlos Eduardo Passos, Marcos Bandeira, Sonia Maron, Lurdes Bertol, Ruy Póvoas, Maria Luiza Nora, Gustavo Veloso, Rilvan Santana, Ary Quadros, Antonio Laranjeiras, Sione Porto e este articulista.  Integram atualmente o quadro de associados da entidade trinta e oito  homens e   mulheres, de elevada expressão intelectual nas áreas literária, jurídica, de comunicação e ciências humanas.     
       
       A ALITA, como carinhosamente os membros gostam de nomear a instituição, veio para interagir com a comunidade  e perdurar como instituição atuante. Com pouco mais de dois anos de instalada, sem dotação orçamentária, com grandes dificuldades econômicas, vem promovendo eventos literários e culturais de repercussão regional, graças à dedicação de sua diretoria e criatividade de alguns de seus membros: Semana do Centenário de Jorge Amado, Dia da Consciência Negra, Dia do Índio, lançamentos de livros, sessões solenes de posse e outros são até agora alguns de seus passos importantes.  Seu site, criativo e dinâmico, dá visibilidade à instituição, que passou a ficar conhecida fora das fronteiras regionais. É administrado pela dedicada  acadêmica Ceres Marylise.
      
     A instituição conta em seu quadro de associados com intelectuais expressivos, Florisvaldo Mattos, Hélio Pólvora,  Aleilton Fonseca, Maria de Lourdes Neto Simões, Carlos Valder, Soane Nazaré de Andrade, Janete Ruiz, Margarida Fahel, Ruy Póvoas, Marcos Bandeira, entre outros,  cometendo-se aqui certamente o pecado da omissão.
        
       O ideal que alimenta a Academia de Letras de Itabuna é “Litteris Amplecti”, que pode ser traduzido como Abraçados nas Letras, embora não se deixe de  considerar que  as grandes obras literárias da humanidade tenham sido escritas  sob o clima dos conflitos, solidões, pesadelos, contradições e indignações, que o difícil gesto do viver sempre gera.  E a genialidade da sua criação é que   as fazem perenes.  

No mundo de hoje em que os valores espirituais são descartados, priorizando-se o corpo, o estômago e a cabeça em busca de poder, cabem às  Academias de Letras cultivar a importância da língua, a literatura e a comunicação,  manifestações   inerentes ao nosso ser-estar no mundo com vistas ao enriquecimento da vida. Esse tipo de instituição contribui para perdurar aqueles que amam as letras, manipulam com eficácia os sinais visíveis da escrita, os elementos da oratória e o simbolismo da cultura, instrumentos que resultam  da criatividade humana e que bem exercitados tornam-se  caminhos úteis para a compreensão do outro mais o mundo. Interagem no mundo moderno e incentivam os que têm sensibilidade para que façam uma leitura crítica da vida através das letras.

No dia 20 de setembro, a Academia de Letras de Itabuna estará empossando novos membros. São eles: jornalista Celina Santos Silva, dramaturgo Gideon Alves Rosa, educadora Delile Miranda de Oliveira, escritora e Doutora em Letras Maria Rita Coelho Dantas, Magnífico Reitor Naomar Monteiro de Almeida Filho, cineasta Raquel Silva Rocha, jurista e professor universitário Sérgio Habib.

O patrono da Academia de Letras de Ilhéus é o notável jurista Ruy Barbosa. O seu presidente atual é o professor universitário Josevandro Nascimento. O patrono da Academia de Letras de Itabuna – ALITA - é o consagrado romancista Adonias Filho. Sua atual presidente é a Juíza de Direito Sonia Maron. 

*Cyro de Matos é escritor, poeta e advogado aposentado. 
                                                                                                                            


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