segunda-feira, 31 de março de 2025

SAPHO: PARA ALÉM DE UM LIVRO EM ILHÉUS

A concepção do livro foi definida: uma obra que reunisse os diversos gêneros; que pudesse apresentar as obras plásticas e 
que refletisse o contexto “safhiano” de ser e existir. 





Em Ilhéus, tradicionalmente, Aleilton Fonseca e Rita Santana, quando vão à Princesa do Sul, visitam à senhora Sapho, uma estátua situada na Praça do  Palácio Paranaguá. Nesse local funcionava a sede do poder executivo ilheense. A praça continua importante: lá permanece as sedes do poder legislativo, de grupo maçônico e a imponente Associação Comercial de Ilhéus. E claro, a linda escultura de Inverno, à frente da Igreja Batista, encontra-se por lá também. 

Um belo dia, no grupo de WhatsApp da Academia, eis que surge a ideia de homenagear Sapho, Então, autoconstituimos um grupo para cuidar da homenagem e organizar um livro.  Afinal, parafraseando a acadêmica Maria Schaun, Sapho merecia um livro. Então, a Comissão organizadora foi constituída por mim, Aleilton Fonseca, Anarleide Menezes, Luh Oliveira e Ramayana Vargens.

A concepção do livro foi definida: uma obra que reunisse os diversos gêneros; que pudesse apresentar as obras plásticas e que refletisse o contexto “safhiano” de ser e existir. Sapho com “ph“ ou sem? Eis que a dúvida foi levantada e permaneceu com “ph” para homenagear conforme escrita existente ao pé da estátua.  Agora, restava-nos convidar as pessoas. E assim, a comissão organizadora foi convidando poetas, escritores e artistas plásticos para constituírem  o painel em homenagem a Sapho.

Sapho não é uma mera estátua em Ilhéus, nascida na Grécia, viveu na Ilha de Lesbos e foi uma das primeiras poetas (mulher, para reforçar) na Antiguidade.  A sua obra imortalizada reflete a diversidade social e auxilia-nos a refletir sobre o cotidiano da sociedade brasileira. 

O lançamento do livro ocorreu, mesmo que de forma rápida, na Academia de Letras de Ilhéus, no dia 14 de março,  visto que a data exigiu prestação de contas da diretoria passada, posse da nova Gestão  e saudação a Castro Alves, sem também deixar de registrar o lançamento da Revista Estante, n.º 02, da Academia. O momento foi concorrido de atividades.  Em razão da obra e das inquietações, a Praça J. J. Seabra ganhou de presente as estátuas higienizadas de Sapho e  Inverno. O gradil foi pintado e a iluminação reinstalada. Foram pequenas ações, mas a Prefeitura de Ilhéus, por meio da Secretaria de Cultura, surpreendeu-nos positivamente e sinalizou que podemos fazer trabalhos conjuntamente. Ganha a cultura, a cidade fica mais bonita e os cidadãos agradecem.             

O livro “Celebrações a Sapho, musa de Ilhéus (Centenário1924 – 2024)” congrega diversos poetas, escritores, professores, fotógrafos e artistas plásticos: Antonio Sá da Silva,  Aleilton Fonseca, Antônio Lopes,  Efson Lima, Francino Vieira,  Jane Hilda  Badaró, José Nazal, Marcos Bandeira, Nívia Maria Vasconcellos, Pawlo Cidade,  Adrian Eysen,  Clarissa Macedo, Cyro de Mattos, Décio Torres, Elisa Oliveira, Fabrício Brandão, Geraldo Lavigne de Lemos,  Goulart Gomes,  Heitor Brasileiro,  Heloísa Prazeres, Leônidas Azevedo Filho,  Lia Sena,  Luh Oliveira,   Maria Luiza Heine, Ordep Serra, Piligra,  Rafael Gama Moreira,  Ramayana Vargens, Renato Oliveira de Prata,  Rita Santana,  Sandro Ornellas, Sérgio Ribeiro,  Silmara Santos, Silvio Jessé,  Suany Lima, Tallýz Mann, Uaçaí Lopes e  Vladimir Queiroz. Então,  esse conjunto de pessoas se aglomerou para em poesia, prosa, fotografias e pinturas celebrar o centenário da presença de Sapho em Ilhéus. 

A professora Maria Luiza Heine, em síntese, resume a importância da escultura de Sapho para Ilhéus: “Cem anos depois, este monumento continua gerando admiração e curiosidade nos turistas e visitantes. Bela, rara e inigualável, a musa esculpida: uma perfeição. A escultura de Sapho é uma preciosidade a embelezar a praça principal do Centro de Ilhéus.” Portanto,  Sapho se tornou um patrimônio da região, quiçá do Brasil, afinal, a escultura foi  desenvolvida pelo italiano Pasquale de Chirico, inclusive, com várias obras em Salvador e tendo sido professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia.

 

Efson Lima – membro da Academia de Letras de Ilhéus e da Academia Grapiúna de Artes e Letras ( Agral). Doutor e mestre em Dirreito/UFBA. Advogado. efsonlima@gmail.com

LIVRO EM HOMENAGEM AO HISTORIADOR ANDRÉ ROSA SERÁ LANÇADO NA ACADEMIA

O livro é uma homenagem da autora para seu irmão André Rosa, 
(membro efetivo anterior da Academia de Letras de Ilhéus) 
que fez a passagem no dia 7 de abril de 2024. 




llhéus, cidade marcada por sua riqueza cultural e histórica, ganha um novo olhar através da literatura infantojuvenil. Trata-se do livro “Menino dos Ilhéus”, de Anna Lívia Rosa Ribeiro, com ilustrações de Márjara Martins.

O livro convida o leitor a mergulhar no universo de um garoto que compartilha suas descobertas, seu sentimento de pertencimento ao lugar onde nasceu (a cidade de Ilhéus), compartilhando os costumes e a cultura local. Com cores quentes, vibrantes, a obra destaca suas aventuras, aprendizados e conexões profundas com a história do lugar, as pessoas e o ambiente ao seu redor.

Assim como um viajante que pisa pela primeira vez na cidade, o leitor é conduzido por cenários e personagens que dão vida à essência do menino leitor, historiador, pesquisador, professor, escritor, poeta e gostava de desenhar.

A narrativa destaca a conexão entre infância e território, estimulando o olhar sensível para o ambiente e as relações humanas. Além de encantar o público infantojuvenil, “Menino dos Ilhéus” se torna um importante material pedagógico, despertando o interesse de escolas e projetos culturais que valorizam a literatura regional. 

O livro é uma homenagem da autora para seu irmão André Rosa, (membro efetivo anterior da Academia de Letras de Ilhéus) que fez a passagem no dia 7 de abril de 2024. 

Anna Lívia é Mãe, Avó, Ilheense, Pedagoga, Professora, Especialista em Educação Infantil, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Graduada em Gestão em Turismo, Sócia Diretora na empresa ViaDestino Viagens. Ama viajar, ir ao cinema, ir à praia, ler. Desde pequena via seu irmão às voltas com livros e leituras, o que a motivou a presentear seus filhos com livros.

“Escrever um livro em homenagem a meu irmão, é desafiar o esquecimento, transformando saudade em eternidade e memória em legado. É erguer um monumento de palavras onde a memória jamais se apaga e a ausência física dá lugar ao amor que transcende”, declara a autora.

O lançamento do livro acontece no dia 7 de abril de 2025 na Academia de Letras de Ilhéus às 18h30, e promete ser um momento especial para os familiares, amigos, educadores, pais, viajantes e amantes da cultura ilheense.

domingo, 30 de março de 2025

CADEIRA 14 — MEMBRO EFETIVO




JOSEVANDRO RAYMUNDO FERREIRA NASCIMENTO

 

Membro da Cadeira nº 14

Data de nascimento: 03 de abril de 1952

Data de posse: 06 de dezembro de 2007

Efetivo anterior: Abel Pereira
Patrono: Ciridião Durval
Fundador: Abel Pereira

 

Breve currículo

 

Possui graduação em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (1975) e Mestrado em Direito Público pela Universidade Gama Filho (1999). Foi professor da Faculdade de Tecnologia e Ciências e Coordenador e fundador do curso de Direito da Faculdade Madre Thais; Presidente da Academia de Letras de Ilhéus nos períodos 2013 a 2017; professor aposentado do Instituto Municipal de Ensino Eusinio Lavigne e da Universidade Estadual de Santa Cruz. É jornalista militante, inscrito na Associação Bahiana de Imprensa sob n 300 e Advogado, inscrito na OAB/BA sob n 4.801. 

 

É casado e pai de uma filha, avô de duas netas, encontrando na família uma fonte constante de inspiração e motivação. Exerceu dois mandatos como vereador, 1977 a 1986, e demonstrou seu compromisso com o bem-estar e o progresso de Ilhéus. A sua vida é marcada por paixão pela sua cidade, seja por meio da cultura, educação e formação de cidadãos, seja através da sua dedicação como membro da Academia de Letras de Ilhéus, da Academia de letras Jurídicas do Sul da Bahia, da Academia de Letras Jurídicas de Ilhéus e da Academia Brasileira Rotária de Letras da Bahia (ABROL).

 

Seu compromisso com o serviço público estende-se ao Rotary Clube de Ilhéus e à Maçonaria, o que faz retratar seu desejo de contribuir para causas humanitárias e comunitárias. Como presidente da ALI por dois mandatos, demonstrou sua habilidade em liderar e unir diferentes vozes em prol de um objetivo comum.

 

Atualmente exerce a função de Assessor do Prefeito Municipal de Ilhéus e o terceiro mandato na Academia de Letras de Ilhéus para o período 2025-2026.

 

Obras publicadas:

 

A falência do sistema prisional brasileiro 
Instituto de Direito Penal
A trajetória Institucional do Prof. Soane Nazaré de Andrade da FESPI à UESC 

 

sábado, 29 de março de 2025

Academia de Letras de Ilhéus sediará novamente outra obra poética de Moysés Netto Simões




O próximo encontro literário marcado na Academia de Letras de Ilhéus compreende o lançamento do livro de Literatura, Segredos do Tempo, de autoria do poeta Moysés Netto Simões, que será realizado no Salão Nobre dessa instituição, rua Antônio Lavigne de Lemos, 39, Centro, Ilhéus (BA), no dia 2 de abril, às 18 horas.

Segredos do Tempo possui o selo editorial da Via Litterarum. Mereceu a leitura das ensaístas, intelectuais e professoras de Literatura Margarida Cordeiro Fahel e Ana Maria de Bulhões Carvalho, dentre outros leitores profícuos. Margarida Fahel assina o prefácio e Ana Maria de Bulhões-Carvalho assina a orelha. Na quarta capa consta fragmentos de leitura de outros leitores entusiasmados com essa obra.

Quem é este poeta?

Moyses Netto Simoes Filho dos destacados professores e pesquisadores Henrique Campos Simões (in memoriam) e Maria de Lourdes Netto Simões. E é pai da Juliana Simões.

Engenheiro Eletricista. Possui Pós-Graduação em Oceanografia e Psicoterapia Holística. 

A estreia literária de Moysés Simões aconteceu ainda na infância com a publicação do conto A grande decisão, que narra a vitória do time dele (Grêmio Mirim) em um campeonato de futebol.

Transitou por alguns gêneros literários e seguiu, então, a carreira construindo versos. A natureza e o conhecimento são temas centrais da produção escrita dele.

Lançou o seu primeiro livro solo de poemas Treze luas, incontáveis percepções: O sol do novo tempo na Academia de Letras de Ilhéus. Depois desse veio Uma Jornada Interior (poemas). Agora, com Segredos do Tempo, o poeta pensador/pensador poeta, para usar uma nomenclatura cunhada pela leitora especializada Margarida Fahel, Moysés Netto Simões conclui a trilogia poética Vida.

sábado, 15 de março de 2025

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS TEM NOVO PRESIDENTE PARA O BIÊNIO 25/26: JOSEVANDRO NASCIMENTO



Na sequência: Fabrício Brandão, Pawlo Cidade, Efson Lima, José Nazal, Leônidas Azevedo, Josevandro Nascimento, Aleilton Fonseca, Maria Schaun, Luh Oliveira, Jane Hilda Badaró, Neusa Nascimento, Antônio Hygino, Sebastião Maciel, Anarleide Menezes e Vercil Rodrigues.


O professor e advogado Josevandro Raymundo Ferreira Nascimento (cadeira 14) foi empossado no cargo de presidente da Academia de Letras de Ilhéus (ALI), ao lado dos membros da nova diretoria, durante a solenidade realizada na noite desta sexta-feira, 14, para o biênio 2025-2026. O ato contou com a presença da vice prefeita de Ilhéus, Wanessa Gedeon, que representou o prefeito Valderico Júnior e da jornalista Naianne Ministro, superintendente de comunicação da Prefeitura de Ilhéus.

A sessão também foi prestigiada por autoridades militares, política e civis, a exemplo dos representantes do Rotary, Lions, OAB/BA, maçonaria, Wenceslau Júnior, Superintendente de Economia Solidária do Estado da Bahia, Anarleide Menezes, secretária municipal de cultura, além de membros da imprensa (sites, blogs, portais e jornais) regional, que no caso de Itabuna, esteve representada por Angélica Rodrigues, colunista dos jornais e sites DIREITOS e O COMPÁSSO. Enviaram representantes a Academia de Letras Jurídicas do Sul da Bahia (Aljusba), Academia Grapiúna de Letras (Agral) Academia de Letras Jurídicas de Ilhéus (ALJIL), Academia de Letras de Itabuna (Alita) e a Academia Maçônica de Letras Ciências e Artes da Região Grapiúna (Amalcarg).



O presidente Josevandro Nascimento presta juramento 


A cerimônia de posse, que abriu os trabalhos ordinários da Academia em 2025, contou com os lançamentos da “Revista Estante 2” e do livro “Celebrações a Sapho Musa de Ilhéus (1924-2024)”, produzidos pelos “imortais” da casa das letras ilheense e pela participação especial da atriz e professora Teresa Damásio que recitou Navio negreiro de Castro Alves.

Na oportunidade, o presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB) e membro da ALI (cadeira 24), Aleilton Fonseca, fez uma louvação ao poeta Castro Alves, patrono da Academia de Letras de Ilhéus. Por sua vez, o presidente Pawlo Cidade, que deixa o cargo, fez um balanço das suas duas profícuas gestões junto a instituição liteiro-cultural ilheense. Enquanto que o novo presidente Josevandro Nascimento, que assume os destinos da “Casa de Abel” pela terceira vez, declarou que dará continuidade aos bons projetos do seu antecessor e que com a sua diretoria implantará novos.



Zé Carlinhos, colunista; Josevandro Nascimento, Efson Lima 
e a jornalista e fotógrafa Angélica Rodrigues



Efson Lima, Jamilton e Wenceslau Júnior, superintendente de Economia 
Solidária do Estado da Bahia e Pawlo Cidade


Estiveram presentes os acadêmicos: Josevandro Nascimento, Vercil Rodrigues, Gustavo Cunha, Jorge Matos, Anarleide Menezes, Fabrício Brandão, Efson Lima, Sebastião Maciel, Antônio Hygino, Jane Hilda Badaró, Leônidas Azevedo, Neusa Nascimento, José Nazal, Maria Schaun, Luh Oliveira, Tica Simões e Aleilton Fonseca.

Texto de Vercil Rodrigues, membro da cadeira 21, para o Jornal Compasso e este blog. Fotos de Angélica Rodrigues.

DISCURSO DO CONFRADE PAWLO CIDADE AO DEIXAR A PRESIDÊNCIA DA ALI

 

Auditório repleto de autoridades, amigos e membros da Academia



"Ilhéus é a cidade dos poetas, dos escritores, das Marias do Rosário, dos Josés e dos Joãos; dos Alfredinhos que se foram; de Mendonça, Chuvinha, Coló; Dona Lourdes, Seu Maron; Janete Badaró, José Abobreira e tantos outros que amaram esta cidade". 



Em novembro de 2021 foi eleita para o biênio 21/23 a Chapa Akademus — Chapa única — presidida por mim, Pawlo Cidade; pelo Vice-presidente Gustavo Cunha; pela Secretária Geral Jane Hilda Badaró; pelo Primeiro Secretário Sebastião Maciel Costa; pela Segunda Secretária Luh Oliveira; pela Primeira Tesoureira Anarleide Menezes e pelo Segundo Tesoureiro Leônidas Azevedo. E reeleita, por 80% dos membros efetivos para o biênio 23/25, desta vez com a Vice-presidência de Anarleide Menezes; o Secretário Geral Josevandro Nascimento; o Primeiro Secretário Sebastião Maciel Costa; a Primeira Tesoureira Luh Oliveira e o Segundo Tesoureiro Efson Lima.

A Chapa Akademus surgiu com o objetivo geral de cumprir e fazer cumprir os Estatutos da Academia de Letras de Ilhéus. Destarte, foi a partir dos objetivos e metas apresentados na inscrição da chapa, apesar das nossas dificuldades financeiras, que desenvolvemos as seguintes ações, elencadas no nosso Plano de Trabalho: 

Pawlo Cidade na tribuna

1.   Estabelecemos parcerias e filiações com as Academias de Letras da região e da Bahia e de imediato nos associamos à RICA – Rede de Integração Cooperativa de Academias de Letras da Bahia, favorecendo a interlocução e o diálogo entre todos os acadêmicos e acadêmicas, divulgando nossas atividades literárias, participando de eventos, LIVES, produção de revistas, livros, debates, seminários e colóquios.

2. Promovemos diversos autores da literatura local, regional, estadual e nacional com a realização de 22 lançamentos de livros; 04 edições de feiras de livros e festas literárias — a partir da assinatura de um Termo de Cooperação Técnica com a Fundação Pedro Calmon, a Universidade Estadual de Santa Cruz e a Prefeitura Municipal de Ilhéus através da Secretaria Municipal de Cultura — que nos permitiu a promoção de mais de 24 rodas de conversa e a participação de 72 escritores, entre eles: Jeferson Tenório, Tom Figueiredo, Rodrigo Melo, Elisa Lucinda, Mia Couto, Ailton Krenak, Jarid Arraes, MV Bill e tantos outros. 

3.   Participamos de 2 edições do Webnário de Estudos Amadianos e realizamos 3 edições da Semana Jorge Amado em parceria com a Secult e a participação de membros efetivos desta Academia nas mesas e discussões, a exemplo da conferência online “Jorge Amado e eu”, com a participação do saudoso amigo André Luiz Rosa, Jane Hilda Badaró, Neuzamaria Kerner e Maria Luiza Heine.

4.   Entre as tertúlias promovidas por esta casa, nos últimos quatro anos desta gestão, realizamos durante a pandemia: LIVES sobre a importância da língua portuguesa intitulada “Pobre Língua Rica”; palestras dos mais variados temas; Sessões da Saudade; Posses dos novos acadêmicos: Dr. Efson Lima, poeta Rita Santana, Dra. Tica Simões, Dr. Manoel Carlos de Almeida Neto e por último o memorialista José Nazal Pacheco Soub. No campo das artes visuais realizamos exposições com temas importantes da cultura indígena e da educação ambiental.

5.  Na promoção de eventos e parcerias com universidades, organizações da sociedade civil e escolas públicas e privadas com vistas à valorização das letras e da arte foram realizadas neste auditório, e externamente, inúmeras atividades, entre eles a FILIN — Festival para as infâncias, sob a coordenação da confreira Luh Oliveira, o FLISBA – Festival da Literatura Sul Baiana; participamos do Festival Internacional do Cacau e do Chocolate com exposição e vendas de livros; do Webnário de Estudos Amadianos, em parceria com a UNEB — Universidade Estadual da Bahia, co-promovemos o Prêmio Nacional de Contos Sosígenes Costa, ao lado da Universidade Estadual de Santa Cruz e participamos do I Simpósio das Academias de Letras da Bahia. Este ano, o II Simpósio será em Ilhéus, sob a coordenação desta Academia.

6.  No aconselhamento, contribuição à órgãos públicos nas políticas públicas de promoção da literatura e da cultura, participamos da oitiva de literatura da Secretaria Municipal de Cultura de Ilhéus e do Conselho Municipal de Cultura. 

7.  Na infraestrutura e melhoria do nosso espaço, firmamos parceria com a Prefeitura Municipal de Ilhéus para a reforma do telhado e do primeiro piso. Graças também a generosa participação financeira dos próprios membros desta confraria, melhoramos as redes elétrica e hidráulica, deixamos em dia o pagamento de salários de funcionários e colaboradores, prestadores de serviços, material de limpeza, pintura, manutenção de portas e do idoso ar-condicionado. Por falar em ar-condicionado não conseguimos ainda trocar o atual que necessita urgentemente de ser substituído.

8.  Criamos e atualizamos periodicamente o blog da academia e criamos, sob a coordenação do confrade Ramayana Vargens, com a participação de Tica Simões, Geraldo Lavigne, Aleilton Fonseca, Anarleide Menezes, Luh Oliveira, Josevandro Nascimento, Maria Schaun e Ruy Póvoas a Comissão Henrique Simões com vistas as comemorações dos 500 anos de Ilhéus. 

9.  Promovemos a celebração do Centenário do Dr. Francolino Neto, fundador desta casa, sob a responsabilidade do confrade Josevandro Nascimento. 

10. Abrimos as portas desta confraria para a Semana Nacional de Museus, a Rede de Museus e Pontos de Memória do Sul da Bahia, a Secretaria Municipal de Educação, a Secretaria Municipal de Cultura, O Conselho Municipal de Cultura, o Fórum de Cultura, a Polícia Militar e diversas instituições de organização da sociedade civil e da iniciativa privada que puderam realizar aqui reuniões, conferências, palestras e seminários. 

11. Reformulamos o Estatuto desta Academia, adequando-o às exigências do Código Civil Brasileiro. Estamos lançando nesta noite a segunda edição da Revista Estante, com textos de vários acadêmicos desta casa e o livro em comemoração aos cem anos da Estátua de Sapho, intitulado: “CELEBRAÇÕES A SAPHO MUSA DE ILHÉUS (CENTENÁRIO 1924-2024)”, sob a organização dos confrades Aleilton Fonseca, Efson Lima e Ramayana Vargens; e das confreiras Anarleide Menezes e Luh Oliveira. 

12. Concedemos a Comenda Rui Barbosa a uma personalidade das artes, da cultura e da ciência; a uma instituição social e a uma instituição pública.

13. Apesar de todos os nossos esforços, do meu afastamento desta casa por um ano, para tratamento de saúde, estimulamos, no que foi possível, o livro como gênero de primeira necessidade e a leitura como importante instrumento para desenvolver o raciocínio, o senso crítico e a capacidade de interpretação. 

"Ainda estão nos meus projetos para esta instituição — na função de Diretor da Biblioteca — a concepção, captação de recursos e execução do Memorial da Literatura Sul Baiana".

Tenho dito que a Academia de Letras de Ilhéus, entidade sexagenária, que hoje completa 66 anos, precisa protagonizar o movimento intelectual ilheense nas discussões de políticas públicas para a literatura, a cultura, a ciência e a arte. Mas para isso, todos nós — confreiras e confrades — precisamos participar ativamente da vida cultural deste Município que está às vésperas de completar 500 anos. Eu disse 500 anos! 500 anos de história. 500 anos de luta. 500 anos de maus tratos. Mas sozinha a literatura não será capaz de transformar esta cidade. E neste momento conclamo aos intelectuais desta casa, aos políticos, aos artistas, aos literatos que, juntos, possamos escrever uma grande carta manifesto de pedido de socorro ao nosso patrimônio cultural. Que esta carta chegue ao governo federal, ao governo estadual a quem interessa possa que nos ajude a restaurar nosso patrimônio! Esqueçamos ideologias, partidos, lados opostos. Vamos lutar por Ilhéus! Vamos lutar por esta cidade, repito, que completará em 2024, 500 anos!

Ilhéus é a cidade dos poetas, dos escritores, das Marias do Rosário, dos Josés e dos Joãos; dos Alfredinhos que se foram; de Mendonça, Chuvinha, Coló; Dona Lourdes, Seu Maron; Janete Badaró, José Abobreira e tantos outros que amaram esta cidade. 

Ilhéus é a cidade que quando anoitece, dizia o poeta: 

“Roxa mantilha suspende o céu do seu zimbório. 

Que noite azul! Que maravilha! 

Sinto-me, entanto, merencório”,*  

Merencório com o prédio do General Osório prestes a desabar; o Teatro lutando para falar; A Casa de Jorge em silêncio. Mas o poeta, o escritor, o artista, os membros desta academia, as promessas alvissareiras que se rompem na antemanhã e invadem a noite, faz com que:

“Ilhéus rebrilha qual grande búfalo fosfóreo, 

enquanto as flores da baunilha 

são como um cândido incensário. 

Estão as casas figurando como que um bando de camelas a descansar sob as estrelas em sideral reclinatório”.  

Mas chega de poesia e vamos aos números. E isto é, muitas vezes o que acaba notabilizando uma gestão de cultura efervescente. Destarte, tivemos:

 

AÇÃO/ATIVIDADE ACADÊMICA

 

 

QUANT

Redes sociais em atividade: Facebook/Instagram/Blog

3

Revista publicada

1

Livro publicado em parceria

2

Termos de Cooperação Técnica

2

Participação em festivais, simpósios e feiras etc

23

Palestras na sede da ALI

18

Reuniões de terceiros na sede

54

Posses de novos membros

5

Sessões da Saudade

8

Eleitos novos membros

7

Lançamentos literários

22

Exposição artística

3

Lives

12

Saraus

3

Comenda Rui Barbosa

1

Comissões específicas

5

Abertura dos trabalhos acadêmicos

4

Concursos literários (Prêmio Sosígenes Costa)

3

 

Total de atividades no período

 

 

176

 

E antes de finalizar, gostaria de chamar aqui o confrade Efson Lima para que apresente o livro “Celebrações a Sapho Musa de Ilhéus (centenário 1924-2024). 

(...)

Ainda estão nos meus projetos para esta instituição — na função de Diretor da Biblioteca — a concepção, captação de recursos e execução do Memorial da Literatura Sul Baiana, no primeiro piso, com a devida acessibilidade. O Memorial da Literatura Sul Baiana irá contar a história da literatura de nossa região e de nossos membros e retomar a funcionalidade da biblioteca, que deixará de ser um depósito de livros, transferindo-a para o Espaço Zélia e Jorge ou a Sala Nelson Schaun. 

Quero agradecer — e não me canso disso — a confreira, e hoje Secretária de Cultura Anarleide Menezes, por ter me substituído por um ano; Maria do Rosário, Eliene Hygino, Bada, confrades, confreiras, em especial ao confrade Edvaldo Brito, confrade Ministro Manoel Carlos, Neide Silveira, Neusa Nascimento, Luh Oliveira, etc. “A gratidão é uma forma singular de reconhecimento, e o reconhecimento é uma forma sincera de gratidão”.

E interrompo mais uma vez meu discurso, que já está nos parágrafos finais, para convidar a vice-presidente desta casa, que junto comigo deixa hoje a diretoria do biênio 23-25 para que possa fazer uma saudação.

(...)

Meus senhores, minhas senhoras, enquanto Deus me der fôlego e coragem, estarei arregaçando as mangas pelo livro, pela leitura, pela literatura e pela Palavra, combatendo o bom combate, fortalecendo minha fé. Que Deus me dê mais e mais palavras para escrever diuturnamente a história desta terra. Terra de Santa Cruz, terra de Berá, Mestre Virgílio, Quinto de Souza, André... E neste momento peço vênia aos confrades, às confreiras para citar os nomes dos nossos companheiros das letras que nos deixaram nestes últimos quatro anos: André Luiz Rosa Ribeiro, Gerson dos Anjos, Carlos Alberto Arléo Barbosa, Luiz Pedreira Fernandes, Carlos Eduardo Lima Passos e Soane Nazaré de Andrade. 

A vida, meus queridos, é assim: uma eterna renovação de homens, mulheres e acontecimentos. E por que com a Academia de Letras de Ilhéus seria diferente? Saibam que a nossa imortalidade — e quando digo “nossa” não me refiro somente aos membros desta confraria — está no legado que todos nós deixamos. 

Lembrem-se: “Daqui a cem anos, em 2125, seremos apenas ossos secos em caixões esquecidos. As casas que construímos com suor abrigarão rostos que nunca conhecemos, e o carro que você pagou com anos de vida, será descartado como uma lata velha. Nossos tesouros serão doados, jogados em lixões ou virarão cinzas. Nossos descendentes mal saberão quem somos. Seu rosto será um retrato empoeirado durante alguns anos na parede de alguém, até que alguém o jogue fora para pendurar um quadro novo. 

Morremos duas vezes: quando o coração para e quando a última pessoa que pronuncia nosso nome se torna terra. E você ainda se sacrifica por um cargo, por um carro, por um elogio vazio? A vida é mais como um empréstimo. E o banco do tempo cobra juros altíssimos”. Deus abençoe!

 

Muito obrigado.


Pawlo Cidade

Presidente

2021/2023 a 2023/2025.


A poesia a que se refere o presidente é Búfalo de fogo e o autor Sosígenes Costa.

sexta-feira, 14 de março de 2025

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS COMPLETA 66 ANOS, ABRE ANO ACADÊMICO COM POSSE DA NOVA DIRETORIA E EXORTAÇÃO A CASTRO ALVES




No dia 14 de março de 2025, a Academia de Letras de Ilhéus (ALI) realizará a abertura do seu ano acadêmico em uma solenidade especial. O evento acontecerá às 19h, no auditório da instituição, localizada na Rua Antônio Lavigne de Lemos, 39, Centro, Ilhéus.

A cerimônia contará com a presença do renomado escritor e professor Aleilton Fonseca, atual presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB), que fará uma exortação ao poeta Castro Alves, um dos maiores nomes da literatura brasileira e símbolo da luta abolicionista.


Posse da nova diretoria


Na ocasião, o presidente da ALI, Pawlo Cidade, dará posse à nova diretoria para o biênio 2025-2026, que será liderada pelo acadêmico, professor e advogado Josevandro Raymundo Ferreira Nascimento. Mestre em Direito Público, professor aposentado da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e fundador do curso de Direito da Faculdade Madre Thaís (FMT), ele também é membro da Academia de Letras Jurídicas do Sul da Bahia (Aljusba) e da Academia Brasileira Rotária de Letras da Bahia, além de ocupar a Cadeira nº 14 na ALI.

A nova diretoria, eleita sob a chapa “Cultura em Movimento”, terá a seguinte composição, além do presidente, a Vice-presidente: Luh Oliveira; Secretária-geral: Maria Schaun; 1ª Secretária: Jane Hilda Badaró; 2ª Secretária: Maria Luiza Nora de Andrade; 1ª Tesoureira: Maria Luiza Heine; 2º Tesoureiro: Vercil Rodrigues; Diretor da Revista: Fabrício Brandão e Diretor da Biblioteca: Pawlo Cidade. A Comissão de Contas será formada pelos acadêmicos Ruy do Carmo Póvoas, Efson Lima e Ramayana Vargens.


Uma trajetória de cultura e literatura


Fundada em 14 de março de 1959, a Academia de Letras de Ilhéus é um dos mais importantes espaços de fomento à literatura e à cultura no sul da Bahia. Conhecida como a "Casa de Abel", em homenagem ao escritor ilheense Abel Pereira, a instituição mantém um compromisso contínuo com a difusão do conhecimento e a valorização dos escritores regionais.

A abertura do ano acadêmico e a posse da nova diretoria prometem reforçar essa tradição, reafirmando o papel da ALI como um centro de referência intelectual e cultural na Bahia.

 

Texto: Jonildo Glória.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

O BAR VESÚVIO NO TEMPO E NA HISTÓRIA, por JOSÉ NAZAL

 


O Vesúvio foi inaugurado no início da década de 10, do século XX, em frente a Capela de Sâo Sebastião, conforme Francisco Borges de Barros anotou em seu livro "Crônica sobre a Capitania dos Ilhéus", editado em 1914. O empreendimento foi uma iniciativa dos italianos e primeiros proprietários, Nicolau Caprichio e Vicenti Queverini, como Pastelaria Vesúvio, em homenagem ao famoso vulcão da cidade de Nápoles, Itália. Inicialmente construído apenas com andar térreo e com telhado em duas águas, passou a ser um dos pontos mais frequentados da cidade. Nas fotografias a partir do início da década de 20, o prédio já contava com o pavimento superior.




Segundo Raymundo Pacheco Sá Barretto, em seu livro "Notas de um Tabelião", um português conhecido como Figueiredo comprou dos italianos, que posteriormente vendeu a Durval Moreno, e consecutivamente este vendeu ao sr. Costa. Depois da administração do Sr. Costa, o bar ficou por um pequeno período fechado, vindo a ser reaberto pelo espanhol Armando Lorenzo. Não há registros de qual desses proprietários trocou o nome para "Bar Triunfo", conforme registro fotográfico de J. Dias, em 1942. Ainda segundo Sá Barretto, o bar foi adquirido em 1945 por Emílio Maron, que mudou o nome para "Bar Maron", conforme registrado em 1950 por Francino Vieira.



Na década de 80, o prédio foi adquirido pelo suíço Hans Koella, voltando a funcionar com o nome "Bar Vesúvio", administrado por outro suíço, Horst Walter Mayner.




Passados alguns anos, o bar foi arrendado a Paulo César Vieira de Carvalho, o saudoso Badalo. Em 1997, Badalo recepcionou o casal Jorge Amado e Zélia Gattai com sua comitiva, quando o escritor recebeu o Título de Cidadão Ilheuense e inaugurou a Casa Jorge Amado. Após a administração de Badalo, o bar voltou a ser gerido pelo grupo suíço por dois anos, através da empresa Corviglia, fechando novamente em 1999. No ano seguinte, o arrendatário foi Guido Paternostro, que devolveu aos suíços em 2017, a partir de quando o bar passou a ser administrado por outro grupo de empresários, atuais arrendatários.




Fontes:

Raymundo Pacheco Sá Barretto - "Notas de um Tabelião" (1982).
Maria Luiza Heine - "Passeio Histórico na Capitania de São Jorge dos Ilhéus" (2003).
Guido Paternostro - Depoimento pessoal (2025).

Créditos:

Foto 1 - Imagem da internet (entre 1910~1920). [Foto s.i.]
Foto 2 - Foto: A. Fâmula (1928) - Acervo: Ubaldo Senna Filho.
Foto 3 - Foto: J. Dias (1942) - Acervo: Lêda Hora.
Foto 4 - Foto: Francino (1950) - Acervo: Ubaldo Senna Filho.
Foto 5 - Foto: José Nazal (2025).

NOTA:

Texto de José Nazal Pacheco Soub, membro da cadeira nº 38, da Academia de Letras de Ilhéus.
Texto publicado originalmente no site O tabuleiro, em 09 de janeiro de 2025.