terça-feira, 28 de maio de 2013

Academia de Letras de Ilhéus, na colina do Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon, reverenciando o Babalorixá Ruy Póvoas.

Ruy Póvoas, membro da Cadeira 18, com Mãe Ilza

Academia de Letras de Ilhéus marcou presença no Ilê Axé Ijexá, na comemoração dos 70 anos do Professor, Acadêmico e Babalorixá Ruy Póvoas, o mensageiro de oxalá e o lançamento de mais uma obra, Mejigã e o contexto da escravidão. Um encontro de intelectuais, políticos, filhos e filhas de santo, ekêdes e iaôs, numa reverencia ao mestre da língua portuguesa. Ruy faz parte da História da região. Professor dos mais destacados da nossa Universidade, hoje em gozo de merecida aposentadoria, depois de muitos anos de dedicação às letras. Escritor de palavra fácil, pessoa de fino trato, elegante nas colocações e determinado nas suas posições.

Membro da Academia de Letras de Ilhéus e de Itabuna, onde empresta o brilho de sua inteligência às discussões que acontecem nas duas maiores casas da cultura da região. O babalorixá reinou soberano no terreiro da bela casa em que se cultua o sagrado, entre o verde das árvores frondosas que embelezam o Ilê e o culto de reverência aos orixás orixás. A casa respira paz. As paredes mudas são impregnadas de amor.

O presidente Josevandro Nascimento e a presidente da ALITA , Sônia Maron. Foto: Charles Henri

A programação da festa começou com a saudação emocionada feita pela amiga Margarida Fahel, que falou de amizade e de reconhecimento. Em seguida, falou Marialda Jovita Silveira, filha da casa, em nome de todos os seus irmãos, dizendo o que representava Ruy Povoas, pai babalorixá, para os seus filhos: um misto de bruxo e feiticeiro. Momento marcante foi a entrada dos filhos de santo, num ritual belíssimo, formando um círculo, cantando e dançando, em homenagem ao  aniversariante, que vivamente emocionado, também participou da roda, retribuindo o carinho dos seus filhos e admiradores. Foram servidas iguarias da cultura afro, com sabor de brasilidade. De entrada, Obé Eja – gbibé (consomé frio de bacalhau) e Obé Eran (consomé de mandioquinha com carne seca).

O presidente Josevandro e sua Esposa Consuelo

Na mesa principal, caruru, vatapá, omolocum (feijão fradinho), farofa de dendê com camarão defumado, Adie (xinxim de galinha), Assarô (inhame com lascas de bacalhau) e Arísi (arroz), acompanhado de sucos naturais, refrigerantes, água de coco, água mineral e champagne para o brinde. Na mesa digestiva, Omidudu (café), chá de maracujá, licor de cacau, jabuticaba e laranja, biscoitos de limão e canela, cocadas de diversos sabores, sem falar nos três bolos para o tradicional happy birthday. No final da tarde, para completar as homenagens, a banda Lordão, liderada pelo Mestre Kokó, subiu a colina para pedir a bênção e a festa continuou até as primeiras horas da madrugada. Salve o terreiro Ilê Axé Ijexá. Viva o Babalorixá acadêmico. Parabéns Ruy Povoas!


Publicado originalmente na Coluna Josevandro Nascimento Escreve, dias 25 e 26 de maio, Jornal Diário de Ilhéus, Caderno 2, página 3. Texto de Josevandro Nascimento.

domingo, 26 de maio de 2013

Berro de Fogo e Outras Histórias ganha nova publicação da Editora da UESC


Um dos primeiros livros publicados pela Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz,  Berro de Fogo e Outras Histórias, de Cyro de Mattos (Cadeira 16) traz o olhar do contista sobre a civilização cacaueira  baiana e sobre  situações da existência com seus permanentes conflitos e recebe agora novo trabalho gráfico. Obra vencedora do Prêmio Nacional Vânia Souto Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras,  tem ainda vários contos com reconhecimento no Brasil e no exterior, conquistando prêmios como Miguel de Cervantes da Casa dos Quixotes, do Rio de Janeiro, e Concurso Internacional de Literatura, da Revista Plural, no México. Outros contos integram antologias publicadas na Alemanha, Rússia e Dinamarca. Agora é só conferir.

PARECER PARA INGRESSO NA ACADEMIA

Quando um candidato é indicado ou escolhido para fazer parte da Academia de Letras de Ilhéus, um confrade ou uma confreira é escolhido para escrever um parecer sobre o candidato(a). Veja o que escreveu a confreira Eliane Sabóia quando a educadora Neide Silveira se candidatou à Cadeira 22. A Cadeira havia sido ocupada anterior por Jorge Calmon Moniz de Bittencourt:

Neide Silveira, ocupante da Cadeira 22

"Personalidade que ocupa na História da Educação,Arte e Cultura de Ilhéus, um  papel relevante . Formação acadêmica superior pela FAFI - Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna (Letras)  e UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz (Pedagogia). Mestra em Literatura Brasileira pela UFF - Universidade Federal Fluminense. Pós-graduada em Gestão Escolar. Psicopedagoga. Evidencia-se o seu ecletismo através dos cursos por ela cumpridos.
Currículo vitorioso vem, gradativamente, conquistando títulos, condecorações, prêmios, homenagens e honrarias oficiais, dentre os quais se destacam :   Medalha do Mérito Histórico Cultural ABACH e Prêmio Medalha de Ouro à qualidade do Brasil. As maiores  conferidas  pela municipalidade : a comenda do Mérito de São Jorge pelos serviços prestados à  Educação, Arte e Cultura.  As homenagens da Câmara de Vereadores de  Ilhéus  com  o   titulo  de  Cidadã Ilheense e no   Dia da Mulher.
Participante de Seminários e Congressos nos níveis nacional e estadual .
O livro ”Um passeio pela cidade de São Jorge dos Ilhéus “ consubstancia o projeto  de implantação  no currículo escolar do “Programa de Educação Patrimonial." Com chancela do Colégio São Jorge dos Ilhéus editou três volumes, sob o título de “ Os segredos dos valores e virtudes Construção de valores  pela emoção.“
Foi uma das grandes patrocinadoras quando da implantação na UESC do Comité Proler/Uesc/Ilhéus/Itabuna, programa de Incentivo a Leitura, do Ministério da Cultura , bem como,  a participação significativa de docentes do Colégio de São Jorge nos diversos eventos  realizados.
Destaca-se a vinda de conferencistas  e palestrantes  oriundos de vários estados brasileiros  à  Ilhéus, com o patrocínio de seu Colégio,  para  ministrarem o conhecimento e experiências vivenciadas nas diversas  áreas do conhecimento."

sábado, 25 de maio de 2013

ZÉLIA GATTAI PERTENCEU À CADEIRA 13 QUE FORA DE JORGE AMADO

Zélia Gattai (1916-2008)

Zélia Gattai (1916-2008) foi escritora brasileira. Começou a escrever com 63 anos. Estreou na literatura com o livro de memórias "Anarquistas Graças a Deus". Recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária. Viveu com o escritor Jorge Amado durante 56 anos. Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, a mesma que pertenceu a Jorge Amado.

Zélia Gattai (1916-2008) nasceu em São Paulo, no dia 2 de julho de 1916. Filha de Ernesto Gattai e Angelina, imigrantes italianos. Passou sua infância e adolescência, no bairro de Paraíso. Participava, junto com a família, do movimento político-operário, organizado por imigrantes operários, italianos, espanhóis e portugueses, que reivindicavam melhorias no trabalho.

Zélia Gattai casou-se aos dezenove anos com Aldo Veiga. Em 1942, nasceu, o primeiro filho Luís Carlos. Em 1945, envolvida em grupos políticos, passa a trabalhar no movimento pela anistia dos presos políticos. Já separada, foi apresentada ao escritor Jorge Amado, durante o Primeiro Congresso de Escritores Brasileiros, realizado nesse mesmo ano, em São Paulo. Com pouco tempo foram morar juntos, ainda não havia divórcio e os dois já haviam casado e separado. Zélia passou a trabalhar com Jorge, revisando e datilografando os originais de seus livros.

Em 2001, Zélia Gattai esteve em Ilhéus para tomar posse na Cadeira 13, anteriormente ocupada por Jorge Amado, também fundador da cadeira. Hoje, a Cadeira 13 é ocupada pelo escritor Pawlo Cidade.


Extraído do site: E-BIOGRAFIAS. Disponível no endereço; http://www.e-biografias.net/zelia_gattai/ Grifo do Blog.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O GEÓGRAFO MILTON SANTOS FOI MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS


Milton Santos (1926-2001)

Até 1964, ano em que deixa o Brasil em razão do golpe militar,  ele conduz paralelamente uma carreira acadêmica e atividades públicas. Jornalista e redator do jornal A Tarde (1954-1964), professor de geografia humana na Universidade Católica de Salvador (1956-1960), professor catedrático de geografia humana na Universidade Federal da Bahia onde cria o Laboratório de Geociências, será diretor da Imprensa Oficial da Bahia (1959-1961), presidente da Fundação Comissão de Planejamento Econômico do Estado da Bahia (1962-1964), e representante da Casa Civil do presidente Janio Quadros na Bahia, em 1961. Suas pesquisas e publicações da época focalizam as realidades locais, principalmente a capital – a tese de doutorado é intitulada O Centro da Cidade de Salvador – assim como as cidades e a região do Recôncavo.

Milton Santos foi fundador e ocupante da Cadeira 35. Seu patrono foi o ex-Ministro da Educação, Simões Filho

QUEM É O OCUPANTE DA CADEIRA NÚMERO UM DA ACADEMIA?


Conheça o ocupante da Cadeira 1 da Academia de Letras de Ilhéus 
o poeta, advogado e orador JOÃO HYGINO FILHO


João Hygino Filho é natural de Porto Seguro, Sitio Histórico do Descobrimento do Brasil. Filho de João Hygino de Figueiredo e Perpétua Monteiro de Figueiredo, já falecidos. Fez seus primeiros estudos em Porto Seguro, de onde partiu para o Rio de Janeiro, com o objetivo de formar-se em Direito. Fato que só veio a acontecer em 1977, pela Faculdade de Direito de Ilhéus, então vinculada à FESPI.

É advogado militante, Vice Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Ilhéus; como jornalista atuante, tem grandes serviços prestado à imprensa regional. Quando no Departamento de Divulgação da CEPLAC, aperfeiçoou-se em jornalismo com professores da Universidade de Viçosa-MG. Teólogo, pela Faculdade Cultural e Teológica das Assembléias de Deus de Teixeira de Freitas-Bahia, ora realizando outros cursos teológicos pelo Instituto Gamaliel de Nova Soure-Bahia. Ungido Diácono, tornou-se pregador do Evangelho. Poeta épico e parnasianista, lançou recentemente seu livro de poesias “Velas ao Vento”, estando com outros trabalhos preparo, para lançamentos futuros.

Como Vice Presidente da Academia de Letras de Ilhéus, onde ocupa a Cadeira n. 01, Deixada pelo grande jornalista Carlos Monteiro, com a morte do Presidente Ariston Cardoso, assumiu regimental e estatutariamente a Presidência da ALI, como seu substituto, sendo eleito em dezembro último para dirigir os destinos da instituição, no biênio 2005/2007, cuja posse será no próximo dia 14, com a presença da Academia Brasileira de Letras. Foi Secretário Geral do Departamento de Cooperativismo da CEPLAC-DECOP, quando traduziu, do espanhol para o português, vários livros da Organização Internacional do Trabalho-OIT, sobre cooperativismo.

Foi por muito tempo orador da Loja Ma.cônica “Vigilância e Resistência de Ilhéus”; ex Procurdor Especial do Instituto de Cacau da Bahia; várias vezes Troféu Imprensa do Cacau. Detentor do Troféu Jorge Amado de Cultura e Arte”. Ex candidato a Prefeito de Porto Seguro. Ex Procurador Jurídico da Associação Comercial de Ilhéus. Participou e promoveu vários seminários jurídicos. É aposentado pela Secretaria da Agricultura do Estado. Homem simples, sobre ele escreveu o imortal Murilo Melo Filho, da Academia Brasileira de Letras, a seu respeito, dedicando-lhe um livro de Depoimentos: “... com a sincera homengam à sua vida de intelectual probo e digno e na certeza dos seus grandes e inestimáveis serviços que, com dedicação, correção e trabalho, já prestou e ainda prestará à sua querida cidade de Ilhéus”.


Texto do próprio Acadêmico. Extraído do endereço: 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

SOBRE A ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS


Quantos membros tem a Academia? Quem pode se candidatar?

A palavra vem do grego akademía e do latim academia; segundo o Aurélio, foi uma escola criada por Platão no ano de 387 a.C. e estava localizada nos jardins consagrados ao herói ateniense Academus. Oficialmente a finalidade da escola era cultuar as musas, mas teve intensa atividade filosófica. Por extensão passou a significar escola de qualquer filósofo e, posteriormente, estabelecimento de ensino superior de ciência e arte; significa também, sociedade ou agremiação, particular ou oficial, com caráter científico, literário ou artístico.
Diz o ilustre acadêmico e saudoso professor, Francolino Neto: “a Academia de Letras de Ilhéus tomou como paradigma a Academia Brasileira de Letras, passando a ter, apenas, quarenta fundadores.” Por sua vez a ABL tomou como modelo a Academia Francesa.

A ALI tem, pois, 40 “cadeiras”. Este é o nome dado às vagas que existem para serem ocupadas. Cada cadeira possui um fundador, um patrono e um ocupante. Patrono é o “padrinho” da cadeira, fundador, o que ocupou a cadeira na época da sua fundação e ocupante, o que a ocupa no momento, o que é eleito ao longo do tempo quando a cadeira fica vaga. A cadeira só é desocupada quando o ocupante passa para o andar de cima.

Os fundadores da Academia de Letras de Ilhéus foram, em ordem pela numeração, de 1 a 40:

terça-feira, 21 de maio de 2013

CRÔNICA


Antonio Menezes Amigo
Por Cyro de Mattos* 

Prefiro vê-lo garoto jogando pelada comigo no campo da Praça Camacã, próximo à beira do rio. Cabelos finos assanhados, o rosto agitado, o corpo suado  no vaivém do jogo. Ele era  três ou quatro anos mais novo do que eu, sem dúvida  o mais jovem dos meninos que disputavam pelada  no campo de barro com muitos buracos. Jogava no meu time porque era meu amigo, mas não era bom de bola,  não chegando a ser ruim,  digamos que era um peladeiro esforçado.
Fui estudar em Salvador no internato do Colégio  Maristas, ele ficou estudando em Itabuna. Deixamos de nos encontrar para jogar futebol ou tomar banho no rio depois de cada pelada. Quando saí do internato,  soube que ele estava estudando em Salvador e por feliz coincidência ficamos hospedados duas vezes na mesma pensão.
Ele sempre foi o primeiro aluno dos colégios em que estudou. Tinha uma inteligência privilegiada, mas não se valia disso, estudava, estudava.  Tudo que estudava aprendia com facilidade. Tudo que lhe era transmitido pelo professor na sala de aula absorvia e não esquecia. Passou em primeiro lugar no vestibular de Medicina e fez o curso inteiro  como o primeiro aluno da classe.

LETRASELVAGEM & CASA DAS ROSAS convidam para o lançamento da obra “ESCRITORES BRASILEIROS DO SÉCULO XX – Um Testamento Crítico”, de Nelly Novaes Coelho


Cyro de Mattos, membro da Cadeira 16, da ALI

Dia 29 de maio de 2013 (quarta-feira), às 19 horas, na Casa das Rosas (Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura), sito a Avenida Paulista, 37 (Metrô Brigadeiro) - São Paulo/SP, com entrada franca nosso acadêmico Cyro de Mattos, ao lado de Ignácio de Loyola Brandão, representará os escritores brasileiros em homenagem à professora NELLY NOVAES COELHO, pela passagem de seus 91 anos de idade e 50 de docência universitária e exercício da crítica literária.

Escritores brasileiros do século XX, de Nelly Novaes Coelho (Professora Titular da USP – Universidade de São Paulo), é a suma de 50 anos de pesquisas, leituras e releituras de obras apresentadas em cursos universitários, no Brasil, Portugal e Estados Unidos da América.
Segundo a Autora, foi a “Sorte ou o Acaso” que puseram em seu caminho os 81 escritores reunidos e analisados neste livro. Ao lado dos mais conhecidos (Amado, Graciliano, Rosa, Mário, Oswald, Ubaldo, Loyola...) aparecem nomes que a insensibilidade crítica e o desinteresse do “mercado” colocaram numa espécie de “limbo” (Cornélio Pena, Adonias Filho, Murilo Rubião, Victor Giudice, Campos de Carvalho, Gustavo Corção, Alcides Pinto...) e outros que o desinformado (ou defraudado?) “público” precisa conhecer (Vicente Cecim, Olavo Pereira, Agrippino de Paula, Fausto Antonio, Guilherme Dicke, Mora Fuentes, Samuel Rawet e, claro, Cyro de Mattos!

No testemunho desses escritores manifesta-se a crise de paradigmas que afeta uma sociedade cansada de si, de Deus, das ideologias... e de todas as velhas e arraigadas crenças – mas que, entretanto, não parece ter ficado mais livre e feliz no caos liberticida e materialista em que o “mundo novo” (moderno ou “pós-moderno”) a engolfou.

Escritores brasileiros do século XX é, como diz o subtítulo, o Testamento Crítico de uma intelectual que sempre pugnou em defesa da língua e da literatura brasílicas, e por meio do qual a autora entrega um legado de conhecimento e sensibilidade crítica à atual e às novas gerações de leitores deste nosso imenso – mas ainda inculto – país.