quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

"HOMEM DE BEM, EXEMPLO DE INTEGRIDADE, ALMA DE LUZ"



A ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS, sente a passagem do Dr. Rui Carlos Carvalho, "homem de bem, exemplo de integridade, alma de luz". 
Nossos sentimentos à família enlutada. 
Abaixo, texto do confrade Ramayana Vargens em sua homenagem.


Pawlo Cidade
Presidente




Rui tinha 71 anos de idade


RUY, GENTE DEMAIS 
Ramayana Vargens


Morre um homem de bem. Pessoa do bem. Desaparece um exemplo de integridade. Vai embora uma alma cheia de luz. Ruy Carvalho partiu.

Sai de cena um amigo de todos. Alguém que o povo ouvia e confiava. Presença que trazia alegria e inspirava respeito e admiração. A Bahia perde uma voz crítica e corajosa, que sabia expressar - com firmeza - nossa indignação contra os danosos oportunistas no poder. Já faz falta o cidadão que, acima de tudo, amava sua terra e sua gente. Segue em paz, querido Ruy.

Lembraremos sua gargalhada gostosa. Não esqueceremos suas lutas. Não deixaremos morrer sua esperança na reconstrução de um mundo melhor e na reinvenção de um ser humano mais justo e solidário. 

Continuaremos a ver sua energia estampada na filharada bonita - “genética poderosa” (como você dizia). Recordaremos suas aventuras cheias de paixão, que desaguaram no imenso amor feliz ao lado de Elísia. 

Não deixaremos esvair-se a grandiosidade do perdão que você dedicou àqueles que o traíram politicamente. Honraremos sua memória revivendo os casos engraçados que você sabia contar com estridente maestria.

Entre zoando no céu. Santos, anjos, orixás, entidades e muita gente boa lhe esperam para a festa no paraíso. Descanse. A tristeza fica aqui. A decepção com o país, com os rumos duvidosos de Ilhéus, permanece na caminhada terrena. É coisa para o nosso presente resolver. Desfrute a paz. Missão cumprida. Muito bem cumprida.

Obrigado pela bela história que você deixa como legado. Deus lhe abençoe. Segue na luz . Grande companheiro! Valeu!

sábado, 11 de dezembro de 2021

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS FARÁ LANÇAMENTOS LITERÁRIOS, EXPOSIÇÃO DE LIVROS E ARTE NO FESTIVAL INTERNACIONAL DO CHOCOLATE E DO CACAU.




A Academia de Letras de Ilhéus estará com um stand no 12º Festival Internacional do Chocolate e Cacau, evento que será realizado no período de 16 a 19 de dezembro do presente ano, na cidade de Ilhéus. Na programação, a ALI promoverá três(3) lançamentos literários, bate-papo com escritores, exposições de objetos pessoais de saudosos membros da ALI, exposições de obras literárias ligadas à temática cacaueira e exposição de artes plásticas. 

Dia 17, a partir das 19 horas, acontecerá o lançamento do livro “Os Nós na construção do indivíduo”, publicado pela Editora A5, do confrade Sebastião Maciel Costa. O livro é fruto da vivência do autor com pais dos mais variados níveis sociais, intelectuais e econômicos, de onde foram extraídos vários recortes de experiências de quem reconhece que falhou em poucos momentos, mas não foi capaz de reverter a falha, transformando-a em um problema irreversível.



Sebastião Maciel Costa, Maria Luiza Heine, Pawlo Cidade e Jane Hilda Badaró


No dia 18, também às 19 horas, será a vez do lançamento do livro “Memória e História: Lições de um vírus assustador”, publicado pela Editora Via Litterarum, escrito a quatro mãos pela confreira Maria Luiza Heine e a Assistente Social Suede Mayne Pereira Araújo. A obra nos conta como o coronavírus se prospectou no Brasil e no mundo, trazendo reflexões de importantes pensadores da atualidade como Yuval Harari. É, na afirmação das autoras, “uma expressão da nossa insatisfação pessoal com a vida que estávamos vivendo, com as mudanças que brotaram a partir do aparecimento da Covid19 e com a forma como muitas pessoas do nosso país encararam o enfrentamento da pandemia”.

Já no dia 19, às 18 horas, o escritor e atual presidente da Academia de Letras de Ilhéus, Pawlo Cidade, lança “O Tesouro Perdido das Terras do Sem-fim”, 2ª. edição, revista e ampliada, da obra que remonta a narrativa do desenvolvimento da Capitania de São Jorge dos Ilhéus, a existência dos índios botocudos e os tempos áureos do cacau, a partir da descoberta de um mapa que leva a um lendário tesouro perdido há mais de cem anos. O livro foi copublicado pelas editoras A5 e Editora Via Litterarum.



Afrânio Peixoto, Jorge Amado e Sosígenes Costa

Obras literárias importantes serão expostas no stand da Academia de Letras, a exemplo da obra “Cacaulista”, de Inglês de Souza, publicado em 1876; Afrânio Peixoto, com o livro “Maria Bonita”; Sabóia Ribeiro, com o livro de contos “Rincões dos frutos de ouro”; Jorge Amado que publica em 1933, “Cacau”, “Terras do Sem-Fim”, 1942; “São Jorge dos Ilhéus”, 1944; “Gabriela Cravo e Canela”, 1958; “O Menino Grapiúna”, 1981 e “Tocaia Grande: A face obscura”, em 1984 e a obra “Sul da Bahia: Chão de Cacau, uma civilização regional”, publicado em 1978, de Adonias Filho. Diversos outros títulos de membros efetivos anteriores e membros efetivos atuais da ALI também serão expostos.

A acadêmica Jane Hilda Badaró, artista plástica e escritora, autora do livro “Imagens e Sentimentos: Poemas (des)engavetados & pinturas”, vai expor quadros com a temática das obras de Jorge Amado, sobre o cacau, e outras “grapiunidades”

O saudoso membro da ALI, Sosígenes Costa (1901-1968) será homenageado através da exposição da escrivaninha e da máquina datilográfica que usava para escrever seus belíssimos poemas. 

Nos quatro dias do Festival, membros da Academia de Letras de Ilhéus se farão presentes no stand para falar sobre as atividades desenvolvidas naquele vitalício ao longo dos seus 61 anos de existência. Visitantes serão contemplados com a Revista Estante, edição nº 1, recentemente lançada pela ALI.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

HOMENAGEM


DORIVAL DE FREITAS

Por René Albagli



Hoje, 8 de dezembro de 2021 seria o aniversário de Dorival de Freitas.

Ele, por certo, está muito feliz, afinal ele deve ter assistido a maravilhosa festa dos 30 Anous da Universidade Estadual de Santa Cruz UESC, organizada pelo atual Reitor Alessandro Fernandes.

Dorival é, entre tantos pioneiros, um dos professores que tem o seu nome gravado na História da Universidade Estadual de Santa Cruz UESC.

Foi estudante da antiga Faculdade de Direito de Ilhéus-FDI, aluno e orador da primeira turma daquela Faculdade, quando ainda tinha como endereço a Casa de Jorge Amado.

Naquele ano o homem pisava na Lua pela primeira vez e Dorival fez um discurso memorável: era o conflito entre o avanço da tecnologia e as imensas necessidades primárias da humanidade. Para ele , não era justo este antagonismo.

Depois, tornou-se Professor da Faculdade de Direito de Ilhéus, da Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna, quando migrou para o Departamento de Filosofia e Ciências Humanas, dedicando-se, mais precisamente, à Filosofia Antiga.

Na UESC teve uma passagem pela Geseor, ao lado de Moema Cartibani.

Quando fui Eleita Reitora da UESC, Ele foi o meu primeiro Chefe de Gabinete. Fui parabenizada por José Haroldo Castro Vieira pela escolha de Dorival de Freitas como meu Chefe de Gabinete. Eu respondi a José Haroldo Castro Vieira: a Universidade exige Cultura, tenho Margarida Cordeiro Fahel como Vice Reitora e Dorival de Freitas como Chefe de Gabinete.

Dorival, embora tivesse perfil para o cargo e adorava política, era avesso às exigências do protocolo. Eu sabia disso! E então, na segunda gestão ele foi para Editus e a Editus reunia tudo que ele amava: a erudição, o fazer literário e a leveza de Maria Luiza Nora de Andrade (Baisa).

Dorival se viu livre do paletó e da gravata e com todas as chaves penduradas na cintura ele deixou crescer o seu cabelo de poeta...Muitas saudades de Dorival de Freitas!

Nota do ALI: Dorival de Freitas pertenceu a Academia de Letras de Ilhéus.

domingo, 5 de dezembro de 2021

ARTIGO

As alforrias de Rita Santana

Cyro de Mattos 



A vida é falha, não basta na sucessão dos acontecimentos. É ambígua, contraditória, do nascimento ao ocaso não satisfaz. Para onde vá finita é envolvida com as marcas inexoráveis da precariedade. Irreversível no anonimato dos dias, náufraga na memória do efêmero, submete-se ao jogo de Cronos, que tudo dá e toma. Encontra para fundamentar-se no seu ser-estar a linguagem artística, que a torna essencial, inaugurando seus dizeres com novos sentidos e conceitos. 

Nessa hora de crises e questões, a poesia entra em cena com seus modos, que são versos e motivações, buscas num obstinado empenho de totalidade, visão individual com a auscultação do absoluto no particular, exposição de alforrias, que circulam em seu íntimo, tocam os acordes já uma vez entoados, recriados, como os cria também no leitor. 

Um poema lírico é eficiente quando se pensa na sensação, palavras e versos como meios surpreendentes de seus motivos anímicos crivados de falas. É belo quando a verdadeira força e valor estão no efeito de seus motivos. Quando é pobre na sua motivação, deixa de operar a presença com eficácia perante a existência. E, sensações estranhas no ritmo, versos inócuos na ideia, o que seria inspiração e transpiração perde-se no vazio, na incapacidade de transmitir algo sério, alcançar um grau eficaz na dicção particular em que se expressa. 

O estético nesse caso sem resultado positivo, graças ao efeito ineficiente do pensamento verbal, dissociado do conteúdo rico de significados, não se faz bom nem belo, eis que se apresenta destituído de um discurso crítico, pulsante de vida, prazer e dores. Destituído de densidade na palavra, frágil assim para refletir a vida, dispensa compreensão e fruição da mensagem, pois nele não se consegue perceber o relacionamento contraditório dos seres e as coisas. 

Nesses vinte e oito poemas de Alforrias (2016), de Rita Santana, a poesia em versos livres se expressa com palavras herdeiras da língua e de neologismos inventados para reforçar o sentido, que em muitos momentos é desenvolvido pelas motivações de natureza existencial agônica. 

A metáfora fecundada de alusões apropriadas insinua a possibilidade de uma compreensão lógica e sensitiva da vida, crispada na face multifacetada de dores e falhas. Parece que tudo isso trabalhado com equilíbrio, a nível de engenho e arte, ressoa em Alforrias com a consciência dos sentimentos, intuições e razões que se prestam à perspicácia da alma, à liberação de um lirismo que corresponde a certas inclemências, paixões com a solitude do vento, invasões com as tormentas e os abortos clandestinos. 

O lirismo em que se refere a poeta para transmitir cometimentos, estruturados em estados de desejo incompleto, resulta da necessidade categórica própria dessas alforrias, que querem ser percebidas num mundo-mar de vastidões e até mesmo na forja das ilhas onde cavam suas profundidades. Seu discurso contundente em que dolorosa é a mensagem não esconde a intenção do eu e tu como vínculo de gravidade. Das suas colisões constam adultério, torpezas e vilania, sempre esse estar crítico do drama, disposto a revelar-se sem concessões do verso doce, querendo ser desdobrado em poesia secreta e prosadura. 

Essas alforrias de Rita Santana, tecidas na tristeza da alma e nas acusações eróticas do amor, distribuem-se com a temática afrodescendente, da condição da mulher frente ao homem e na versão carnal que os une e desune. Percepção do que a vida oferece em situações do desamor está no poema “Mortes Cotidianas’. 


Chove na promessa remissa do feriado

E a migração não cessa.

Entristeci há dias

E o espelho, somente ele,

Revelou o embranquecer dos pelos,

O cansaço da voz,

E a desidratação da esperança.



Chove nos confins da minha alegria.

Virei moça triste sem vontade de sorrir.

Não tenho nada!

E nada resta do ser, senão, securas.

Artroses na atriz, reumatismos no feminino

E uma alergia de afetos.



Há anos não gozo, por puro desgosto!

Há anos não canto, por puro desencanto!

Há anos não vivo, só tenho banzo! 

Por pura preguiça

De subir tantas ladeiras,

E descer tanto Morro,

Morro, morro, morro, morro...



Como observa Maria de Fátima Maia Ribeiro, na orelha desse pequeno grande livro de poemas instigantes, o lirismo atual desse poeta “definitivamente descarta a necessidade de espera de tempo e serenidade, em favor do encantamento, da exacerbação e do reencontro com camadas tantas vezes adormecidas.” 

A ilheense Rita Santana é atriz, professora graduada em Letras pela Federação de Escolas de Ensino Superior de Ilhéus e Itabuna. Mulher que se inventa em versos e na prosa de ficção curta. Além de Alforrias, publicou Tramela (2004), contos, vencedor do Prêmio Brasken de Cultura e Arte, e Tratado das Veias (2006), poesia. Um talento dos melhores que aconteceu há poucos anos nas letras contemporâneas da Bahia. 



Referência 

SANTANA, Rita. Alforrias, Editus (Uesc), Ilhéus, Bahia, 2016.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

CYRO DE MATTOS DOA MAIS DE 700 EXEMPLARES DE SUA OBRA À FUNDAÇÃO PEDRO CALMON




Autor de 80 livros, Cyro de Mattos é ficcionista, poeta, ensaísta, cronista e autor de literatura infantojuvenil. Editado em Portugal, Itália, França, Espanha, Alemanha e Estados Unidos, o escritor baiano doou 738 exemplares, de diversos gêneros da sua obra, à Fundação Pedro Calmon (FPC/SecultBa). Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Pen Clube do Brasil e primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz, Cyro de Mattos conversou com o #FPCEntrevista para falar sobre a importância da leitura em todo o estado.

Para ler a entrevista CLIQUE AQUI.

sábado, 20 de novembro de 2021

SOLENIDADE DE ENTREGA DA COMENDA RUI BARBOSA FOI REALIZADA EM 19 DE NOVEMBRO P.P., NA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS





Presidente Pawlo Cidade, Magnífico Reitor Alessandro Fernandes e 
a confreira Anarleide Menezes/foto Ruy Penalva 

Aconteceu na noite do dia 19 de novembro p.p.,  a solenidade de entrega da comenda Rui Barbosa, honraria conferida pela Academia de Letras de Ilhéus a duas instituições e uma personalidade. Na categoria Personalidade das artes, da cultura ou da ciência, a contemplada foi a Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a professora doutora Adélia Melo Pinheiro. Na categoria Instituição Social ou Cultural, a Fundação Fé e Alegria, Movimento de Educação Popular Integral e Promoção Social, representada por sua coordenadora Josefa Soares dos Santos; e na categoria Instituição Pública, a Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC,  na pessoa do Magnífico Reitor professor doutor Alessandro Fernandes. Uma noite memorável, pelas merecidas honrarias concedidas, pelos discursos dos homenageados, pela emoção espelhada nos olhares das passoas presentes.


  foto: Ruy Penalva 


A mesa alta foi composta pelo Presidente e pela Secretária Geral da Academia de Letras de Ilhéus, Pawlo Cidade e Jane Hilda Badaró, pela Secretária de Estado Adélia Pinheiro, o Magnífico Reitor da UESC  prof. Alesandro Fernandes, o representante do Exército Brasileiro Coronel Rênor, Presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, e o Secretário Municipal de Cultura Geraldo Magela, representando o Prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre. Na oportunidade estiveram presentes os acadêmicos Ruy do Carmo Póvoas, Ramayana Vargens, Antônio Carlos Hygino, André Rosa, Antônio Ezequiel, Anarleide Menezes, Luh Oliveira, Sebastião Maciel, Gerson dos Anjos e Leônidas Azevedo. 



Confrade André Rosa entrega comenda à Professora Adélia Melo/foto Ruy Penalva 


A Secretária de Estado, Profa. Adélia, expressou a honra e o estímulo que sente em seguir jornadas de valorização e apoio a ciência, alegria e inquietude para estar sempre alerta à cultura presente, ancestral e futura, emoção e contemplação da vida através da arte. Agradeceu pela distinção e reconhecimento expresso através da Comenda recebida, e reafirmou seu engajamento , pertencimento e compromisso com Ilhéus - sua Terra- e o povo eu dela faz parte, tendo sempre como fio condutor os valores de humanidade e direitos que assegurem justiça social, qualidade de vida do coro físico e soacial, da vivência espiritual e da civilidade que inspira. 

 


Professora Josefa Soares recebeu a comenda das mãos do confrade Ramayana Vargens e do presidente da Câmara de Vereadores Jerbson Moraes/foto Ruy Penalva 


Profa Josefa, coordenadora do Fé e Alegria, falou sobre a importância do trabalho social, e conclamou a todos no sentido de que agissem em benefício das comunidades carentes, dos jovens e todos aqueles que vivem em situação de dificuldade na nossa sociedade. Dois talentosos alunos da instituição - Emilly Santos Batista e William Silva Santos - fizeram um momento de arte, uma bonita e impactante performance, cujo conteúdo abordou a questão da inclusão, ilustrou as dificuldades que os jovens encontram nos lugares mais precários e desasistidos, mas falou também da esperança. Aquele momento, por si, demonstrou, enquanto resultado de aprendizado e valorização do Ser Humano em formação, o valor do trabalho realizado´pela instituição. 


O Magníco Reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz, Prof. Alesandro Fernandes,  ressaltou a importância daquela instituição pública na área do ensino superior - vez que ao longo dos quase 30 anos de existência vem atuando na formação de brilhantes profissionais nas mais diversas áreas. Pelo compromisso que sempre teve com o ensino, a  pesquisa e extenção, a UESC encontra-se no ranking das melhores universidades, tanto à nível nacional, quanto internacional. Ressaltou que a Comenda Rui Barbosa, ora recebida, é motivo de honra, e se deve ao empenho de todos os reitores que o antecederam, os(as) professores(as): Soanne Nazaré de Andrade, Aurélio Faria de Macedo,  Altamirando Marques, Renê Albagli Nogueira, Antônio Joaquim Bastos, Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro e Evandro Sena Freire, assim como do corpo docente - que possui grandes inteligências -, e dos servidores. Ressaltou ainda a importância das Academias de Letras para disseminar cultura e arte na sociedade. 

 

 

 

texto: Jane Hilda Badaró 

Secretária Geral ALI 

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

PRÊMIO SOSÍGENES COSTA DE POESIA SERÁ LANÇADO NA EDIÇÃO ESPECIAL DA FESTA LITERÁRIA




O concurso leva o nome do poeta (centro da foto) Sosígenes Costa que viveu a maior parte da vida em Ilhéus.


A quinta edição do Prêmio Sosígenes Costa de Poesia será lançada durante a programação da Festa Literária de Ilhéus. O Concurso tem por objetivo a seleção de 01 (um) livro de poesias, escrito em língua portuguesa e inédito, que não tenha sido objeto de qualquer tipo de apresentação, veiculação ou publicação parcial ou integral (exceto publicação parcial em sites, blogs ou rede sociais) antes da inscrição no Concurso até a divulgação do resultado e entrega do prêmio ao vencedor. 

Poderão inscrever-se no V PRÊMIO SOSÍGENES COSTA DE POESIA os brasileiros maiores de 18 (dezoito) anos, desde que nascidos na Bahia e residentes no estado há no mínimo 2 (dois) anos, conforme declaração assinada pelo inscrito. Cada autor poderá concorrer com apenas uma obra, devendo inscrever-se sob pseudônimo. As inscrições são gratuitas e estarão abertas no período de 3 de janeiro a 4 de março de 2022. O arquivo, em PDF, com a obra, cópia do RG e CPF, deve ser anexado ao FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO, disponível no blog oficia da Academia de Letras de Ilhéus (https://academiadeletrasdeilheus.blogspot.com) e no site da Editus (http://www.uesc.br/editora/).

Somente serão aceitos os trabalhos enviados dentro do prazo estipulado. Não serão aceitas trocas ou alterações, inserções ou inclusões de partes da obra após a entrega da mesma, ainda que dentro do prazo de recebimento. 

O lançamento será realizado às 17h30, na Praça Pedro Mattos, em frente ao Teatro Municipal de Ilhéus.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS CONCEDE COMENDA RUI BARBOSA NO DIA 19 DE NOVEMBRO


Adélia Melo, Alessandro Fernandes e Josefa Soares serão os homenageados com a Comenda Rui Barbosa

 

A Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, na pessoa do Reitor Alessandro Fernandes de Santana, a Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Profa. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro, e a Fundação Fé e Alegria, na pessoa de sua Coordenadora Executiva Regional, Josefa Soares dos Santos, são os contemplados para o recebimento da Comenda Rui Barbosa em 19 de novembro próximo, às 19h30, na sede da Academia de Letras de Ilhéus, na Rua Antôno Lavigne de Lemos. A escolha dos homenageados se deu através de ampla consulta aos acadêmicos, membros daquele sodalício.

 

Instituída pela Portaria nº 01, de 13 de julho de 2021, outorgada pelo presidente da Academia de Letras de Ilhéus - ALI, Pawlo Cidade, com a finalidade de premiar personalidades, órgãos e entidades públicas e privadas, municipais, estaduais e nacionais, que se distinguiram por suas relevantes contribuições prestadas à Arte, a Cultura e a Ciência de Ilhéus no ano em curso, a Comenda Rui Barbosa será entregue pelo Presidente da Casa de Abel, Pawlo Cidade. Na oportunidade, a ALI reabre a sua sede para realização dos trabalhos presenciais. 

 

Para a categoria Personalidade das artes, da cultura e da ciência foi escolhida a professora e doutora Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro, atual secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia. A professora Adélia, como é gentilmente conhecida, é formada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Medicina Social, mestrado em Saúde Coletiva e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Foi também reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz.

 

Na categoria Instituição Social, a coordenadora executiva regional, Josefa Soares dos Santos, receberá a comenda pela Fundação Fé e Alegria do Brasil, escritório de Ilhéus. Na Bahia, A Fundação Fé e Alegria atua há 30 anos e é sediada no município de Ilhéus. Desde então, a Fundação se compromete com a promoção social, alinhando suas ações às ações a nível Fé e Alegria nacional e internacional, ofertando, especificamente, no bairro Nossa Senhora das Vitórias Educação Formal para 480 educandos e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para 120 atendidos.

 

A Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, receberá a comenda na categoria Instituição Pública, pelos excelentes serviços prestados à educação.  Situada no eixo eixo Ilhéus-Itabuna, na Região Cacaueira, a UESC está no ranking das melhores universidades brasileiras. Em 1972, resultante da iniciativa da CEPLAC, as escolas isoladas (Faculdade de Direito de Ilhéus, Faculdade de Filosofia de Itabuna, e Faculdade de Ciências Econômicas de Itabuna) congregaram-se, formando a Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna - FESPI. Em 1991, foi estadualizada. Seu atual reitor, Alessandro Fernandes, para honra da ALI, receberá a merecida homenagem.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

FESTA LITERÁRIA DE ILHÉUS, EDIÇÃO ESPECIAL, ACONTECE DIA 19 DE NOVEMBRO



 

Depois de quase dois anos longe de atividades presenciais, Editus - Editora da UESC, Academia de Letras de Ilhéus (ALI) e Secretaria Especial de Cultura de Ilhéus planejam o retorno à praça pública. Com todos os cuidados e protocolos de segurança, será realizada a Festa Literária de Ilhéus - Edição Especial, dia 19 de novembro, das 9h às 20h, na Praça Pedro Matos (em frente ao Teatro Municipal de Ilhéus). A ação marca as comemorações dos 25 anos da Editus e a reabertura da ALI e conta com o apoio da Fundação Pedro Calmon.

A Festa Literária de Ilhéus (FLI) integra dois grandes eventos literários já consagrados na região: a Feira do Livro da UESC e o FLIOS - Festival Literário de Ilhéus. O objetivo da parceria é somar esforços para oferecer uma programação diversificada e promover uma maior participação e envolvimento da comunidade regional. A programação inclui promoção de livros, rodas de conversa e muito mais.


PROGRAMAÇÃO

Gabriela Maja, Eloah Monteiro e Mirian Oliveira são algumas das atrações da 

Edição Especial da Festa Literária de Ilhéus.


9h às 19h – Feira de livros

10h às 11h – Contação de história com Mirian Oliveira (local: Praça Pedro Mattos)

10h às 11h30 - Mesa 1: Literatura Sulbaiana: Regionalismo ou universalidade?, com Ramayana Vargens (ALI), André Rosa (UESC/ALI), Tica Simões (ALITA) e mediação de Katiana Rigaud (CLUBE DE LU) (local: Praça Pedro Mattos)

12h – Atração Musical – Gabriela Maja (local: Praça Pedro Mattos)

14h – Inauguração Sala Silva (local: Palácio Paranaguá)

15h30 às 17h – Mesa 2: Ubuntu e outros ensinamentos de África com Prof. Flávio Gonçalves (UESC), Prof.ª Cynthia Barra (UFSB) e Prof.º Maria Aparecida Lopes (UFSB), (local: Praça Pedro Mattos)

17h30 – Lançamento do edital do Prêmio Sosígenes Costa 2022, lançamento da 4ª Festa Literária de Ilhéus (FLI 2022), lançamento da nova edição do projeto Um Lugar para Ler (local: Praça Pedro Mattos)

18h30h - Atração Musical – Eloah Monteiro (local: Praça Pedro Mattos)

19h30 –Entrega da Comenda Rui Barbosa (local: Academia de Letras de Ilhéus)

domingo, 7 de novembro de 2021

HOMENAGEM

Marília Mendonça morreu aos 26 anos de idade em trágico acidente aéreo


O escritor e poeta Ruy do Carmo Póvoas, nosso confrade, fez esta bela poesia em homenagem a partida precoce da cantora e compositora Marília Mendonça. 

A Academia de Letras de Ilhéus lamenta profundamente o passamento inesperado da artista e se solidariza com parentes, amigos e fãs da cantora.

A CARREIRA


Marília Dias Mendonça (Cristianópolis22 de julho de 1995 — Piedade de Caratinga5 de novembro de 2021) foi uma cantoracompositora e instrumentista brasileira, um dos nomes de maior repercussão e influência na música nacional nas décadas de 2010 e 2020.

 

Em 2015 lançou seu EP de estreia homônimo, porém Mendonça só ganhou destaque após lançar seu primeiro DVD homônimo em 2016, que lhe concedeu certificado de tripla platina pelas 240 mil cópias vendidas. A canção "Infiel", incluída no álbum, tornou-se uma das músicas mais tocadas no Brasil e recebeu certificado de disco de diamante triplo, fazendo Marília ganhar visibilidade nacional. Seu segundo álbum Realidade foi lançado em 2017 e recebeu uma indicação ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Em 2019, lançou Todos os Cantos, um projeto roterizado com shows gravados pela cantora em todas as capitais do país. O álbum recebeu uma certificação de tripla platina pelas 240 mil cópias vendidas e rendeu à intérprete seu primeiro prêmio Grammy Latino, vencido na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. (Fonte: Wikipédia). 

 



ADEUS A MARÍLIA


Vai, Marília.

Vai na paz de Deus.

Tu sai da vida

coberta de glória.

E os que te pranteiam

teremos que aprender

a seguir vivendo,

tentando costurar

mais este rombo

na mambembe teia

da vacilante nossa história.

O tempo e o vento,

junto ao povo que foi teu,

por muito tempo ainda,

cantarão teus cantos,

lamentos e sofrências

de quem ao amor se deu.




Ruy Póvoas, 6/11/21

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

HOJE É ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DO JURISTA RUI BARBOSA. SE VIVO ESTIVESSE, NOSSO PATRONO ESTARIA COMPLETANDO 172 ANOS!




"A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é o maior elemento da estabilidade"


Rui Barbosa de Oliveira (Salvador, 5 de novembro de 1849 — Petrópolis, 1 de março de 1923), patrono da Academia de Letras de Ilhéus, foi um polímata brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador. A data de seu nascimento também se comemora o Dia Nacional da Cultura.

Um dos intelectuais mais conhecidos do seu tempo, foi designado por Deodoro da Fonseca como representante do nascente governo republicano, tornando-se um de seus principais organizadores, além de coautor da constituição da Primeira Repúblicajuntamente com Prudente de Moraes. Rui Barbosa atuou na defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. 

Primeiro ministro da Fazenda do regime instaurado em novembro de 1889, chamado de República da Espada, teve sua breve e discutida gestão marcada pelo encilhamento, grave crise econômica provocada pelo aumento indiscriminado da emissão de papel-moeda. Ainda como ministro de Deodoro, envolveu-se em grande polêmica ao mandar destruir parte importante da documentação histórica relacionada ao tráfico de escravos. Foi também deputado e senador, tornando-se um opositor ferrenho do comunismo, que classificava como "a invasão do ódio entre as classes" e uma ameaça à liberdade cristã, assim como da vacinação obrigatória, classificando as vacinas como possíveis condutoras "da moléstia, ou da morte". Rui Barbosa foi ainda o criador da primeira bandeira do Brasil republicano, inspirada na bandeira dos Estados Unidos e que foi adotada pelo governo provisório por quatro dias, sendo substituída pela atual flâmula brasileira. 

Notável orador e estudioso da língua portuguesa, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras(1897), ocupando a cadeira n.º 10, e seu presidente entre 1908 e 1919. Como delegado do Brasil na II Conferência da Paz, em Haia (Holanda, 1907), notabilizou-se pela defesa do princípio da igualdade dos Estados. Por sua atuação nessa conferência, recebeu do Barão do Rio Branco o epíteto de "O Águia de Haia".Teve papel decisivo na entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial. Já no final de sua vida, foi indicado para ser juiz do Tribunal Mundial, um cargo de enorme prestígio, que recusou.

Foi candidato à Presidência da República, na chamada "campanha civilista", contra o militar Hermes da Fonseca. Apesar de ser considerado um ícone do republicanismo brasileiro, Rui Barbosa se desencantou com o sistema político que ajudou a implementar, realizando vários comentários antirrepublicanos em seus últimos anos de vida. Pouco famosas, suas críticas foram novamente trazidas à tona por movimentos monarquistas brasileiros no início do século XXI (embora Rui Barbosa não tenha se tornado monarquista em vida).

Fonte: Wikipédia.
Discussão: Rui Barbosa ou Ruy Barbosa? Saiba mais clicando aqui.

EDIÇÃO ESPECIAL DA FLIOS ACONTECE DIA 19 DE NOVEMBRO


Depois de quase dois anos, estaremos de volta à praça pública para comemorar os 25 anos da Editus! Com todos os cuidados e protocolos de segurança, vamos realizar a Festa Literária de Ilhéus - Edição Especial. Será dia 19 de novembro, das 9h às 20h, na Praça Pedro Matos (em frente ao Teatro Municipal de Ilhéus). 

O evento tem como realizadores a Editus - Editora da UESC, PROEX, Academia de Letras de Ilhéus, Secretaria Especial de Cultura de Ilhéus e conta também com o apoio da Fundação Pedro Calmon e TV Santa Cruz. 

Em breve divulgaremos a programação.

PINTURA DO ARTISTA CÉLIO AGUIAR EMBELEZA A SEDE DA ACADEMIA


Foto: Anarleide Menezes

O painel, restaurado em novembro de 2020, pela acadêmica Anarleide Menezes e Vicka Buente, ainda na administração de André Rosa, que fica no auditório principal da Academia de Letras de Ilhéus, retrata  uma fazenda de cacau e seus trabalhadores na colheira e na quebra dos frutos de ouro, e foi realizado na técnica acrílica sobre eucatex. É constituído de seis placas de eucatex com 0,50 de altura e 1,20m de largura, pintadas separadamente e unidas posteriormente. As dimensões totais da obra são de 1,50 x 2,40, e se constitui num belíssimo trabalho artístico que já se incorporou à decoração da sede da ALI, e dela é uma marca.

O painel de Célio Aguiar foi citado na coleção Atlas das Representações Literárias de Regiões Brasileiras, volume 4, página 36, publicado pelo IBGE, em 2006.



O ARTISTA CÉLIO AGUIAR

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"Célio Góes Aguiar nasceu em 16 de setembro de 1941 (foto), na Fazenda São João, filho de João Adonias Aguiar e Belzair Góes Aguiar e sobrinho do escritor Adonias Filho. Era artista auto-didata de vários dons. Tocava violão, piano, cavaquinho, escrevis poemas e possuía composições musicais próprias. Em 1973 sofreu um atentado na cidade do Rio de Janeiro, onde residia, e ficou paraplégico. A partir daí começou a pintar. 

Segundo sua irmã, Rita Aguiar, "Célio fez diversas obras, que inclusive foram comercializadas para outros países. Expôs em Nova York, e possui quadros em museus, dentre os quais um retrato do Jurista Orlando Gomes, que se encontra no museu de mesmo nome na capital da Bahia. Possui também obras na sede da presidência da Colômbia."  

Rita disse ainda que o Painel foi doado para a Academia de Letras de Ilhéus por sugestão do professor Wilson Rosa da Silva, e que o trabalho ganhou um prêmio no Rio de Janeiro, num salão que teve como jurí o grande colecionador de arte Walmir Ayala.  Céio Aguiar falaceu no Rio de Janeiro em 06 de maio de 2012. 

 

Texto: Jane Hilda Badaró/Secretária- Geral da Academia de Letras de Ilhéus 

terça-feira, 2 de novembro de 2021

"A PALAVRA NÃO FOI FEITA PARA ENFEITAR... FOI FEITA PARA DIZER"


 

Deve-se escrever da mesma maneira com que as lavadeiras lá de Alagoas fazem em seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.

Quer saber mais sobre o livro LINHAS TORTAS?, acesse o site oficial do autor Graciliano Ramos clicando aqui.


sexta-feira, 29 de outubro de 2021

EFSON LIMA FOI ELEITO MEMBRO DA CADEIRA 40 E TOMARÁ POSSE EM 2022


Foi eleito na noite de ontem, 28 de outubro, para a cadeira de nº 40, o escritor Efson Batista Lima. O doutor em direito, pela UFBA, mestre e especialista em República, democracia e direitos sociais Efson Lima é um dos fundadores do FLISBA – Festival Literário do Sul da Bahia. Para o confrade Aleilton Fonseca, Efson Lima é “um intelectual maduro, produtivo e compromissado com nossa literatura, bastante conhecido por sua intensa participação em ações culturais, na promoção de eventos, na pesquisa de autores e obras”. Para o presidente Pawlo Cidade, Efson Lima é um agente cultural comprometido que irá contribuir em grande valia com os projetos da ALI. "Ele é o tipo de confrade que estamos procurando, sensível às causas literárias e extremamente produtivo em tudo que faz".

Na área da produção literária, publicou o livro de poesia Textos particulares (2019) e coorganizou seis livros, no âmbito do Projeto Conviver, além do livro Bardos Baianos – Litoral Sul, que reúne 50 poetas do Sul da Bahia, projeto desenvolvido pela Cogito Editora (2021). Atua como articulista no jornal A Tarde, no Diário de Ilhéus e no Blog do Thame, no Sul da Bahia. Tem participado de diversas feiras literárias, duas delas na condição de convidado.

 

Atualmente atua como servidor público na Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia/ Centro Público - SETRE/CESOL e como professor e pesquisador orienta alunos de graduação e pós-graduação, estabelecendo sempre uma ligação entre a expressão do Direito e a literatura. 

 

Efson Lima irá ocupar a cadeira de nº 40 que tem como Patrono Xavier Marques, como fundador, Osvaldo Ramos, e foi ocupada até fevereiro do presente ano pelo saudoso confrade Gumercindo Rocha Dórea. Sua posse será agendada para o primeiro semestre de 2022.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

CRÔNICA

                                                     


MAR DE ILHÉUS 

Cyro de Mattos

 

 

Nesse dia de verão esplêndido estou diante do mar.  Com inúmeros espelhos vidrilhando nas águas, esse é o mar de cidade que tem sua face atlântica banhada por praias lindíssimas. Acho que deuses empurraram líquidas vastidões por querer verde essa cidade no seio da enseada. Sentado nessa praia, sinto o lúcido contato de um jogo natural que me deixa em harmonia com esse tempo de veraneio. Bate, volta, bate. Nesse instante, ganho a plena certeza de que a consciência me limita com mergulhos cegos e loucos. O mar, sempre o mar, antes de mim ou de qualquer outro. O mar ou vários mares. Por toda a extensão dos sentimentos, sinto que eu me prossigo através de ondas ocultas, escafandrista sou dos meus sublunares rumos do irreal. 

O mar ruge com suas jubas brancas. As mesmas alvijubas acenando ao menino que voava com os ventos nos outeiros. Pelas milhas do azul assovio de saveiros. Molham meus pés agora mínimos amantes que em mil anáguas rumorejam. No céu passam nuvens como grandes rochas brancas, grandes conchas, grandes cogumelos. Há rochas no mar polidas em suas escamas milenares, ancoradouro de sonho indescritível. Pressinto, onde o sol se ergue, dois momentos curvos num só grande beijo. Pelos vastos mares, outros lábios andejam. 

Noites passam, vigília líquida de um tempo sem fronteiras, multifacetada salsugem de peixe ao imenso. Se maré abraça lua acetilena, palmeira se banha em amena maresia, na praia de gaza brincam cirandas verdes sereias. Na pedra da barra, o farol é como o acenar dos afogados em desespero. É o rubi em lusco-fusco enterrado no umbigo do mistério. 

E vento e ostra e nuvem e areia e fúria. Enormemente cavernume, semovência de claro ignoto, vagas sem limite de um território líquido.  Glauco leopardo inventa recatos recônditos, tesouro de escamas multicores, o sol desfia ouro de aracnídeo. 

Em cima o azul me ilumina, embaixo o verde de várias tonalidades  invade-me. 

Bate, volta, bate. 

Ofertou-me prata pelas ondas, gaivotas nas manhãs de turmalina, cantigas de sereia no meu peito. Nos meus olhos dormem águas-marinhas, flutuam em verde brisa meus cabelos. Da Barra de Itaípe ao Pontal, todas as manhãs transparentes, o amor era dado com música ao pirata vestido de musgos e escamas. A pele de marés respondia pelo calendário solto na areia, no gesto afoito de calção e peito nu. Caju, manga, sapoti, fruta-pão, coco mole. E, à noite, verde o travesseiro. Ventos, outros ventos. Que me ensinam esses por mares desunidos? De açoite contínuo, entre rocha e nevoeiro, nada me ensinam. No entanto, como diz a canção, na força do amor navegar é preciso. 

Ao sabor desse dia de verão, que rasga o pulso azul por todos os cantos, há ondas dentro de mim, remos quebrados e secos corações em que saudade vária navega. Defender-me como posso dessa onda sonora que profunda rola cardumes feridos? Extenuado desse rito que empobrece e devora, sem a alegria de dar e receber o gosto do azul, de qual praia me abeiro? À geografia de naufrágios manhãs esperam o seu pirata. Escuto longínquo o apito de um rei na sua barca empilhada de penas. E prossigo. Assim, em cada porto que chego, estou no navio do meu corpo, onda por onda na correnteza dos homens. Sou âncora de mim mesmo, extraviado da ternura sigo no cruzeiro. 

Entre farpas desse sol que esplende o dia, eis que surgem de repente os jovens amantes. Eles estão de pé diante do mar, os corpos lisos, quase nus, os beijos acesos em luz marinha. Por toda a vibração da pele o sol aquece e brilha intenso. Na boca e nos seios sempre o veemente azul. Verdor pelas espumas pulsa agora o seu tremor de milhas. Ressoa na pergunta: por quantos séculos eles repetem o mesmo gesto? Escutam os amantes nesse instante, que perdura no infinito, o búzio na praia, soando mansinho e baixo. Eis que passam, passos pisando macios na areia, ao balanço das ondas que ardem por dentro, ao sabor do mar, que como uma fruta carnuda lhes adoça os dentes 

Vendo os amantes nessa canção que me faz um homem real, penso que quanto mais sei do mar, nas águas do enigma mais me apercebo sedento. Busco beber perto suas águas, mas nunca conseguindo. 

 

*Cyro de Mattos é autor de 80 livros, de diversos gêneros. Publicado também em Portugal, França, Itália, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Rússia e Estados Unidos. Membro das Academias de Letras de Ilhéus, Itabuna e da Bahia.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

SEDE DA ACADEMIA DE LETRAS DE ILHÉUS PASSA POR REFORMA

 
Troca do piso inferior, reforma do banheiro, troca total do telhado, revisão elétrica, instalação de câmaras de segurança fazem parte da reforma.

 A Academia de Letras de Ilhéus, fundada em 14 de março de 1959, somente veio a ter sua sede própria no ano de 2004, recebida em doação pelo Governo Municipal, durante a segunda gestão do Prefeito Jabes Ribeiro, um dos  membros efetivos daquele sodalício.

 De 1959 a 2004 seus membros se reuniram em suas próprias residências, depois no histórico prédio da Associação Comercial de Ilhéus, e por fim nas dependências da antiga Fundação Cultural de Ilhéus, atualmente instalado a Casa de Jorge Amado, onde o escritor morou na juventude  e onde escrevera o seu primeiro  livro "O País do Carnaval". 

Acolhendo a intelectualidade ilheense e regional desde a sua fundação, a Academia de Letras de Ilhéus é uma instituição sem fins lucrativos, que visa cultuar as Letras e as Artes, promovendo encontros literários, saraus, lançamentos de livros, concursos e programações de cunhos literários e artísticos em geral. 

Situada na Rua Antônio Lavigne de Lemos, rua calçada por belíssimos paralepipedos portugueses, a casa que abriga a sede da ALI é uma construção dos tempos áureos da economia cacaueira regional. Sua atual reforma implicou na reconstrução do telhado, recolocação de pisos, dentre outras providências. 

Segundo o escritor Pawlo Cidade, atual Presidente da Academia, a reforma está sendo possível graças à sensibilidade dos seus integrantes que auxiliam com valores monetários, bem como recursos provindos do poder público municipal, nesta atual gestão do Prefeito Mário Alexandre, estão sendo de grande importância para a realização das obras.  

A reinauguração do espaço está prevista para 19 de novembro, quando acontecerão as entregas das comendas Ruy Barbosa, insígnia cujo objetivo é destacar pessoas e instituições que se destacam nas ciências, artes e culturas, em nossa sociedade. A escolha dos laureados se dará através de consulta e votação realizada entre os membros da confraria. 

A ARTISTA PLÁSTICA JANE HILDA BADARÓ EXPÕE NO MUSEU DA CAPITANIA ATÉ 29 DE OUTUBRO PRÓXIMO


Iniciada em 21 de setembro de 2021, a Exposição da Primavera “Jardim das Flores”, da artista plástica Jane Hilda Badaró estará em cartaz no Museu da Capitania de Ilhéus até a próxima sexta-feira, dia 29 de outubro. Estão expostos 15 trabalhos, em acrílica sobre tela, com temas florais e também de cacau, visto que a temática regionalista é uma constante em sua obra, além de outros. Portanto, ainda há oportunidade de visitá-la, de segunda a sexta, das 9 às 17 horas. A entrada no Museu é gratuíta. A programação conta com o apoio do CEPOI- Centro de Estudo e Pesquisa de Olivença e Ilhéus, da Prefeitura Municipal e patrocínio do Berimbau Gourmet Café, Lanchonete e Restaurante. 

Com esta mostra Jane Hilda comemora 10 anos de atividade artística. Sua primeira exposição - individual – ocorreu na Galeria do Teatro Municipal de Ilhéus em setembro de 2011, ano que descobriu seu o dom para as artes plásticas, aos 49 anos de idade. Seu currículo revela múltiplas atividades : é advogada, professora concursada da UESC lotada no Departamento de Ciências Jurídicas, Mestre em Direito pela UFPE, teve longo período de atuação na Imprensa local através da Ilhéus Revista onde foi uma das diretoras, e também foi colunista em jornais e revistas de Ilhéus. É poeta com livro publicado, e na juventude integrou o Grupo de Teatro Pedro Mattos. É membro efetivo da Academia de Letras de Ilhéus desde 22 de setembro de 2017, ocupa a cadeira n. 6, e é Secretária Geral do sodalício desde outubro daquele mesmo ano. 


No seu currículo artístico constam exposições individuais diversas: na Galeria do Teatro Municipal de Ilhéus, no Museu da Piedade, Espaço Cultural Bataclan, Centro de Convenções de Ilhéus durante Festival Internacional do Cacau e Chocolate, e no Festival Amar amado – comemorativo dos 100 anos de nascimento do escritor Jorge Amado. Participou também do Festival Aleluia Ilhéus, com um stand, na Avenida Soares Lopes. Extramurus, participou de exposições coletivas no Forte de Copacabana no Rio de Janeiro, no Joquei Club e na Casa de Portugal em São Paulo, no Carrousel do Louvre, durante Salão Internacional de Arte Contemporânea em Paris. Também teve telas expostas em Portugal, China, Alemanha, dentre outros. Possui Ateliê na Avenida Soares Lopes, n. 1052, em Ilhéus, e atende os visitantes através de agendamento prévio pelo Wathzap 073991855453. 


Conforme Rogério Matos, Diretor do Museu da Capitania de Ilhéus, “o espaço vem acolhendo artistas plásticos ilheenses, à exemplo de Manu Pessoa, Rafael Pita, Gildásio Rodrigues, que já fizeram exposições no Museu. Também realiza exposições fotográficas, como a de Carlos Mascarenhas que ainda está sendo apresentada, e a de José Nazal que em breve será inaugurada. A exposição de Jane Hilda se encerra na próxima sexta feira, e é uma honra tê-la aqui. Trata-se de uma programação imperdível. Nossa agenda se estenderá na alta temporada, entrando por 2022 com excelentes eventos. O Museu da Capitania de Ilhéus funciona no Palácio Paranaguá, um prédio histórico de grande beleza, situado no centro da cidade, onde já funcionou, e ainda funciona alguns setores da Prefeitura Municipal. Além das visitas às exposições temporárias, vale também conferir o acervo permanente do Museu, com rico material da Capitania, da cidade, e da cultura cacaueira da Bahia”. 

domingo, 17 de outubro de 2021

HOJE TEM MAIS UM LANÇAMENTO PELA ALI



O confrade Sebastião Maciel Costa, autor de "Autorregulação da aprendizagem e autonomia do educando", membro da cadeira nº 02, lança hoje o livro "Os nós na construção do indivíduo", publicado pela editora A5, de Itabuna, Bahia. A obra é fruto de uma vivência com pais de alunos dos mais variados níveis sociais, intelectuais e econômicos, de onde foram extraídos vários recortes de experiências de quem reconhece que falhou em poucos momentos, mas não foi capaz de reverter a falha, transformando-a em um problema irreversível. Na opinião do autor "é na infância que se aprende a dar nós, fazendo de uma corda, uma escada. Se soubermos lidar com esses nós, saberemos desfazê-los".

O lançamento será transmitido pela página do Instagram da Academia de Letras de Ilhéus, às 16h, e será apresentado pelo escritor Pawlo Cidade, presidente da ALI.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

ÚLTIMO TERTÚLIA DO ANO VAI ABORDAR ORALIDADE



VAMOS ORALIZAR? Grande parte dos conhecimentos da humanidade foram transmitidos oralmente, se tornando o principal meio de comunicação. 

Na oitava e última tertúlia do ano da Academia de Letras de Ilhéus, uma conversa aberta sobre a transmissão oral dos conhecimentos armazenados na memória humana, com Ramayana Vargens, Ruy Póvoas e a participação especial de Amanayara Tupinambá, com mediação de Pawlo Cidade. Você é nosso convidado.

SAIBA MAIS SOBRE ORALIDADE CLIQUE AQUI

terça-feira, 12 de outubro de 2021

SELEÇÃO DE CONTOS DO PROJETO DE INCLUSÃO LITERÁRIA ABXZ CAMINHO DAS PEDRAS: FOMENTO À LEITURA E À CRIAÇÃO LITERÁRIA VAI ATÉ DIA 15 DE OUTUBRO


 

A Editora Via Litterarum e a Academia de Letras de Ilhéus continuam até o próximo dia 15 de outubro as inscrições para o Projeto de inclusão literária abxz Caminho das Pedras: Fomento à Leitura e à Criação Literária, direcionado a novos autores, mas não exclusivamente, da região centrada em Ilhéus, especificamente os municípios que conformam a bacia hidrográfica do Rio Almada, a saber Ilhéus, Uruçuca, Itajuípe, Coaraci, Almadina e Barro Preto. A seleção contemplará o gênero literário conto.

 

Cada autor poderá encaminhar um conto com no máximo, 8.000 caracteres e no mínimo 1500 caracteres, incluindo os espaços. A obra deve ser escrita em Word, fonte Times New Roman, tamanho 12, estilo normal, na cor preta, parágrafo de alinhamento justificado, espaçamento 1,5 entre as linhas. A obra deverá conter apenas texto, sem ilustrações, gráficos ou quaisquer tipos de imagens, rodapés ou numeração de páginas. Inscrições fora desses parâmetros serão desclassificadas. O trabalho deve ser, obrigatoriamente, inédito e escrito em Língua Portuguesa. O(A) candidato(a) não poderá ter menos de 14 anos. 

 

Serão selecionados 30 (trinta) contos. O produto final será a publicação de uma coletânea reunindo os contos selecionados, que serão editados com selo editorial abxz pela Editora Via Litterarum. A publicação não será comercializada. Cada autor receberá cota de 5 (cinco) exemplares a título de Direito Autoral, podendo adquirir, todavia, exemplares adicionais por preço definido entre as entidades promotoras.

 

As inscrições podem ser feitas pelos sites da Editora Via Litterarum e da Academia de Letras de Ilhéus.