FUTEBOL
Por Prof. Lima
Confesso que não tenho grandes
ligações com o futebol, embora goste de assistir pela
TV a partidas importantes. Aliás, uns bons tempos atrás, quando menino do
interior, brincava com bolas de meia atochada de pano ou com papo de peru cheio
de vento. A primeira vez que dei um ponta-pé em bola de borracha, caí solenemente
de costas em plena praça, à frente da igreja, brincando com outros garotos.
Tenho ainda um episódio interessante,
quando bispo de Ilhéus/BA no tempo em que esta cidade brilhava no cenário nacional, e internacional, como exportadora de cacau.O episódio mostra como a apreciação
das atividades humanas evolui com a cultura da
época.Foi o caso que um dos grandes cacauicultores,numa viagem turística, ao chegar na fronteira Áustria com
outro país, quando revelou que ele e os demais do grupo eram brasileiros, viu na
mesma hora alguns guardas exclamar alto
com entusiasmo: “Garrincha, Pelé”.Contando
a história, nosso caro fazendeiro parou para desabafar: “Que vergonha! Parecia que o Brasil não tinha mais nada para apresentar
ao mundo, senão futebol.” .
É realmente interessante a atração que
exerce a redonda na humanidade, a começar dos mais verdes anos dos indivíduos e
do próprio gênero humano.
Cerca
do ano 3.000 antes de
Cristo, os militares chineses se
entregavam a um jogo que, em última análise,
era um treino militar. Depois das
guerras, se organizavam em equipes para
chutar a cabeça cortada dos soldados inimigos. Posteriormente, as cabeças dos
inimigos foram sendo substituídas por bolas de couro cobertas de cabelo.
Eram duas equipes com oito jogadores e a
meta era passar a bola de pé em pé sem
deixar cair no chão, conduzindo-a para
dentro de duas estacas fincadas no campo.Quando chutavam cabeças, eu creio, devia
haver certo número de inimigos de
reserva para não faltarem cabeças frescas!
É
interessante notar como para ser grande jogador, não basta a capacidade física.
Estive investigando alguns dados
psicológicos a respeito dos maiorais no futebol e descobri muita coisa notável.Um
treinador italiano, falando da formação dos jovens atletas, chegou a dizer que
antes de formar o jogador é preciso formar o homem.Eis o que leio num artigo em
italiano: “Não se chega a jogar em
equipes famosas como o Milan,a Juventus ou nacional, quando não se tem uma
personalidade bem estruturada,uma personalidade forte que permita ao indivíduo
superar as mil dificuldades que o
futebol de alto nível oferece”. O atleta tem de se adaptar a jogar em equipe;
ser capaz de superar as injúrias da torcida,
quando não é feliz em certos jogos; a inveja, a falta de cooperação dos que jogam
para brilhar individualmente; a antipatia que talvez sinta contra o treinador ou
nota nele contra sua pessoa; a estupidez dos adversários, assim por diante.
Enveredei no assunto futebol por causa
da Copa já próxima aqui no Brasil e observando o contraste entre os que se
opõem a ela e os milhões que sacrificam seu dinheiro, seu tempo, suas
comodidades para ter o prazer de
assistir às partidas.Não podemos taxar
de idiotas estes últimos. Quanto a mim, peço a Deus para que ilumine e fortaleça nossas autoridades
para vencer os obstáculos, e o Brasil possa sair-se gloriosamente como agora
a Rússia nas Olimpíadas de Inverno e, há
pouco, o próprio Brasil na recepção ao Papa Francisco.
O Brasil tem condições para todo lazer
honesto e satisfazer todas as suas necessidades. Falta é acabar com a desavergonhada corrupção que desvia para o próprio bolso parte considerável dos
lucros de meses de trabalho que todo ano o povo brasileiro paga ao Governo.
Chova,
faça sol,
Duas
traves, uma bola:
Viva o
futebol!
PUBLICAÇÃO
NO DIÁRIO DO RIO DOCE/GV
AGRADECEMOS
A DIVULGAÇÃO
Prof.Lima
é membro da Academia de Letras de Ilhéus/BA e da Academia Valadarense de Letras de Governador Valadares/MG
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