terça-feira, 8 de junho de 2021

POESIA



Confrade Ruy Póvoas, ocupante da cadeira nº 18



RESISTÊNCIA



Na ara do viver,

imolo vontades,

sacrifico quereres.

Também mato desejos

e disfarço dizeres.

Na taça de existência,

faço muitas libações

com meus azeites.

E no cálice

do meu sonhar,

junto a noite com o dia,

e não deixo faltar

os prazeres da utopia.

Pelos cantos inclinados

do altar da vida,

vejo correndo, avermelhado,

o sangue da juventude

e, da senioridade,

o gosto degastado.

Para encerrar o ritual,

mistura de ócio e ação,

meio missa,

meio missão,

não penso em desistir.

E com o olhar

pregado no horizonte,

ainda espero

a força que há de vir.




Ruy Póvoas - 8/6/21.

* O confrade Ruy Póvoas possui graduação em Letras Português Inglês pelo Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna(1972) e mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1983). Professor da Secretaria de Educação do Estado da Bahia e Membro de corpo editorial da Revista Kàwé. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras. Atuando principalmente nos seguintes temas:linguagem - candomblé - sócio-lingúística. Ë ocupante da cadeira nº 18, da Academia de Letras de Ilhéus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário