RESISTÊNCIA
Na ara do viver,
imolo vontades,
sacrifico quereres.
Também mato desejos
e disfarço dizeres.
Na taça de existência,
faço muitas libações
com meus azeites.
E no cálice
do meu sonhar,
junto a noite com o dia,
e não deixo faltar
os prazeres da utopia.
Pelos cantos inclinados
do altar da vida,
vejo correndo, avermelhado,
o sangue da juventude
e, da senioridade,
o gosto degastado.
Para encerrar o ritual,
mistura de ócio e ação,
meio missa,
meio missão,
não penso em desistir.
E com o olhar
pregado no horizonte,
ainda espero
a força que há de vir.
Ruy Póvoas - 8/6/21.
* O confrade Ruy Póvoas possui graduação em Letras Português Inglês pelo Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna(1972) e mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1983). Professor da Secretaria de Educação do Estado da Bahia e Membro de corpo editorial da Revista Kàwé. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras. Atuando principalmente nos seguintes temas:linguagem - candomblé - sócio-lingúística. Ë ocupante da cadeira nº 18, da Academia de Letras de Ilhéus.
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