SE VIVA ESTIVESSE COMPLETARIA HOJE 100 ANOS!
Descendente de imigrantes italianos, Zélia Gattai nasceu e cresceu cresceu na cidade de São Paulo. Nas três primeiras décadas do século 20, a capital paulista sofria forte influência da imigração européia, especialmente a italiana. Italianos e espanhóis constituíam a maior parte da mão de obra que atuava na cidade, que experimentava seu primeiro surto de industrialização. Além do trabalho, esses imigrantes deram origem a um movimento operário, influenciado por idéias socialistas e anarquistas.
Jorge Amado também desenvolvia militância política, sendo membro do Partido Comunista Brasileiro. Assim, ele e Zélia se conheceram na prática militante, quando os dois trabalhavam pela anistia dos presos políticos, em 1945, no fim do Estado Novo. A partir de então, Zélia passou a secretariar o trabalho do marido, cuidando da preparação e da revisão dos originais de seus livros.
Em 1946, com o fim da ditadura de Getúlio Vargas e a restauração da democracia, Jorge Amado elegeu-se deputado federal e o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, então a capital do país e sede do Congresso Nacional. Porém, um ano depois, o Partido Comunista foi declarado ilegal, Amado não só perdeu o mandato, como teve que exilar-se em Paris, juntamente com a família. Permaneceu na França três anos.
Durante esse período, Zélia fez cursos universitários na Sorbonne (civilização francesa, fonética e língua francesa). Entre 1950 e 1952, a família viveu na Tchecoslováquia. Lá, Zélia começou a fotografar, documentando momentos significativos da vida e da carreira do escritor baiano. Durante sua permanência na Europa, o casal teve contato com outras personalidades de destaque no panorama internacional da cultura, como o poeta Pablo Neruda, o filósofo Jean-Paul Sartre e o pintor Pablo Picasso.
Entretanto, Zélia Gattai se tornaria conhecida de um público mais amplo aos 63 anos, com a publicação de "Anarquistas, Graças a Deus", livro de memórias que recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária de 1979 e foi adaptada para a TV em 1982, numa minissérie dirigida por Walter Avancini.
Em 16 de maio o estado de saúde da escritora, que respirava com a ajuda de aparelhos, se agravou, com "piora hemodinâmica progressiva que evoluiu para o quadro clínico de choque", além de "piora significativa da função renal", segundo o boletim assinado pelos médicos Jadelson Andrade, Jorge Pereira e Izio Kowes, do Hospital da Bahia. Segundo boletim divulgado na manhã do dia seguinte, Zélia, sedada, apresentava quadro clinico de choque circulatório irreversível. Ao final da tarde, foi divulgada sua morte.
NOTA:
Fonte:http://educacao.uol.com.br/biografias/zelia-gattai.htm
Fotos: Internet.
Na Academia de Letras de Ilhéus, Zélia Gattai ocupou a cadeira 13, antes pertencente a Jorge Amado. Atualmente, a cadeira 13 é ocupada pelo acadêmico escritor Pawlo Cidade.
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