TRAVESSIA 1
Geraldo Lavigne de Lemos
era de giz o meu desejo
e com ele eu risquei um mundo
no muro que existia entre nós
tinha caliça em meu nariz
de tanto procurar o cheiro
que traduzisse a sua voz
e da solidão que se erguia
eu fiz ruir com teimosia
a divisa do estar a sós
quebrei do tijolo à alvenaria
mas do outro lado nada havia
senão o sonho e a ilusão
desenhei seu corpo naquele chão
com a cal que restou em minhas mãos
e depois o cobri com frios lençóis
e com ele eu risquei um mundo
no muro que existia entre nós
tinha caliça em meu nariz
de tanto procurar o cheiro
que traduzisse a sua voz
e da solidão que se erguia
eu fiz ruir com teimosia
a divisa do estar a sós
quebrei do tijolo à alvenaria
mas do outro lado nada havia
senão o sonho e a ilusão
desenhei seu corpo naquele chão
com a cal que restou em minhas mãos
e depois o cobri com frios lençóis
* Geraldo Lavigne de Lemos| São Paulo, Brasil | é advogado e poeta, membro da Academia de Letras de Ilhéus, autor de seis livros. Publicou literatura nas revistas Revista da Academia de Letras da Bahia, Diversos Afins, Mallarmargens, Subversa, InComunidade, Ser MulherArte e Acrobata, nos jornais Diário de Ilhéus (Ilhéus/BA), Fuxico (Feira de Santana/BA) e A Gazeta (Vitória/ES) e no blogue LiteraturaBR. Poesia publicada originalmente na Revista Subversa. Disponível também em: http://revistasubversa.com/artigo/travessia-i-geraldo-lavigne/
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