Abel
Silva Pereira é ilheense, nasceu no dia 10 de dezembro de 1908 e faleceu em 21
de maio de 2006. Filho de Felisberto da Silva Pereira e de Emilia Mundi Negrão
Pereira. Sua vida literária pode ser acompanhada através das inúmeras
instituições especializadas a que pertence, bem como por meio dos vários
periódicos com os quais colaborou. Fundador da Academia de Letras de Ilhéus,
Bahia, na qual afirmou no ato de sua fundação em 14 de março de 1959 que:
"Uma academia de letras requer muito esforço, muito denodo, muita renúncia. Ela, ao nascer, tem que fazer face a muita crítica, sendo, portanto, necessário o esforço dos fundadores para que a obra não fracasse. Esta, não fracassará, porque nasceu sob a égide de Castro Alves, que foi um excelso poeta e magnífico batalhador."¹
Abel Pereira foi também o primeiro Presidente da Academia de Letras de Ilhéus.
Abel, entre amigos, o terceiro da esquerda para direita. No centro, Carlos Drummond de Andrade
Ainda
na Bahia, pertenceu ao Instituto Geográfico e Histórico, a Associação Brasileira de Imprensa,
a Sociedade dos Homens de Letras do Brasil, A Ordem dos Velhos Jornalistas do
Brasil, a União Brasileira dos Escritores, a Academia Maçónica de Letras, a
Academia Guanabarina de Letras, e a Academia Brasileira de Literatura (Rio), dentre outras. Colaborou
com diversos periódicos como o Diário da Tarde, de Ilhéus, O Intransigente, de
Itabuna, A Voz de Itabuna, A Tarde, de Salvador e com a revista Leitura, do Rio
de Janeiro. Deixou quatro livros publicados: Colheita (1957), Poesia até Ontem
(1977), Mármore Partido (1989) e Haikais Vagaluminosos (1989), todos de Haicai.
Antes
de Abel Pereira, apenas três outros poetas haviam publicado livros
exclusivamente de Haicais no Brasil, não dois, como afirma Olga Savary no
posfácio de Mármore Partido. Waldomiro Siqueira Jr. foi o primeiro, em 1933
publicou o livro “Hai Kais”; Oldegar Vieira, o segundo com Folhas de Chá (livro
que urge ser reeditado), em 1940; seguem-se Osório Dutra, com Emoção, em 1945 e
Abel Pereira, com Colheita, em 1957.
Abel, o primeiro da direita para esquerda
Abel, o terceiro da direita para a esquerda
Sobre
“Colheita”, manifestou-se o poeta de Passárgada, Manoel Bandeira, dizendo:
“Abel Pereira é um craque do haicai. Desde o primeiro, são cento e noventa e
três estremecimentos, murmúrios ou rastros de perfume.”
Alguns
Haicais de Abel Pareira:
Passa a mocidade...
e incerto, à frente, o deserto
cheio de saudade...
***
Coisa delicada
e fina. Estrofe menina.
Síntese. Um nada.
***
De origem divina,
as luzes dos vaga-lumes
são luzes de Vida.
Passa a mocidade...
e incerto, à frente, o deserto
cheio de saudade...
***
Coisa delicada
e fina. Estrofe menina.
Síntese. Um nada.
***
De origem divina,
as luzes dos vaga-lumes
são luzes de Vida.
1. Trecho da Ata de Fundação da Academia de Letras de Ilhéus, em 14 de março de 1959.
2. Fotos do Acervo da Academia de Letras de Ilhéus.
Texto com
informações dos sites:
Parabéns pela iniciativa da Academia de Letras de Ilhéus, Abel além de um grande poeta foi um excelente ser humano! Como se dizia: "Abel, rimava com mel, de tão doce que era!"
ResponderExcluirMuito bacana encontrarmos o nosso Tio aqui na net.
ResponderExcluirQue honra saber que este ilustre homem participou ativamente na construção literária brasileira deixando o seu legado, tendo ao seu lados preciosos apoios como o de Castro Alves e mais nobres .Sem dúvida, meu tio avô foi extraordinário em seu tempo.
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