Cyro de Mattos no auge da juventude
Com mais de 74 anos de idade, tento
reunir forças para prosseguir em minha jornada literária até quando Deus
permitir. Dou de mim o que posso através dos sinais visíveis da escrita para ser útil ao outro mais o mundo. Sou apenas um elo na cadeia que nunca irá se
partir, na qual se inserem autores magistrais. Gosto muito de escrever, bem ou mal. Amo a
literatura, ela tem mostrado que gosta de mim. São quase cinqüenta anos nessa
estrada de solidão solidária.
Escrevo porque é minha condição
nessa guerra sem testemunha, usando a expressão do ficcionista Osman Lins, ao
estudar o assunto. É dor, mas dá prazer. Competição acirrada, tantas vezes neurótica,
diabólica, Santo Deus. É maneira de
liberar pesares, fantasmas. Gratifica quando meu texto recebe reconhecimento
expressivo da crítica, impressão favorável dos leitores, aquilo que como braço
ao abraço dá sentido à vida, tornando-a viável, e que os ressentidos nunca vão perceber.
1a. Edição de "Os Brabos", de Cyro de Mattos, publicado pela Civilização Brasileira
A vida é falha, somos finitos,
escreve-se também para responder perguntas que não têm respostas. Meu coração é um rio subterrâneo,
de onde vem para onde vai? (Fernando Pessoa). É maneira de conversar com Deus
ou tocar na solidão de todos nós, a do nascer, viver e morrer.
Assim, aos meus poucos leitores
adianto que até o final deste mês de agosto estarei publicando os livros “Onde
Estou e Sou”, poesia, português-espanhol, pela Ler Editora, de Brasília, com
prólogo e versão do poeta Alfredo Pérez
Alencart, e o infantil “O que eu vi por aí”, pela Editora Biruta, de São Paulo, com ilustrações de Marta Igneriska.
Esgotado há mais de trinta e cinco anos, meu livro “Os Brabos”, novelas, com prefácio de Gerana
Damulakis, vai ter ainda neste mês de
agosto uma segunda edição pela Ler Editora, enquanto “Ecológico”, poesia, será
publicado pela Editora da Universidade Estadual da Bahia – EDUNEB, na Coleção
Nordestina, com prefácio da ficcionista e Professora Doutora Helena Parente
Cunha. “Ecológico” vai ser lançado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro,
no final do mês. Foi publicado primeiro
em Portugal pela Palimage Editores, de Viseu e Coimbra, em 2006.
Para quem não sabe, a primeira edição de “Os Brabos” foi da Editora Civilização
Brasileira, de Ênio Silveira, na coleção Vera Cruz, em 1970. Quando inédito,
recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Nacional Afonso Arinos, de
conto e novela, por unanimidade. A
Comissão Julgadora esteve constituída de José Cândido de Carvalho, Herberto
Sales, Bernardo Élis, Adonias Filho, Afonso Arinos e Alceu Amoroso Lima, o
relator. “Ladainha nas Pedras”, uma das novelas inclusa em “Os Brabos”,
participa, por sua vez, da antologia
“Espelho da América Latina” (Latinamerikas Spejl), da Editora Vindrose, de
Copenhague, organizada pelos professores doutores Uffe Harder e Peter Poulsen,
em 1982. Nesta antologia figuram, entre
outros, Juan Rulfo, Juan Carlos Oneti, Julio Cortázar, Clarice Lispector, Jorge
Luís Borges, Alejo Carpentier e Mario Vargas Llosa.
Enquanto isso, o livro de poesia “Onde
Estou e Sou” vai ser lançado no XVI Encontro de Poetas Iberoamericanos de Salamanca,
Espanha, nos dias 2 e 3 de outubro, com
sessão de autógrafos e leitura de poemas por professores e atores locais. Este
evento de repercussão internacional é
promovido pela Fundação Cultural de
Salamanca, com apoio da Universidade de Salamanca, Cidade do Saber e
Cultura, e Centro de Estudos
Brasileiros.
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