CATEDRAL DE
SÃO SEBASTIÃO
Cyro de Mattos
Subo
os degraus e vejo
da balaustrada formas
do
silêncio suspensas
no
espaço recriado
pela
razão geometria
da
tessitura humana.
Procuro
esse milagre
da
santa batina doada
sob
o peso da abóbada.
Sinto
a flor do coração,
outros
a ela se juntam.
Dom
Eduardo presteza,
Dom
Eduardo amor,
Dom
Eduardo oferenda.
Vejo
assomar na avenida
uma enorme procissão
contrita
sob cânticos.
Mãos
mestiças em emoção,
este
agasalho edificado
a
São Sebastião flechado.
Ó
comovente provação,
sinos
anunciando a morte
sublimada
na paixão.
Terço
escorrendo no peito,
tríptico
verso uni-verso,
alentado
pão de todos,
oferta
dessa praia bendita,
essencial
como um todo
pela
tábua das marés.
Estes
ares em que eu medito,
roxos
de penetrante compaixão
feita
alma, força e vida.
Ao
pé do outeiro ninho
de
Deus que desceu do céu,
uma
rosa é uma rosa
o
que sustenta a base.
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