terça-feira, 20 de agosto de 2013

POEMA


CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO

                  Cyro de  Mattos

Subo os degraus e vejo
da  balaustrada formas
do silêncio suspensas
no espaço recriado
pela razão geometria
da tessitura humana.

Procuro esse milagre
da santa batina doada
sob o peso da abóbada.
Sinto a flor do coração,
outros a ela se juntam.
Dom Eduardo presteza,
Dom Eduardo amor,
Dom Eduardo oferenda.

Vejo assomar na avenida
                                               uma  enorme procissão
contrita sob cânticos.
Mãos mestiças em emoção,
este agasalho edificado
a São Sebastião flechado.
Ó comovente provação,
sinos anunciando a morte
sublimada na paixão.

Terço escorrendo no peito,
tríptico verso uni-verso,
alentado pão de todos,
oferta dessa praia bendita,
essencial como um todo
pela tábua das marés.
Estes ares em que eu medito,
roxos de penetrante compaixão
feita alma, força e vida.

Ao pé do outeiro ninho
de Deus que desceu do céu,
uma rosa é uma rosa
o que sustenta a base.


Nenhum comentário:

Postar um comentário